segunda-feira, 28 de julho de 2008

Memória 50 (Coronel Eufrozino)

Euflauzino Teodoro Castilho - O Coronel Eufrozino, como era chamado, e sua esposa Francisca, doaram à Paróquia N. Sra. das Dores o relógio da Igreja da Matriz.
Filhos do casal: José Castilho (casou-se com Elvira Vigeta), Turibio (Lourdes), Valdomiro (Aidê), Firmino (Maria), Argemiro (Maria Dias), Miguel (Maria), Antonia (Oliveira), Irene (José Mendes), Cecília (Valdomiro Arruda), Anésia (Laurindo), Olavo (Helena Vigeta), João (Nina Seixas) e Francisca (Alceu Queiroz).
Quem souber de outras informações a serem acrescentadas, pode enviar clicando AQUI.
(foto: Acervo da Família Castilho)

Somos Caipiras

Tenho o hábito de incomodar os amigos metropolitanos dizendo que eles são caipiras da cidade, pois apesar de instruídos, evoluídos, modernos e antenados, quando chegam ao interior ficam parecendo baratas tontas, demonstram um desconhecimento abismal sobre as nossas coisas.

Digo isso porque, infelizmente, ainda existem pessoas que apenas por terem nascido e crescido nos grandes centros urbanos, consideram-se seres superiores. Aparecem no interior se achando o máximo, mas não sabem se melancia nasce no chão ou em árvore.

De certa vez um primo paulistano trouxe a General Salgado um amigo que nunca antes saíra de São Paulo: o rapaz tinha medo das galinhas que ciscavam no quintal!

Esses caipiras metropolitanos não sabem se a vaca é do rabo pra frente ou do rabo para trás! (Aviso aos caipiras da cidade: a vaca fica do rabo para a frente; atrás do rabo não existe mais vaca!)

De outra vez, na casa de um amigo paulistano tive que perder a paciência com um sujeito metido a besta, que se dizia o máximo e passou, sem motivo nenhum, a caçoar e ofender a gente do interior.

O bacana desandou a generalizar os caipiras, tratando-nos por ignorantes, analfabetos e atrasados. Talvez por conta do meu característico sotaque de interiorano paulista descendente de mineiros, a conversa veio contra mim e me vi obrigado a devolvê-la na mesma moeda:

- Você conhece Nova Castilho? São Luiz do Japiúba? Los Angeles? Las Vegas? Dallas? – perguntei-lhe.

- Não, não conheço!

- Então você é muito mais ignorante do que eu! – arrematei com certo desdém, sentindo-me vingado. Fui grosso, mas paguei-lhe na mesma moeda.

Meu amigo Pinga Fogo (Sidnei Constantino para os chegados), conta que um dia desses apareceu na cidade um paulistano com a cara esfolada, que narrava, entusiasmado, suas aventuras em solo interiorano:

- Meu! Fui lá no sítio do titio, montei num cavalinho meio beginho... Foi cada pinote! Ôrra, que aventura meu!

O salgadense Euflauzino Teodoro Castilho (1893-1964), conhecido como Coronel Eufrosino, um dos pioneiros da terrinha, quase foi vítima do seu próprio jeitão de caipira.

Na primeira oportunidade em que foi conhecer a capital paulista ficou maravilhado com a grandiosidade e a beleza dos prédios, surpreendeu-se com o tamanho de tudo. Passeando pela cidade deparou-se com o imenso prédio da sede do Banespa, naquela época um dos mais vistosos e imponentes da cidade, próximo ao Vale do Anhangabaú.

Enquanto admirava fixamente a construção foi notado por um daqueles malandros da cidade, ditos espertalhões, que viu a possibilidade de passar um otário pra trás.

O sabido aproximou-se do caipira e puxou assunto. Ficou sabendo que Euflauzino era de General Salgado (“fica longe, perto do Mato Grosso”), que era sitiante, e que estava debutando na capital. Seguiu-se breve diálogo:

- O Senhor gostou deste prédio?

- Nossa! Gostei demais.

- O senhor não se interessa em comprá-lo, preço de ocasião!

- Rapaz, como eu gostaria de ter esse prédio. Já pensou se eu voltar pra minha cidadezinha e contar pra todo mundo que eu comprei esse predião! O senhor está vendendo mesmo?

- Estou vendendo e muito barato.

