sexta-feira, 27 de março de 2009

Blog do Zé Marcos


O jornalista José Marcos Taveira, o Zé Marcos, é Editor-Executivo do Jornal Folha da Região e professor do curso de jornalismo da Unitoledo de Araçatuba (SP). É dono de um dos melhores blogs que conheço, o Blog do Zé Marcos (clique aqui).

Recentemente lançou uma campanha chamada Eu sou um blogueiro caipira para incentivar e reunir os blogueiros interioranos. A campanha tem comunidade no Orkut (aqui) e selo para divulgação nos blogs dos participantes (veja o nosso aí no canto direito, logo abaixo do mural Dedo de Prosa).

Está promovendo o primeiro Encontro de Blogueiros da região, que acontecerá no próximo dia 2 de maio às 11:00 horas, no Pub Rock Beer, em Araçatuba. O evento também reunirá os "Zemarquetes" (veja Comunidade no Orkut), que são os inúmeros fãs do blog e de seu editor.

Ontem (26/03) o Proseando teve a honra de ser citado pelo Professor Zé Marcos, que reproduziu o nosso causo "Somos Caipiras", que fala dos caipiras metropolitanos que não conhecem nada do interior e aproveita para narrar aventuras do Coronel Eufrosino Castilho na capital paulista (confira aqui).

Além da honraria ele ainda nos dirigiu esta gentil apresentação: "O texto abaixo é sensacional! É de um típico blogueiro caipira, o advogado Carlos José Reis de Almeida (Cal), de General Salgado, na região de Araçatuba. Hoje, ele mora no Mato Grosso do Sul, mas não esquece as raízes e mantém o blog Proseando, que vale a pena visitar, pois ajuda a divulgar o nosso interior paulista".

Ao Zé Marcos e seus zemarquetes, nosso muito obrigado pela oportunidade, pelo companheirosmo e pela iniciativa de reunir e incentivar os blogueiros da região.

Aos amigos do Proseando um conselho: não percam o Blog do Zé Marcos.

É bão demais da conta!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Memória 71 (João Palhinha)

Palhinha - João Ribeiro da Silva foi um dos mais fanáticos corintianos de General Salgado. Vivíamos jogando bola pelos campinhos da cidade, no Campo de Aviação, na Creche. Fã de Palhinha, atacante corintiano dos anos 1970, gostava que o chamassem de João Palhinha. Faleceu num acidente de motocicleta em 29/09/1986.
(foto: Álbum de Edson Matos)

Mamãe é fogo!

Dona Cida e seu Domingos de Almeida – meus pais – sempre gostaram de viver na zona rural, onde nasceram e cresceram. Por conta da necessidade de estudar os filhos fizeram breves intervalos como moradores da cidade, alguns anos em General Salgado e outros em Araçatuba.

Depois que os filhos tomaram rumos próprios – com exceção de Cleber, que sempre viveu com eles na fazenda - decidiram fixar-se em definitivo no Córrego do Lajeado.

Certa vez mamãe começou a reclamar com papai que havia um leitão estragando seu quintal. O danado fugia do chiqueiro e vinha para a porta da cozinha procurar algum alimento, frutas caídas no pomar, sobras de comida deixadas pelos cachorros, algo assim.

Mesmo com as constantes reclamações, seu Domingos não cuidava de reparar a cerca do chiqueiro. Dava um susto no porquinho que desaparecia, porém, voltava no dia seguinte.

O bichinho foi ficando a cada dia mais folgado, destapava o latão de restos que se transformavam em lavagem para a ração dos demais leitões e, no ímpeto de se entupir com o alimento, entornava tudo pelo chão.

Foi diversas vezes expulso quando se preparava para entrar na cozinha e as reclamações da dona da casa não eram atendidas. Lógico que ela foi ficando a cada dia mais irritada com a situação.

A coisa piorou quando dona Cida encontrou o leitão mastigando um pacote de farinha de trigo que ela havia deixado sobre uma cadeira da cozinha. Era demais.

Não pensou duas vezes, armou-se de um revólver e mandou bala no animal.

Surpresos com o estampido, papai e Cleber vieram correndo do curral para entender o acontecido. Avistaram o porquinho que já ia longe, grunhindo e balançando a anca, atingida de raspão pelo disparo. A suinocida ainda apontava a arma para os lados que o bicho corria e ameaçava:

- Se você voltar aqui de novo te boto na panela, sem-vergonha!

