(foto: Álbum da Família Borges de Lima)
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Memória 77 (Virginio Borges de Lima)
(foto: Álbum da Família Borges de Lima)
João Gordo
João Venâncio - o famoso João Gordo - era aficionado por futebol e corintiano fanático. Na sua barbearia diariamente se reuniam torcedores ávidos pelas últimas notícias esportivas que um potente rádio anunciava e que ele, com desenvoltura e conhecimento de causa, debatia intensamente.
De vez em quando arriscava participar de alguns jogos, principalmente de futebol de salão, onde mostrava um potente chute de esquerda. Mas pouco jogava, gostava mesmo é da boa conversa com os amigos pelos bares salgadenses.
Frequentador assíduo do Bar do Nino Giamatei, exímio jogador de sinuca e de baralho, por vezes atravessava dia e noite na jogatina, deixando a barbearia às moscas.
Becinha Prado sentou-se na cadeira do João Gordo certo dia e encomendou um corte de cabelo. João colocou-lhe vistoso avental, puxou assunto sobre o Santos Futebol Clube para agradar o cliente, posicionou a cadeira, molhou o cabelo a ser cortado com aquele tradicional esguicho d'água e, quando foi dar a primeira tesourada, alguém chegou na porta do salão:
- João, o pessoal lá do Bar do Nino mandou te chamar. Tão formando uma mesa de sinuca e tá faltando um pra começar o jogo...
Ele pensou dois segundos, deu um leve beliscão numa das bochechas do Becinha e, enquanto desatava o avental do cliente arrematou:
- Cinhá, teu cabelo ainda tá curto, dá muito bem pra esperar mais uma semana...
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Memória 76 (Esquadrão Tricolor)
domingo, 12 de julho de 2009
O Vendedor de Mandioca
O principal produto ofertado pelo Raquelão era mandioca, que ele anunciava de esquina em esquina. Alguns desconfiados colocavam em dúvida a origem dos produtos do Raquelão, pois ninguém conhecia o local onde ele produzia as mercadorias que negociava.
Certo dia o proprietário de uma roça de mandioca existente nas cercanias da cidade percebeu que sua produção vinha sendo dizimada e pôs-de de vigia. Flagrou o Raquelão no meio da roça recarregando a carriola. Deu-lhe sonora bronca, ameaçando denunciar o furto à polícia.
- Ah! então você é que é o dono desse mandiocal ? Foi muito bom te encontrar...
- Sou eu o dono, por que?
- É que os meus fregueses estão reclamando muito que essa mandioca não cozinha. Bem que você podia dar um jeito de plantar uma mandioca melhor aí...