quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mais um ano se passou...

Imaginemos que a vida é um trem em movimento...
De quando em vez rápido demais...
Outras vezes mais lento...
Nele embarcam e desembarcam pessoas...
Algumas desembarcam sem serem notadas...
Outras deixam saudades...
Algumas mais especiais se destacam e nos fazem falta...
Vocês estão dentre aqueles que se fizeram notar...
Por isso, tendo desembarcado onde quer que seja ou trocado de vagão, recebam de nosso abraço carinhoso...
Que o Natal seja de paz, amor e felicidades...
Que 2010 traga o que todos desejam.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Dona Alivina ataca novamente

Dona Alivina, avó de minha amada Samanta, de vez em quando vem passar uns dias em Chapadão do Sul.

Apesar de cada dia mais avoada, ainda conserva muita disposição para o trabalho. Ao invés de aproveitar seus dias de visita para descansar, prefere passar o dia com as mãos nos canteiros do jardim. Cuida da nossa horta como poucos.

Numa dessas visitas Samanta lhe pediu uma antiga receita de bolo. À medida que ia conferindo e acrescentando os ingredientes inquiria a avó sobre as quantidades.

- Vó, nesse bolo vai ovo?

- Ovo? Acho que vai. Bem, quando tem eu ponho, quando não tem eu não ponho...

Noutra vez em que ela aqui esteve toda a família exultava com a gravidez de minha cunhada Agnes, que aguarda o primeiro filho. Samanta pediu à avó algumas opções de nomes de menino, uma vez que os pais ainda não haviam decidido que nome dar ao bebê.

Dona Alivina resolveu contribuir para o debate com alguns nomes em desuso:

- Wilson é um nome bonito...

Depois de alguns minutos alheia aos demais comentários arrematou:

- Vanderlei... Lá em Salgado tem um moço lindo que chama Vanderlei!

(Outras histórias de Dona Alivina: CLIQUE AQUI)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Memória 82 (Arcidio Castilho e Cuiabano)

Encontro político (1969) - Arcidio Castilho, prefeito de General Salgado por duas vezes (1960/1963 e 1969/1972), o Vice-Prefeito João Marques, João Batista Botelho (Cuiabano), prefeito de Araçatuba por duas vezes (1960/1963 e 1969/1972), reunidos com José Vicente de Faria Lima (Prefeito de São Paulo de 1965 a 1969) e Laudo Natel, que governou o Estado de São Paulo em 1966/1967 e 1971/1975. Analisando-se as datas e os personagens é possível confirmar o ano da foto como sendo 1969, primeiro ano de segundo mandato de Arcidio e Cuiabano. Além disso, Faria Lima faleceu em setembro de 1969.
Como narramos aqui no Proseando, os prefeitos de General Salgado e Araçatuba trabalhavam em conjunto para obter benefícios para as duas cidades (CONFIRA AQUI).
(foto: Álbum de Maria Zoccal Marques, publicada no Jornal A Gazeta da Região).

Vande

O saudoso Vande Mendonça, personagem de muitas histórias aqui no nosso Proseando, foi questionado por alguns amigos que acreditavam que ele vinha exagerando na bebida.

Ele resolveu contemporizar, afirmando que havia diminuído o ímpeto alcoólico:

- Eu agora só bebo no domingo e no Natal!

Os amigos gostaram da notícia de que ele não estava, como sempre, bebendo todos os dias. Afinal de contas, havia algum tempo que o inveterado boêmio salgadense mostrava sinais de que a saúde não andava boa.

Não demorou cinco minutos até que ele justificasse a decisão:

- É que lá perto de casa tem dois botecos. Num o dono se chama Natal e no outro Domingos...

(Outras histórias do Vande: CLIQUE AQUI)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Salgadense preside a FEV

Nelson Thomé Seraphim Junior
(foto: Jornal Diário de Votuporanga)

O Engenheiro Agrônomo salgadense Nelson Thomé Seraphim Junior, foi empossado no último dia 13/11 no cargo de Presidente da Fundação Educacional de Votuporanga (SP). A FEV é a entidade mantenedora do Centro Universitário de Votuporanga - UNIFEV, Colégio UNIFEV e da Fundação Rádio Educacional de Votuporanga (FREV), com a Rádio Universitária FM e a TV Educativa.

Formado pela Unesp de Ilha Solteira, Nelson Junior é casado com Ana Paula Castilho Garcia (votuporanguense descendente dos Castilhos salgadenses) e tem dois filhos: Vitor e Artur. É filho de dona Marleine Gagliardi e do saudoso Dr. Nelson Thomé Seraphim, um dos primeiros e mais conceituados advogados de General Salgado.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Sr. Brasil



O melhor programa de música da TV brasileira - Apresentado por Rolando Boldrin, legítimo defensor da melhor música brasileira, o programa Sr. Brasil, da TV Cultura SP é sinônimo de inteligência e cultura. Vale a pena assistir. Toda terça-feira às 22:00 horas e reprise aos domingos às 10:00 horas. O site do programa vale uma visita: CLIQUE AQUI.