- Eu tenho interesse sim – disse o salgadense – Mas dinheiro vivo eu não tenho. Tenho outro imóvel que posso colocar no negócio se o senhor aceitar. Podemos bater o martelo agorinha...

- Eu posso aceitar o seu imóvel, mas antes tenho que vê-lo – declarou o malandro, já contando com o sucesso do golpe.

Euflauzino chamou o paulistano esperto: “vamos lá ver o meu imóvel”. Caminharam algumas quadras, ele apontou o prédio da Estação da Luz:

- O meu é aquele, se você aceitar a gente troca “na oreia”!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Atualidades 3


Recebemos o Ofício nº 199/2008 da Câmara Municipal de General Salgado, noticiando que o nosso Proseando recebeu Moção de Aplausos e Congratulações daquela Casa Legislativa.

A proposta foi apresentada pelo Vereador Adriano Eugênio Barbosa, jornalista proprietário do Jornal A Gazeta da Região, subscrita por outros vereadores e aprovada por unanimidade no dia 12 de junho de 2008, com a justificativa de que o blog tem feito importante registro da história do município.

Aos vereadores salgadenses registramos aqui os nossos mais sinceros agradecimentos.

A homenagem do legislativo salgadense é um importante incentivo à continuidade das nossas pesquisas, água fresca de moringa que nos renova o fôlego.

Divido o prêmio com os visitantes e colaboradores, sem os quais o blog não teria chegado até aqui.

Muito obrigado.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Ouro e Pinguinho

Capa do primeiro LP da dupla Ouro e Pinguinho

Segundo LP - depois de alguns anos a dupla se desfez, mas segundo informações obtidas pelo blog, os dois cantores ainda vivem em Carmo do Rio Claro-MG.

No ano de 1977 o Salgadense Esporte Clube promoveu um show com uma dupla sertaneja vinda de Minas Gerais, chamada Ouro e Pinguinho.

Pouca gente sabia que os dois tinham parentesco muito próximo com a família Marques de General Salgado. A avó deles, Sinhana Bento, filha de Maria Delminda e José Bento, era meia-irmã de Firmino Luiz Marques e Altina Maria Marques.

Em General Salgado hospedaram-se na casa de Conceição e Antonio Aureliano. Conceição (filha de Altina e Martiniano Marques) vinha a ser prima da mãe dos cantadores.

Para ciceronear os mineiros apresentou-se um grupo de parentes: Tia Neide, Zé do Braz, Nice e Luciana dos Santos, acompanhados da turma que organizava as principais festas da cidade naquela época: Jaburu, Zé Prego (atual Prefeito de Auriflama), Preto Cornélio, Marli Crivelari, Batata e Maninho Bernabé, Gauchinho e Nice Perez, Cabo Onório, Edmar Prado, dentre outros.

Os dois eram muito jovens: Ouro tinha uns 18 anos enquanto Pinguinho devia beirar os 14. Apesar de muito tímidos e ainda no início da carreira musical, eram precoces no talento, haviam gravado três discos com relativo sucesso.

O primeiro em 1975, intitulado Nosso Amor Criança, trazia regravação de três grandes sucessos de compositores consagrados: Mágoa de Boiadeiro (Nonô Basílio e Indio Vago), Paineira Velha (José Fortuna) e Querer Bem (Raul Torres).

O Volume 2 lançado no ano seguinte trazia como destaques: Felicidade (Raul Torres), Depois que a Rosa Mudou (Serrinha) e Quando a Lua Vem Surgindo (Sulino e José Fortuna).

O terceiro LP estava em fase de lançamento. Além de divulgar e vender os discos, a passagem da dupla pela cidade também serviu para arrecadar alguns recursos em shows e apresentações para pequenas platéias.

Em cada apresentação os salgadenses auxiliavam na arrecadação do couvert artístico. Promoveram várias reuniões na Cantina do Mauro Cruzeiro, na Lanchonete do Zé Frota, e mesmo na casa de alguns outros, incentivando os presentes a enfiar alguns trocados nos violões dos cantores. Ao final de cada noite, agradecidos, conferiam o dinheirinho recebido.

Numa das noites de festa, Jaburu e Zé do Braz desviaram a dupla do grupo, levando os cantadores para se apresentarem na Zona do Meretrício, a famosa casa de dona Ambrosina Gonçalves do Nascimento.

