terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Feliz 2012


Praça Nossa Senhora das Dores - General Salgado (SP)
(Foto: Glauber Costa, publicada no site oficial da cidade: http://www.generalsalgado.sp.gov.br/)

Na aplicação de qualquer receita destinada à composição da felicidade, não te esqueças do aviso de que a felicidade nasce de ti mesmo.

Não aguardes do mundo a segurança que tão somente poderá ser construída por ti mesmo, dentro de ti.

Nunca menosprezes o trabalho que a vida te confiou.

A tarefa que desempenhas hoje é a base de teu apoio futuro.

Aceita-te como és e com aquilo de que disponhas para realizar o melhor que possas.

Observa que não existe criatura alguma destituída de valor e da qual não venhas a necessitar algum dia.

Quanto possível, conserva a luz da virtude que te norteia a elevação, mas não permitas que a tua virtude viva sem escadas para descer ao encontro daqueles que se debatem sob a ventania da adversidade a te pedirem socorro e compreensão.

Sê fiel ao campo da verdade que abraças, sem desconsiderar a parte da verdade em que os outros se encontram.

Usa a paciência nas pequenas dificuldades para que te não falte serenidade nas grandes crises que todos somos levados a facear nas trilhas do tempo.

Não te apegues aos anseios da juventude, nem te acomodes com o cansaço de muitos que ainda não aprenderam a viver com a criatividade da madureza.

Recorda que até hoje ninguém descobriu o ponto de interação onde termina a fadiga e começa a ociosidade.

Em qualquer tempo, exercita a fortaleza espiritual para que as tuas energias não se dissolvam, de inesperado, quando as calamidades da experiência humana se façam inevitáveis.

Resigna-te a transitar no mundo, entre os que se te revelem na condição de opositores naturais aos teus pontos de vista, mas não formes inimigos nem cultives ressentimentos.

Não abuses e nem brinques com os sentimentos alheios.

Guarda a tua paz, ainda mesmo nas grandes lutas.

Não creias em pessimismo e derrota, solidão e abandono, porque, se amas conforme determinam as Leis do Universo, descobrirás a beleza e a alegria em qualquer circunstância e em qualquer parte da Terra.

E jamais desesperes, porquanto sejas quem sejas e estejas onde estiveres, ninguém te pode furtar o privilégio da imortalidade e nem te arredar do esquema de Deus.

EMMANUEL
(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública da noite de 26 de Janeiro de 1973, na Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, Minas Gerais).

Feliz Natal


Praça N. Sra. das Dores - General Salgado (SP)
(foto: Glauber Costa, publicada no site oficial da cidade: http://www.generalsalgado.sp.gov.br/).

Soberano Singular

Durante milênios Ele foi aguardado. Falava-se de um soberano poderoso, governador das estrelas. Um Ser, cujo poder abalaria o mundo.

Os homens O idealizaram coberto de riquezas, rodeado de servos. Imaginaram que Seu nascimento seria noticiado a todos os poderosos da Terra.

Que haveria sons de trombetas e anúncios bombásticos. Então, Ele chegou. Aguardou um dia em que a cidade regurgitava de estrangeiros e todas as mentes estavam voltadas para as questões das suas próprias existências. Buscou um lugar mais afastado, longe do burburinho das gentes. Um estábulo.

Entre o feno foi-Lhe preparado um improvisado berço. E Ele veio à luz, tendo como testemunhas silenciosas um boi e um burro. Animais que simbolizam o trabalho e a submissão.

Escolheu por pai um carpinteiro, um homem de índole pacífica e rija têmpera. Por mãe, uma jovem mulher, portadora de peregrinas virtudes e invulgar sabedoria.

Como arautos de Sua chegada teve um coro de vozes celestiais segredando a almas simples, no campo, as notícias alvissareiras: chegara o Rei.

E os pastores, deixando suas ovelhas, foram procurar o menino envolto em panos, conforme lhes falara o celeste mensageiro.

Um nascimento na noite/madrugada. Um menino que dividiria a História da Humanidade, que conquistaria o reino mais difícil de ser encontrado: o coração da criatura humana.

Na fragilidade em que Se exilou, de forma temporária, pacientemente aguardou que o tempo Lhe fosse propício à semeadura para a qual viera.

Quando o tempo se fez, deixou o lar paterno e foi amealhar Seus seguidores. A nenhum prometeu valores amoedados ou projeção pessoal. Ao contrário, falou de abnegação, de perseverança e dedicação. Alertou que nada deviam esperar do mundo porque Ele próprio não era detentor de uma pedra sequer para repousar Sua cabeça.

Alertou do trabalho incansável a que Ele Se devotava, da mesma forma que o Pai que está nos Céus.
Disse das aflições e das perseguições que padeceriam, simplesmente por segui-lO e divulgar a Sua mensagem.

Veio para servir, jamais desejando para Si qualquer honraria ou deferência. Encontrou o coração dilacerado de uma mãe viúva, conduzindo o corpo do filho ao túmulo e o restituiu ao materno carinho.

Estendeu convite a um jovem rico de ambições, a uma mulher equivocada, a um cobrador de impostos, a uma vendedora de ilusões. Consolou os aflitos corações das mulheres que por Ele derramavam lágrimas, no caminho do Calvário.

