quarta-feira, 1 de agosto de 2007

A Fundação de General Salgado

Primeira igreja de General Salgado, construída em 1936
O prédio branco ao fundo onde se lê "Restaurante" é o atual Bar do Toninho Mendonça.
(foto: Álbum de Rita Colombo/Jornal A Gazeta - Gen. Salgado)

Há tempos venho pesquisando a história da cidade de General Salgado. Encontrei depoimentos de alguns dos primeiros moradores publicados na imprensa ao longo dos anos; lembrei antigas conversas de familiares; entrevistei Wilson Gonçalves e Pedro Chico, filhos adotivos da Família Marques que, ainda garotos ajudaram na abertura das primeiras ruas do povoado. Juntei fragmentos que me permitem, ainda que pretensiosamente, narrar um pouco dos primeiros dias do vilarejo.

Antonino José de Carvalho, o Tonico Barão, chegou à região em 1928. O único povoado existente era o de Nova Castilho, que havia surgido entre 1910 e 1915 nas terras do fazendeiro José Castilho. No mesmo ano o fundador escolheu uma área destinada à construção da cidade.

Demarcados os lotes surgiram as primeiras moradias. Para homenagear uma filha do fundador, o arruado recebeu o nome de Palmira, passando a ser conhecido como Vila Palmira. No dia 5 de dezembro de 1928 a Lei Estadual nº 21.301 reconheceu a existência do Distrito de Palmira, pertencente à comarca de Monte Aprazível.

No início de 1930 havia no local meia dúzia de casebres de tijolos e taipas, sem luz elétrica e água encanada. Incentivados pelo padre missionário Jorge Geimeinder, que em 1933 havia celebrado a primeira missa, em 1936 os moradores formaram uma comissão e levantaram uma pequena capela onde mensalmente rezavam um terço e promoviam um pequeno leilão de prendas para arrecadar dinheiro.

Dentre os primeiros moradores da região na época, são sempre citados: José Castilho, Firmino Luiz Marques, Norberto Luiz Marques, Hipólito Ludgero Marques, Luiz José Marques e o filho José Luiz Marques Neto, Diogo Garcia Carmona, Candido José da Silva, José Pedro, Deraldo José da Silva, João Garcia, Virginio Borges de Lima e José Pereira da Silva (conhecido como José Rafael). Anos depois Palmira e Orozimbo, filhos de Tonico Barão também se tornaram moradores da cidade.

Deraldo José da Silva foi encarregado por Tonico Barão da venda dos lotes aos interessados, sendo considerado, por isso, um dos maiores incentivadores do povoamento da cidade. Levantada a igreja, José Rafael cedeu uma casa para ser instalada a primeira escola. Os primeiros professores se chamavam Leônidas, Julinha e Lúcia.

Como residia em Barretos, Tonico Barão vinha de tempos em tempos ao vilarejo, hospedando-se na fazenda de Merquides da Rocha, no Córrego do Buriti.

No vilarejo existia uma pequena pensão cujo proprietário se chamava Carlos Van Tol (ou algo parecido). No dia 07 de janeiro de 1937, lei estadual transferiu a sede do distrito de paz de Sebastianópolis para a Vila Palmira, que passou a se chamar General Salgado em homenagem ao General Julio Marcondes Salgado, herói da revolução de 1932.

O primeiro prático de farmácia, Guilherme Sancini, foi o responsável por trazer o primeiro médico, que chegou no dia 20 de junho de 1938. Era o Dr. João Rodrigues Moreira, maranhense de Santa Quitéria. Algum tempo depois chegou outro farmacêutico: Sebastião Gomes de Carvalho.

A pensão de Carlos Van Tol transformou-se em residência e consultório do Dr. João Moreira, que também atendia pelas redondezas montado a cavalo. Não existia policiamento, de tempos em tempos um grupo de soldados da Força Pública de Monte Aprazível passava pelo vilarejo. O Dr. João Moreira foi nomeado sub-delegado.

Em 1938 o engenheiro Feliciano Sales Cunha demarcou o traçado da estrada que ligaria a região a São José do Rio Preto, rodovia que anos depois receberia seu nome. No mesmo ano José Rafael doou um terreno para a instalação do primeiro Cartório, sendo nomeado escrivão o Sr. João Garcia.

Em 1944 o governo paulista nomeou o morador Plínio Ribeiro do Val para administrar o distrito, logo substituído por João Batista Veroneze (45/47). Em 1947 assumiu a função o Sr. Candido Arroio, que no mesmo ano foi substituído pelo primeiro administrador.

Em 1947 houve a primeira eleição direta para prefeito, vencida por João do Carmo Lisboa (48/51). O primeiro Vice-Prefeito foi Nadir Garcia. No mesmo pleito houve a eleição da primeira Câmara de Vereadores, composta pelos moradores: Dr. João Rodrigues Moreira, Dr. Paulo de Souza Lima, Dr. Ricardo Carvalho, José Pereira da Silva (Zé Rafael), Claudimuro Costa, Jaime Nestor de Carvalho e Sebastião Batista.

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