No meio do show, quando as moças do local ficaram sabendo que o menino Pinguinho era virgem, foi um alvoroço só. Todas queriam ter a primazia...

Na manhã seguinte dona Conceição varria o terreiro muito preocupada. O dia clareava e os meninos de Carmo do Rio Claro ainda não haviam retornado. Matutava por onde é que podiam estar naquela hora, quando o Passat do Zé do Braz parou na porta da casa.

Os mineiros apearam meio sem jeito, com os olhos no chão. Dona Conceição olhou para Pinguinho e perguntou:

- Uai Pinguinho, o que aconteceu que você tá branco desse jeito!

E o Zé do Braz encomendou o remédio:

- Dona Conceição, bate uma gemada aí que o menino tá precisando!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Memória 49 (Dr. Kleber)

Passeio em Aparecida (SP) - Final dos anos 1970 - Braz Firmino Marques, Dr. Kleber Santana Sales, Zé do Braz, Sibeli Pedrazzoli Sales e João Firmino Marques.
(foto: Álbum do blogueiro)
Estados Unidos (2007) - Vilma Chaves, Dr. Kleber e o neto americano Matthew (filho de Rita e Vini)

Dr. Kleber com os netos João Luis e Letícia (filhos de Sibeli) e João Hugo (filho de Rita)
Formado pela UFRJ, o médico maranhense Kleber Santana Sales chegou a General Salgado no dia 26 de maio de 1960, por indicação de Plínio Barbosa, proprietário de uma farmácia na cidade. Casou-se com Sibeli Pedrazzoli, filha do farmacêutico Hugo Pedrazzoli e com quem teve duas filhas: as gêmeas Rita e Sibeli. Nunca exerceu função pública ou cargo eletivo, mas sempre manteve inquestionável liderança política.
(fotos: Álbum de Rita Pedrazzoli Sales)

Major

No dia 26 de maio de 1996 a Câmara Municipal de General Salgado concedeu uma das mais justas homenagens de toda a sua história. Outorgou o título de Cidadão Salgadense ao Dr. Kleber de Santana Sales.

Para minha surpresa, Osvaldo Marques Junior (Mineirinho), então Presidente da Câmara, me convidou para proferir o discurso de saudação ao homenageado.

A minha satisfação decorreu principalmente, do fato de que o agraciado manteve com meu avô Braz Firmino Marques uma amizade fraterna que nasceu nos seus primeiros dias em solo salgadense, e que se estendeu aos demais familiares ao longo de todos esses anos.

Muitas foram as vezes em que, nas minhas passagens pela cidade, ele me recebeu no seu consultório da Santa Casa para uma boa prosa. Outras vezes, franqueou-me a sua casa como só os bons amigos sabem fazer.

Quando Rita e Sibeli vinham passar as férias na cidade trazendo um bando de amigos paulistanos, ele fazia questão que eu organizasse os churrascos na Fazenda Ritabeli ou os deslocamentos pelas festas da região, confiando-me a direção da camionete. Por conta desta relação próxima, acostumei-me a chamá-lo carinhosamente de Major, dado o seu indefectível tino de comando.

Após saudar as autoridades, dirigi aos presentes e ao homenageado o seguinte discurso:

“A poucos homens é dado o momento em que seu destino individual confunde-se com o da terra aonde vive; em que é difícil distinguir entre seus próprios passos e a história de seu povo.

Convocados como testemunha dessa união e participante deste ritual, permita-nos, nobre cidadão salgadense, adentrar a solidão que o antecede; rever no menino de São Luis do Maranhão, no jovem estudante, no acadêmico desterrado, no médico conceituado, no homem empreendedor e incansável, a síntese de vossa vocação.

No limiar do ano de 1960, a tímida população salgadense não se deu conta de que além do conselho do amigo Plínio Barbosa e do charmoso caminhão Studbacker que o conduzia, algo mais fazia chegar à cidade um médico recém saído da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Aos trinta e quatro anos - completados um dia após instalar-se na cidade - o nosso cidadão trazia consigo marcas indeléveis de um temperamento forte, margeado de imensa disposição em lutar e vencer na vida. Nestes trinta e seis anos decorridos, jamais se privou de suas convicções e nunca se afastou do nosso povo.