Entregou-Se em sacrifício, sem nenhuma nota dissonante, e dignificou a morte, aceitando-a em preces ao Pai.

Na data em que Seu nascimento é lembrado, entre cânticos de ventura e mimosas trocas de presentes, nossos corações se erguem, em preces, louvando-Lhe a Celeste presença.

E, com sempre inusitada alegria, reunimos a família em torno da mesa, visitamos os amigos, abraçamos os colegas.

Tudo em nome e em homenagem a um menino, Celeste Menino, vindo das estrelas ao nosso ainda pobre e sofrido planeta de provas e expiações.

Rei solar. Rei dos céus. Pastor das almas. Mestre e Senhor. Nosso Senhor Jesus.

(redação do Momento Espírita. Em 19.12.2011).

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Memória 110 (Romano e Romeu)



Romano e Romeu (1981) - Os irmãos Marão e Odair animavam as festas salgadenses nos anos 70, e no início dos anos 80 conseguiram gravar alguns discos com relativo sucesso. Exímios violonistas, eram requisitados em toda a região para cantar em festas e eventos.
(foto: Álbum de Pedro Giamatei).

New Castilho City

Essa aconteceu em meados dos anos 80.

Zé do Braz arrumou um peão que não tinha muito jeito para o trabalho, chamado Angorá. Como o dito cujo não gostava do batente, o patrão começou a carregá-lo para cima e para baixo como companhia. Passou a ser tratado de "segurança do Zé do Braz", e gostou da idéia, praticamente assumindo o papel. Em todos os locais em que paravam para conversar com alguém ou tratar de algum negócio, o peão ficava olhando ao redor, comportando-se como verdadeiro guarda-costas.

Certo dia em Nova Castilho, o segurança chegou no boteco do Zé Carlos Honorato e avisou que o "doutor Zé do Braz" tinha ido embora para Auriflama e deixado a ele a responsabilidade de cuidar do vilarejo. Imediatamente a turma decidiu aprontar alguma.

Gumercindo Pereira saiu de fininho e, ao retornar, começou a discutir am altos brados com o Zé das Vacas. No meio do bate-boca levantou a camisa para mostrar um revólver na cintura. Zé das Vacas foi até o carro e também retornou armado, dando corda à "discussão" e exibindo o revólver. Quando notou os contendores armados e percebeu que a discussão poderia piorar, Angorá tentou acalmar os ânimos. Mas sua intervenção nada adiantou e o bate-boca pegou fogo. De repente os brigões partiram para o meio da rua e sacaram as armas, enquanto o Angorá se escondeu atrás do balcão da venda.

Gumercindo e Zé das Vacas, um atrás de um poste e outro acocorado ao lado de um carro, apontavam as armas e faziam de conta que atiravam. Enquanto isso, alguém da turma acendia bombinhas de festa junina e jogava na rua ao lado. Depois de uns dez minutos de tiroteio - acabou o estoque de bombas - tiveram que dar uma trégua, e o Angorá, aproveitando o armistício, saiu correndo em direção ao Posto Telefônico.

Naquele tempo, o Posto Telefônico funcionava ao lado do Bar do João Careca, e sua filha Dinha era uma das telefonistas. Esbaforido e com os olhos arregalados Angorá entrou no posto e pediu uma ligação urgente para o Dr. Zé do Braz, em Auriflama. Mas a telefonista também estava avisada da brincadeira, e transferiu a ligação para a casa do Gumercindo, onde todos aguardavam o fecho da estória.

- Dr. Zé do Braz, pelo amor de Deus! O senhor precisa vir aqui em Nova Castilho agora!

- Que aconteceu Angorá? - perguntou Gumercindo tentando imitar o Zé do Braz - Eu não deixei você responsável por tudo? Como é que você me deixa acontecer alguma bagunça aí? O que é que foi?

- Doutor! Isso aqui virou um faroieste!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Memória 109 (Atletas)


Estádio Paulo Posseti (1970) - Os atletas Pedrinho Giamatei e Edgar Contente (o Dega), se preparando para mais uma apresentação do escrete salgadense. Os muros do Estádio Municipal Paulo Posseti só foram construídos por volta de 1976/77, quando houve uma festa de reinauguração.
(foto: Álbum de Pedro Giamatei).

O porre do Vande

Essa aconteceu depois de uma festa que atravessou a noite, o que, na nossa época, era difícil acontecer. Os botecos fechavam cedo, a cidade não tinha nenhum tipo de atração noturna. Tínhamos que inventar algumas comemorações especiais para reunir a turma.

Fim de festa, o dia amanhecendo, todo mundo de tanque cheio e começando a refugar cachaça. Vande Mendonça, que sempre foi dos que mais bebiam, com uma resistência que surpreendia a todos, reclamou que não estava bem. 

Os amigos foram acudi-lo e ele explicou que estava sentindo o estômago embrulhado, cheio demais. Alguém quis ajudar:

- Enfie o dedo na garganta e vomite. Só assim pra você melhorar.

Ele não perdoou:

- Se coubesse o dedo eu bebia mais uma!