Cleber precisou se sentar ao chão para controlar tanto riso.

Dias depois, seu Domingos - que não é bobo - consertou a cerca.

sexta-feira, 20 de março de 2009

É FESTA! 4

Churrasco, Cerveja e Amizade - São os ingredientes de qualquer encontro entre os salgadenses. Na foto: Martinho Gato, Humberto Marques, Luiz Fernando Bido, Lucas Cabrera, Alex Galhardo e Hércules Matos.
(foto: Álbum de Lucas Cabrera)

segunda-feira, 16 de março de 2009

Memória 70 (Escolinha Nota 10)

Escolinha Nota 10 (Anos 1990) - Nandinho (treinador); Bruno Castro; Paulinho Gradella, Adriano, Mauro Henrique, Eduardo Caires, Manoel Barreto, João Paulo, Mateus, Joãozinho.
Agachados: Toloi, Rick Marques, (não identificado), Eli Flores, Biro-Biro, Jeanzinho, Fernando Marques; e o último também não foi identificado.
(foto: Álbum de Bruno Castro)

No Planalto Central

Em Araçatuba participei de um grupo de jovens que trabalhava durante a Feira da Amizade com a finalidade de arrecadar dinheiro para a APAE – Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais.

Montávamos um restaurante com boa comida, música ao vivo, leilão de prendas arrecadadas no comércio, leilão de danças com as moças mais bonitas da festa, e outras coisas do gênero. Durante vários anos conseguimos liderar os números da arrecadação doada à Associação.

Em 1989 esse grupo foi convidado para viajar a Brasília-DF a fim de fazer número na convenção partidária que lançou a candidatura de Ronaldo Caiado à presidência da República.

Era preciso encher um ônibus e os araçatubenses não alcançavam o quórum necessário. Resolvi o problema convidando uma turma de salgadenses, que aproveitando o fato de que viagem e hospedagem seriam pagos pelos organizadores, se animaram em completar a carga.

Nunca ri tanto na minha vida como naquela viagem. Pereca Fernandes, Marcelo Cruzeiro, Sidnei Constantino (Pinga-Fogo), Pedro Arruda, Guto e Eliane Carvalho, foram alguns dos viajantes salgadenses.

Nossa chegada ao local da convenção foi anunciada com grande alarde. Um locutor saudou a presença da “grande Caravana de Araçatuba” que ali comparecia. A cada nova cidade anunciada o público rompia em palmas e apupos e estridente foguetório subia aos céus.

De repente um anúncio me chamou a atenção:

- Acaba de chegar a caravana da cidade de General Salgado!

Poucos minutos depois veio outro aviso, seguido de muito barulho:

- Já está conosco o grupo que representa Nova Castilho!

Outra remessa de fogos de artifício e o locutor fez nova reverência:

- Uma saudação especial aos amigos de São João do Iracema, que vieram prestigiar o nosso candidato.

Mais palmas e rojões.

- Apoiando o nosso candidato à presidência, está conosco o pessoal de Prudêncio e Moraes.

Um tanto surpreso com a menção dos nomes dos pequenos distritos salgadenses procurei me aproximar do palco a fim de encontrar a resposta do enigma. Só então compreendi a situação e desatei a rir.

Sobre o tablado se achava o nosso Pinga-Fogo, que a cada minuto sussurrava no ouvido do locutor o nome das grandes metrópoles cujas caravanas acabavam de chegar ao local.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Memória 69 (João Gica)

Casamento em Nova Castilho (anos 1960) - Os noivos são Dirce e Clarindo Nunes. Ao lado deles aparece o casal Yvone e João Francisco de Carvalho (conhecido como João Gica).
Vinda de Catanduva, Dona Yvone Nunes chegou à região por volta de 1958 e foi uma das primeiras professoras da Escola Rural existente na fazenda do pioneiro Álvaro Rodrigues de Almeida. Anos depois passou a lecionar na Água Vermelha, próximo ao vilarejo de Nova Castilho, onde conheceu e se casou com João Gica. O casal teve sete filhos: João Eduardo, Márcio, Cássia, Yara e Yeda (gêmeas), Maurício e Heloísa.
Identificando algum dos demais retratados, mande um e-mail para o nosso embornal.
(foto: Álbum de João Eduardo de Carvalho)

Festa Junina

Pedro Arruda foi policial civil em Araçatuba até que, pretendendo iniciar na advocacia, levei-o para o meu escritório. Tempos depois retornou à terra natal, onde mantém um dos mais conceituados escritórios de advocacia da região.