Correio Elegante 2 (Família Castilho)

Família Castilho - Descendentes de Mauro Castilho, filho do ex-prefeito Arcidio Castilho: Claiton, Manoela, Juliana, Pecos, Luciana, Lara e Marina. Pecos roda o país com seu circo, enquanto o restante dos familiares se dividem entre Tocantins e Santa Catarina.
(foto: Álbum de Lara Castilho)

Motivo Justo

Um salgadense gaiato, cujo trabalho mais pesado é visitar todos os bares da cidade, do tipo que levanta cedo para ficar mais tempo à toa, e que nunca teve qualquer tipo de cuidado com a saúde, de repente começou a madrugar para participar das caminhadas que os salgadenses costumam fazer pela Avenida Orlando Prestes.

Os freqüentadores do local estranharam a presença e resolveram inquiri-lo sobre os motivos pelos quais havia aderido à saudável prática.

A resposta foi elucidativa:

- Bichô, se o Fulano de tal que tem um mulherão em casa levanta todo dia cedo e vem pra cá, o que é que eu, com a mulher que eu tenho, vou ficar fazendo na cama?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Memória 81 (Batizado Ana Paula)

Batizado de Ana Paula Veschi Bernabé (Agosto/1984) - A avó paterna Izaltina Bernabé, o saudoso Padre Victorino com Ana Paula no colo, os pais Wilson (Pio) e Cássia, e o avô Elizeu Bernabé.
(foto: Álbum de Cássia Veschi Bernabé)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Cidão 2

O folclórico caminhoneiro Cidão Baiano abastecia seu veículo sempre no mesmo Posto de Combustíveis, a crédito.

A conta foi aumentando e o proprietário determinou aos frentistas que suspendessem o crédito até que houvesse um acerto.

Dias depois o motorista estacionou o bruto diante da bomba e determinou ao frentista que completasse o tanque. Meio constrangido o empregado transmitiu-lhe o recado do patrão: o crédito estava suspenso.

Cidão não se deu por vencido, entrou no escritório do empresário e repreendeu-lhe em altos brados:

- Ô chegado! Se você não agüenta vender fiado, não ponha a cara não...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Correio Elegante 1 (Antonio Carlos e Marilete)

Salgadenses em Sorocaba (SP): Paulo Henrique, Samantha, Antonio Carlos, Marilete e Fernanda.
Antonio Carlos dos Santos Souza é filho de Joana e Carlos dos Santos Souza (conhecido como Cabrália), antigo carcereiro da Delegacia de Polícia de General Salgado. Marilete Queiroz Camargo é filha de dona Joracy e de João Camargo (conhecido como João Rosa), neta dos pioneiros Ana e Pedro Rosa. Seu Pedro era primo do Coronel Euflauzino Castilho, que era casado com uma irmã de dona Ana. Antonio Carlos trabalhou na agência local da Nossa Caixa (naquele tempo Caixa Econômica do Estado de SP) e Marilete foi, por muitos anos, funcionária do Escritório Contábil do Beletti. Em 1985 mudaram-se para Sorocaba (SP), onde residem atualmente. Paulo Henrique cursa Faculdade de Direito; Samantha é advogada e Fernanda médica veterinária. (foto: Álbum de Marilete)

Correio Elegante - é uma nova seção aqui no Proseando que inauguramos hoje e pretende mostrar salgadenses que vivem por aí afora, mas que sempre aparecem (na cidade e aqui no Proseando) para rever amigos e familiares e matar a saudade da nossa terra. Correio Elegante era o nome dos bilhetes que existiam antigamente nas quermesses da Praça da Matriz, muito utilizado pelos jovens para paqueras e namoros.
A seção está à disposição de todos. Mandem fotos com informações para o nosso embornal, teremos prazer um publicá-las.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

João de Melo

João Alves de Melo
(foto: Jornal A Gazeta da Região)
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Debaixo de uma frondosa árvore que existia no quintal da casa do Professor Paulo Ricoy de Camargo, em Nova Castilho, lá pelos idos de 1974 ou 1975, um grupo de músicos salgadenses animava uma festa de aniversário.

Eu, com uns 9 anos de idade, não conseguia desgrudar os olhos daquele grupo. Fascinado pelo som dos violões e pela harmonia das vozes, nasceu em mim naquele dia o desejo de aprender a tocar o instrumento.

Dentre os músicos um se destacava por dois motivos. O primeiro era a voz grave e retumbante e o outro, um estupendo domínio do instrumento demonstrado em solos e dedilhados perfeitos e envolventes. Seu nome era João de Melo. Os outros integrantes do grupo eram Márcio Teixeira, Fio e Ciridião Frota.