Foram dias difíceis os primeiros vividos em nossa cidade. Praticando o ofício medicinal com esmero, dedicando-se igualmente aos que dele necessitavam, ganhou confiança e amealhou amigos. Combativo, indômito, desassombrado, nosso homenageado não se limitou em ser médico estrênuo e porfiado.

Amigo e conselheiro, tornou-se com a sabedoria dos abençoados um dos principais responsáveis pelo avanço político e administrativo do município, sem jamais ter exercido função pública. Deixando de lado interesses pessoais, sempre pleiteou e obteve, em favor da população salgadense, melhores condições de vida e de desenvolvimento.

E os exemplos de sua atuação estão perpetuados em todos os cantos da cidade, ao alcance de todos. São marcas indestrutíveis gravadas na memória de General Salgado pela mão diligente e corajosa do nosso agraciado Doutor Kleber.

Não foram suficientes para demovê-lo os ataques e as ofensas daqueles que se sentiram ofuscados por sua reluzente tenacidade. Ao invés de obstáculos, serviram de impulso, de incentivo à sua obstinação. Jamais se deixou vergar, inspirado - por certo - nas palavras clássicas de VOLTAIRE: “pregar a verdade e propor alguma coisa útil para a humanidade é uma receita infalível para ser perseguido”.

Completa-se hoje o trigésimo sexto ano de sua presença nesta cidade. Para nosso júbilo, podemos vê-lo, não no ocaso de uma bruxuleante carreira, mas sim, no zênite de uma existência que sempre se manteve ascendente.

Amanhã nosso homenageado completará setenta anos e, como se observa em todos os presentes, os cumprimentos por esta consagração lhe são estendidos desde hoje por seu povo, cuja maioria se compõe de seres que vieram ao mundo pelo labor de suas mãos abençoadas, e na qual, com muito orgulho, estou incluído.

Hoje todos somos testemunhas de um agradecimento há muito existente no coração de todos que conhecem este cidadão. Ao conferir ao Doutor Kleber de Santana Sales o título de cidadão salgadense, a Câmara Municipal resgata, com extrema justiça, uma dívida cujo título fora lavrado com a honra e a coragem de um guerreiro. Um vencedor que sempre amou sua terra adotiva com fervor de oração, nutrido de um sentimento imperecível, próprio dos filhos mais amorosos.

E este amor sempre se revelou aos olhos de nossa gente. Na ânsia de perpetuar no coração de seus descendentes a chama que sempre avivou seu coração salgadense, nosso laureado Doutor Kleber fez nascerem salgadenses os netos, filhos homens de Rita e de Sibeli, que, queira Deus, tenham recebido dos céus estes atributos avoengos.

Caro Doutor Kleber. A tradição desta casa entregou-nos, nesta cerimônia, uma peculiar representação. A consciência de tão relevante encargo nos deu forças e, mais do que isso, ousadia para aceitá-lo. Se por um lado nos sentimos limitados na pretensão de saudá-lo à altura de vosso merecimento, esperamos nos seja deferida a atenuante de tê-lo feito movidos pelo relevante valor moral, o da sincera amizade, profunda admiração e arraigado respeito. Esteja certo que são estes os sentimentos propulsores de nossa empreitada.

Doutor Kleber de Santana Sales. É chegada a hora de colher generosamente o que generosamente se plantou. Sua modéstia, mesmo contra sua vontade, não pode esconder sua grandeza que não consiste, apenas, em haver desempenhado uma profissão em favor de seu povo - a de médico - mas sim, de haver dedicado uma vida inteira na busca de melhores dias para os seus semelhantes.

Que Deus o Abençoe!”


Durante o discurso de agradecimento que fez naquele dia, o Major surpreendeu a todos com uma emocionante revelação. Contou que logo nos primeiros dias após se instalar na cidade foi chamado para atender uma mulher em trabalho de parto.

Passaram-se horas sem que a mãe conseguisse expelir o bebê. O médico e as enfermeiras, extenuados, tentavam de todas as formas possíveis fazer com que o parto acontecesse. O atendimento avançou noite adentro, e chegou um instante em que sentiu que eram poucas as chances do bebê nascer com vida. Temia até mesmo pela vida da mãe, exaurida.

Aquela situação dificultosa e angustiante parecia interminável, até que, num último esforço, buscando forças inexplicáveis e colocando em prática todo o seu recente aprendizado médico, conseguiu fazer com que o parto chegasse a bom termo.