Em Araçatuba ele residiu, durante algum tempo, numa república onde organizamos boas festas. Numa delas convidamos amigos policiais civis, que prometeram comparecer depois de encerrado o plantão. Lá pelas tantas da madrugada, casa lotada e todo mundo de tanque cheio, estacionou na porta uma viatura policial com os sinais luminosos ligados e um bando de policiais invadiu a festa.

A maior parte dos convidados não sabia que o dono da casa era policial e que os invasores eram convidados. Na dúvida, uma turma saiu correndo, alguns querendo pular janelas, pensando que se tratava de uma blitz. Teve gente que ficou o resto da noite escondida e ressabiada.

Durante os meses de junho os restaurantes araçatubenses promoviam Festas Juninas, com cardápio típico, quentão, pipoca, amendoim, correio elegante e garçons vestidos a caráter. Resolvemos promover uma festa desse tipo e a idéia criou ânimo quando encontramos três sujeitos com cara de nordestinos, vestidos a caráter, com chapéu de couro e tudo, tocando forró numa lanchonete.

Pedro combinou de buscá-los, porém, no dia da festa os convidados foram chegando, todo mundo vestido de caipira, os comes e bebes preparados, a casa começou a encher de gente e cadê a banda?

Ao aparecer depois de muito tempo, Pedro justificou a demora por ter perdido o endereço dos músicos, só se lembrava do bairro, do primeiro nome do sanfoneiro e de que ele havia dito que trabalhava na Prefeitura. Como não podia deixar de encontrá-los senão seria praticamente linchado na festa, saiu de esquina em esquina perguntando por um baiano tocador de sanfona e funcionário municipal.

Imaginem a cena: tarde da noite um sujeito percorrendo o bairro vestido de caipira, camisa listrada cheia de remendos, calça na canela amarrada na cintura com barbante e com remendo nos fundilhos, botina com um buraco na sola outro em cima do dedão, uma espiga de milho no bolso, gravata de cor berrante, chapéu de palha, a cara toda rabiscada de preto tentando formar um bigode e uma mancha na ponta do queixo representando um cavanhaque.

A salvação da lavoura foi que todo mundo no bairro conhecia o homem e na segunda esquina indicaram o endereço, apesar dos olhares de espanto e das caras demonstrando contenção de riso diante do personagem caipira que procurava o sanfoneiro.

- Achar os homens foi fácil, difícil foi trazer a zabumba!

É que depois de colocar os instrumentos e os músicos no carro a zabumba do tocador não coube e o dono já estava quase desistindo do contrato. O jeito foi achar uma solução rápida:

- O zabumbeiro veio com a bicha pendurada do lado de fora da porta, mas que veio, veio! Taí ó!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Blog do Manoel Afonso

Mais um salgadense blogueiro - O advogado Manoel Afonso é reconhecidamente, um dos principais colunistas políticos do Estado de Mato Grosso do Sul. Também é comentarista do Jornal da Rede Record-MS. Agora inaugurou seu blog (clique aqui), onde publica crônicas e comentários políticos. O blog merece uma visita.

quarta-feira, 4 de março de 2009

É FESTA! 3 - Carnaval

Mais uma vez o carnaval de General Salgado atraiu um imenso público.

O bloco PB! mostrou a animação de sempre.

O Bloco Babilake fez sua festa.

O Tô-Que-Tô manteve a tradição de desfiles festivos e coloridos.
Desde 1983 o tradicional Bloco das Piranhas preenche a tarde de segunda-feira dos foliões. Este ano contou, mais uma vez, com a apresentação deste blogueiro.
O Toloko é o bloco que conta com maior número de foliões.
Haja cerveja!
(fotos: Jornal A Gazeta da Região)

terça-feira, 3 de março de 2009

Um Dedo de Prosa 4

Registramos e agradecemos, mais uma vez, os amigos que contribuem para que o nosso Proseando continue firme na missão de resgatar e homenagear a história da cidade.