Apesar das dificuldades, o bebê nasceu forte e saudável, seu choro transmitiu intensa alegria, renovando as energias de toda a equipe, que passara a noite em claro para salvar mãe e filha.

- Dali em diante – disse o doutor - em todas as ocasiões em que enfrento dificuldades na vida, por maior que sejam os obstáculos e por mais impotente que eu me ache diante deles, eu me recordo daquela noite, e me sinto forte novamente!

O nome do bebê: Marilei Fernandes Belini.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Memória 48 (Palhaços)

Início dos anos 1980 - Os dois palhaços são: Nera (Laurico de Almeida) e Gilbertinho Graça do Nascimento. O primeiro garoto é Eduardo Castilho, filho de Maria Izaltina e Orival Castilho. O segundo é Gustavo, filho de Doca Castilho.
A foto foi tirada no aniversário de um dos filhos do casal Lucia Elena e Joãozinho Moreira. Marcelo Cruzeiro e Doca Castilho contribuíram para a correta identificação de todos.
(foto: Álbum de Gilberto Graça do Nascimento)

Um Dedo de Prosa - 2

Um dos maiores méritos da internet, a meu ver, é a possibilidade de reencontrar os amigos, manter contacto, alimentar velhas e construir novas amizades.

A correria do dia a dia, o estresse natural da nossa vida conturbada, essas coisas da globalização, quase sempre nos tira o entusiasmo de usar de algum tempo do expediente ou chegar em casa no final da tarde e sacar do telefone para buscar notícias de algum amigo que há tempo não vemos.

A internet permite que, em cinco minutos roubados do nosso precioso tempo, mandemos dezenas de mensagens. Mesmo que não sigam palavras de saudação ao amigo, o simples fato de retransmitirmos, de passarmos adiante uma bobagem qualquer deve ser interpretado como um sinal de que ainda não esquecemos daqueles que nos são caros.

O Orkut, ainda que quase que inteiramente dominado pela garotada, tornou-se outra ferramenta importante para a localização de amigos que tomaram outros rumos, mas que nunca saíram dos nossos corações.

Outra grande sacada é o agrupamento de mensageiros. Existem vários sites em que grupos de amigos se cadastram e todos recebem as mensagens ao mesmo tempo. Faço parte de um grupo desses, que busca reunir salgadenses esparramados pelo mundo.

Alguns membros: Eduardo Mendonça, Lara Castilho, Cristiane Neves, Allison e Bruno Marques, Tiozinho Vieira, Filó Iannela, Marlene e Reinaldo Aguiar, Anahy e Zé Roberto Iannela, Neila Aguiar, Magda Bertochi, Bruna Filó, Renata e Marcelo Cruzeiro, Acir Vieira, Márcia e Breno Giamatei, Priscila Cabrera; Juliana e Mateus Neves, Paula Mendonça, Viviane Lima, Eliana Marques e José Cunha Junior.

O deslocamento territorial dos participantes fez com que as mensagens do grupo percorressem grande parte do mapa-múndi: Espanha, Portugal, Estados Unidos, Austrália; e também do território nacional: Mato Grosso do Sul, Amazonas, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal e São Paulo.

Todos os amigos citados, indistintamente, fizeram questão de incentivar e elogiar o site da cidade e também de contribuir para a nossa prosa salgadense. Outros salgadenses que desde o início marcaram presença neste espaço: David Cristoni (vivendo em Belo Horizonte-MG), Ricardo Castilho, Patrícia Batista, Rivelino Cristoni (no Rio de Janeiro), Nildes Marques, Milton Godoy, Wesley e Alex Galhardo.

Quando contei a história do casal Rosemary e Walcir recebi dois e-mails que me emocionaram muito. O primeiro veio de Filó Iannela:

“Mais uma vez estou chorando com a emocionante história que acabo de ler. Hoje a emoção bateu muito forte; a Rose e o Walcir eram meus amigos inseparáveis. Lembrar momentos tão lindos em nossas vidas e também tristes pela perda de pessoas tão queridas, fazem com que as lágrimas rolem soltas. Não estou conseguindo controlar. Obrigada por divulgar tão bela história, eles merecem, pelo exemplo de jovens que foram e são. Tenho muito orgulho de ter sido amiga do casal e saber que o amor continua além de nossa visão. Realmente essa história de amor é a melhor que conheci”.

Minutos depois chegou a mensagem de Eliani Benzatti: “Fiquei comovida com a história sobre a Rose e o Walcir, pois me fez reviver alguns anos atrás. Exatamente nessa época eu também tocava na fanfarra, do que aliás tenho muito orgulho. As coisas passam pela nossa vida, e quando reativamos nossa memória concluímos que o melhor de tudo não é os bens materiais e sim, os amigos que cativamos. Continue com esse trabalho maravilhoso, pois ele trás de volta o nosso passado que é muito bom relembrar”.

Filó e Eliane, com duas amigas tão gentis e generosas como vocês, sou eu quem fica cada vez mais convencido do quão importante são as amizades que granjeamos ao longo da existência.

Depois narrar as peripécias do Jéferson Nomelini, o famoso Uberaba, aquele que dizia uns versos caipiras, recebi notícias dele: “A Aline Neves me avisou de sua coluna. Já pude ler vários contos e gostei muito daquele em que você falou de mim. Quanto a General Salgado, fui a última vez num rally, em dezembro de 1998. Inclusive eu e o Zanatta ganhamos a prova. Depois disso o Zanatta se casou e não voltei mais. Aquelas festas me deixaram saudades”.

Um dos descendentes da italianada do Córrego do Gabriel fez questão de registrar sua visita, o Dr. Orides Boiati, Promotor de Justiça em São Paulo:

“Quero cumprimentá-lo pela crônica. Nasci e cresci com a italianada. O saudoso bairro rural tem muita história. No futebol era imbatível!!! Os principais fregueses perdedores eram: Colônia Braga, Ouro Branco, Macaúba, Celestrino, Nova Palmira, etc. O time do Gabriel era tão bom que emprestava atletas para o Salgadense Futebol Clube, isso no tempo do goleiro Tanabi, Rolinha, do meia Paschoal Pompílio, dos zagueiros Zé Afonso e Zé Frota. Qualquer dia eu conto mais”.

Dr. Orides, estamos esperando mais histórias daqueles tempos bons.

Antonio Carlos Marques foi outro que enviou comentários e aproveitou para me lembrar de outra das peripécias do saudoso João Cuiabano.

Homem rude criado no Bairro Rural de Vicentinópolis, Cuiabano era pouco letrado, mal assinava o nome. Mesmo assim chegou a Prefeito de Araçatuba por duas vezes. Dizem que se interessava por aprender as coisas com as quais não tinha muita afinidade . Quando descobriu que aquelas pedras com as quais se faziam ruas e calçadas tinham um nome complicado, ficou tempo tentando decorar a imensa palavra. Até que, durante comício num bairro periférico resolveu lançar mão do aprendizado, prometendo calçar as ruas:

- Essas ruas de terra eu vou mandar paralelepipeidar...

A todos os que mandam notícias, elogios, críticas, fotografias e novas histórias, muito obrigado. Voltem sempre!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Atualidades 2

Este blog não tem a mínima pretensão de se tornar coluna social.
Mas alguns eventos merecem registro.
No mês de abril próximo passado, um grande número de salgadenses se dirigiu à capital paulista para assistir o casamento de Marcelo Cruzeiro e Renata Sandoval.
Marcelo é salgadense, filho de Leonor Bernabé e Mauro Cruzeiro. Renata é paulistana, mas há muitos anos tornou-se salgadense de coração, frequentadora assídua da terrinha.
Conheceram-se numa Festa do Peão, o namoro tomou rumo durante os festejos carnavalescos do Bloco PB e se fortaleceu quando surgiu a pequena Beatriz.
Agora, quando a filhota já conta mais de três anos, decidiram reunir os amigos para celebrar a união, numa festa sem precedentes.
A presença de salgadenses esparramados pelo mundo permitiu um fraterno reencontro para cantar as saudades da terrinha, celebrar a vida e desejar felicidades à família Sandoval Cruzeiro.
As fotos mostram o tamanho da felicidade do casal, dividida com todos os presentes.

Renata, Beatriz e Marcelo


Renata Sandoval e Marcelo Cruzeiro

Renata com o pai, Luiz Sandoval

Marcelo com a mãe, dona Leonor

A animação dos salgadenses

Tem salgadense? Então tem festa!

Pote Bernabé e esposa (filho do famoso Antonio Bernabé)

Márcio Aurélio Cruzeiro (irmão do noivo) com a família