São inúmeros os visitantes que mandam mensagens, histórias, fotos e registram suas visitas no mural. Não fosse a colaboração de todos, não teríamos material suficiente para abastecer o blog a cada semana.

Algumas mensagens merecem destaque, não só como forma de agradecimento, mas, principalmente, para noticiar o paradeiro de alguns salgadenses perdidos pelo mundo.

Lafaiete Ramos está em São José do Rio Preto há muitos anos, e nos enviou a seguinte mensagem: “Suas histórias são fantásticas, e muito vivas, você faz parecer que foi ontem! O legal de tudo é que a história está escrita, e esperamos que nossos filhos possam continuar contando-a. Histórias vividas e bem vividas, representadas por atores de qualidade, que fazem questão de não esquecer suas origens e tudo isso é muiiiiito bom! Valeu, li todas, simplesmente THE BEST!!!”

Atualmente Lafaiete é professor de Marketing, Programação Neurolinguística, Palestrante, Auditor, Consultor Administrativo, Comercial e Comportamental, e orientador de pesquisa de mercado. Atua na empresa People´s Training (visite o site da empresa).

David Cristoni continua Belo Horizonte, registrou sua saudade dos carnavais salgadenses: “Que surpresa agradável ver estas fotos da época do Maluko. Muitas lembranças e muitas saudades. Na medida em fui lendo, foi passando um "filminho" de tudo aquilo. Parabéns, mais uma vez você foi fundo e nos deixa emocionado”.

José Henrique Fantini, de quem eu não tinha notícias desde o final dos anos 1970, mandou notícias do Paraná, onde é sócio de uma empresa de transportes: “Carlinhos da Telesp. Sou o J. Henrique Fantini, e fiquei muito feliz de você ter se lembrado de mim. Pois hoje moro em Curitiba (Legião dos exilados de Salgado), devido migração em busca de oportunidades. Que bom que você tomou a iniciativa de contar coisas que aconteceram durante a infância, pois hoje tenho o que contar aos meus filhos e mais ainda posso mostrar na Net”.

Ivone Fantini, irmã do Zé Henrique, com quem trabalhei no Fórum de General Salgado, também mandou notícias: “O seu blog tem nos proporcionado momentos maravilhosos, pois igualmente a todos os outros, estamos sempre procurando por notícias. Lembro-me quando General Salgado comemorou seu 44 aniversário de emancipação política teve uma foto estampada no volante da loteria esportiva. Minha irmã Zezé trabalhava em uma agência do Banco Bamerindus em São Caetano do Sul, tratou de levar um volante para cada colega da agência para que vissem que a cidade dela existia e era emancipada. Este volante ela guarda como uma relíquia até hoje, estou te mandando a foto. Mais uma vez, Que Deus continue te abençoando e colocando brilhantismo em suas idéias para que possamos usufruir delas. Um grande beijo, de toda família”.

Outra mensagem muito interessante veio de Sorocaba. Marilete Queiroz, outra assídua freqüentadora do blog, descobriu por lá um médico que havia vivido em Nova Castilho na década de 1940. Ao conhecer o blog ele, gentilmente, nos enviou esta mensagem: “Caro Cal. Li no seu Blog Proseando sobre Nova Castilho. Fiquei realmente emocionado com a foto da igreja construída pelo Joaquim Castilho. Já fui morador de Nova Castilho quando ainda era Vila Castilho. Suas histórias sobre os leilões, circos e quermesses me emocionaram muito, pois já vivi tudo isto que você conta ai em Nova Castilho nos idos de 1938 até 1954. Se você quiser, posso ajudá-lo recordar alguma coisa desta época. Muito obrigado por me trazer um passado dos melhores anos de minha vida. Um grande abraço. Joaquim Fonseca Rosas”.

Respondi ao e-mail do Dr. Joaquim e fiquei ansioso aguardando sua colaboração. Marilete me avisou que ele se dizia entusiasmado, recolhendo fatos e fotos para nos enviar. Porém, algum tempo depois ela nos comunicou o falecimento do médico, para nossa tristeza. Uma pena. Que Deus o tenha em bom lugar!

Outros salgadenses que enviaram mensagems: Norma Santos, José de Paula Castilho, Alex Galhardo, Marli Graça Calazans, Joice Marques, Leonço Alencar, Carla Zoccal, Kleber Varnier, Neide da Silva, Evandro Ferreira, Neuseli Marino e Lara Castilho.

Enfim, a participação e a colaboração dos visitantes é o que tem mantido o blog abastecido e atualizado.

Muito obrigado a todos.


Em novembro de 1988 o bilhete da Loteria Esportiva registrou o 44º aniversário da cidade. Naquela época, o aniversário era comemorado no mês de novembro. Anos depois a administração do município escolheu o dia 15 de setembro para celebrar o evento. (colaboração: Ivone Fantini)

segunda-feira, 2 de março de 2009

Memória 68 (Mauro Castilho e Beto Carrero)

Mauro Castilho e Beto Carrero - O salgadense Mauro Castilho, filho do ex-Prefeito Arcídio Castilho, foi por mais de 20 anos o braço direito do empreendedor Beto Carreiro. Juntos bateram todos os recordes de público em apresentações circenses, com shows em todas as capitais do Brasil e ainda Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia e México.
Mauro faleceu em 2003 e Beto em 2008. Pecos Castilho, filho de Mauro, continua viajando pelo Brasil afora com o circo, que agora se chama Monte Carlo. Os filhos de Pecos são pequenos astros do show.
Visite o site do Monte Carlo Circus: http://www.montecarlocircus.com.br/
A história completa da dupla está contada aqui no Proseando (CLIQUE AQUI).
(foto: Álbum de Pecos Castilho)

Mauro Castilho 4

Com a contribuição dos amigos da Família Castilho que enchem de histórias a comunidade criada no site de relacionamentos Orkut para homenagear o salgadense Mauro Castilho, vamos contando algumas de suas estripolias.

Num final de tarde em sua casa de Santa Catarina, Mauro conversava com a família na varanda. De repente percebeu um pequeno buraco no quintal, de onde saiam baratas.

No dia seguinte, ao invés de comprar veneno para extinguir os insetos, ele apareceu com umas bombinhas de festa junina, fogos de artifício. Riscou uma delas e lançou no buraco. O estouro mostrou que o rombo era profundo, voaram baratas mortas e as crianças se divertiram com a aventura.

De repente alguém chamou do interior da casa e todos correram para ver o ocorrido. Ao chegarem ao banheiro notaram que as paredes estavam ensopadas de água. O buraco no quintal acessava a fossa séptica e a pressão do estouro da bomba fez com que a água do vaso sanitário se espalhasse por todo o banheiro.

Ainda bem que não havia ninguém sentado no trono no momento da explosão.

Quando descobria palavras novas e aprendia o seu significado, ele gostava de incluí-las nas próximas conversas. Certa vez descobriu a palavra “obséquio” e tomou gosto por ela. Voltando com os filhos da praia de Balneário Camburiú, a fim de entreter as crianças cheias de areia que discutiam e choravam, parou o carro nas proximidades de um ponto de ônibus e pediu informações a duas mulheres, sobre a localização de ruas da cidade.

Após a explicação ele olhou sério para as moças e sapecou:

- Muito obrigado pela informação. Mas, me digam, por obséquio, qual de vocês peida mais fedido?

Acelerou o carro para fugir da reação das moças, sob gargalhadas dos filhos, mas não escapou das pesadas broncas de dona Zilma.

Todo final de ano a família se reunia na praia em Balneário Camburiú. Eram muitos dias de festa, churrasco, cervejada, baralho e diversão.

De vez em quando ele arrastava os genros para um bar nas proximidades, onde havia grande variedade de cachaça. Tinha especial preferência por uma pinga curtida no agrião. Tomava uns goles e oferecia aos genros que recusavam. Para aprontar com as mulheres da família ele molhava a mão na cachaça e passava no rosto dos genros. Quando voltavam para casa provocava brigas das filhas com os maridos:

- Sintam só o cheiro de cachaça! Esses caras são todos pinguços...

Lara tinha uma amiga de faculdade que às vezes levava para passar fim de semana na casa da família. A garota namorava um paraibano. Certo dia ao chegar à casa ela deu de cara com o Mauro que a cumprimentou:

- Oi Carne Seca. Tudo bem?

A moça estranhou o apelido, não entendeu nada.

- Tio Mauro, por que o senhor me chamou de Carne Seca?

Ele riu e explicou:

- Comidinha de paraibano!