Os adolescentes da minha época cresceram ouvindo estes músicos e muitos foram seus alunos de violão. Anos depois seu irmão Natal de Melo abriu um bar na esquina da Avenida Antonino com a Rua Nadir Garcia (onde hoje se acha a videolocadora do Tiozinho). Todo final de tarde o boteco se enchia de gente para ouvir os dois irmãos cantando. Daí nasceu o projeto de gravarem o primeiro disco, o que aconteceu em 1981.

A primeira música do disco se chamava “50 dias de saudade” cujo refrão dizia: “Estamos separados há quase dois meses / são cinquenta dias de saudade e dor / por simples capricho a mandei embora / mas a vida agora não tem mais valor”. Para gravar o LP a dupla assumiu o nome de Divanei (Natal) e Deni Rey (João).

João fora, no entanto, um artista muito precoce. Com 14 anos dominava o violão e reuniu os amigos Djair Filó, Odair e Rui para formar um conjunto que animava festinhas pela cidade. O grupo se chamava Quarteto Vocalistas Som e tocava de tudo, do rock ao sertanejo. Aos 18 anos se apresentava nas rádios da região cantando os maiores sucessos da música sertaneja.

Apesar de ter gravado um segundo LP, a dupla Divanei e Deni Rey, infelizmente, não fez muito sucesso, pois naqueles tempos os métodos de divulgação de discos estavam muito atrelados ao domínio financeiro das grandes gravadoras. Muito diferente de hoje em que a internet e as rádios permitem maior acesso do público aos artistas independentes.

João continuou cantando em conjuntos de bailes, animando festas e conquistando fãs. Também era assíduo participante do coral da Igreja Nossa Senhora das Dores. Nesta altura, já tinha a companhia do filho Johnny, cujo talento ele mesmo lapidou. Alguns anos depois surgiu a oportunidade de cantar ao lado do grande Amaraí, da imortal dupla Belmonte e Amaraí. Gravaram um disco no qual João assumiu o nome de Montenei.

Quando Amaraí decidiu cantar com o filho Franco, João retomou a dupla com Natal e gravaram dois CDs, um deles com renda revertida em benefício do Hospital Bezerra de Menezes.

Aos 54 anos de idade, o mais talentoso dos músicos salgadenses nos deixou no dia 2 de setembro de 2009, depois de longo período de luta contra grave doença. Deixou a esposa Fátima, os filhos Johnny e Danila e duas netas: Bruna e Ana Júlia.

Seu desaparecimento precoce provocou intensa consternação nos inúmeros amigos que ele deixou, e que compareceram aos funerais para homenageá-lo. Ciridião, Márcio, Djair e Negão despediram-se do amigo lembrando as canções que ele mais gostava.

Ao receber a triste notícia não pude deixar de me lembrar daquele dia em Nova Castilho e ouvir novamente a sua voz cantando e me encantando: “Ouvindo o murmurar da cachoeira / das águas que desabam da pedreira / são as mais belas horas que existem em minha vida / ver a madrugada nascer florida”.

Obrigado João. Que Deus lhe guarde!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cidão

O caminhoneiro Aparecido Mateus, o famoso Cidão Baiano, é outro dos folclóricos personagens salgadenses que merecem ser lembrados aqui na nossa prosa.

Trata-se de mais uma dessas figuras engraçadas que muita gente pensa só existir em General Salgado.

É um tipo muito engraçado e gozador, dono de uma voz grave e inquisitiva. Só pela conversa você percebe que se trata de uma figura.

Certa vez candidatou-se a vereador e, como morava defronte ao portão de um dos colégios onde os salgadenses votavam, traçou um plano infalível para ser eleito.

Chamou a mulher e noticiou o intento:

- Rosa, no dia da eleição você me faça uns 300 sanduíches.

- Pra que tudo isso?

- Vou cercar os eleitores aí na porta do colégio e trazê-los aqui em casa, fazer um agrado... Tenho certeza que serei um dos mais votados...

No dia da eleição colocou a estratégia em prática. Convidava os conhecidos para um café antes de votar e, no interior da residência, oferecia um sanduíche e pedia o voto. Embalados por sanduíche e café os eleitores não tinham como negar.

Quando a grande cesta de pães chegou à metade ele analisou a situação e mudou o plano.

- Rosa, pode parar de fazer sanduíche. Já tô eleito! Nem precisa gastar esses pães que estão sobrando aí. Tenho 150 votos garantidos.

Abertas as urnas, a decepção foi grande: 6 votos.

E ainda teve que arcar com as despesas da padaria!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Memória 80 (José Luiz Marques Neto)

José Luiz Marques Neto e família - 1939
Luiz José (casou-se com Guiomar Rodrigues), Diomásio (Marta de Lima), Oswaldo (Alzira Anastácio), Milton (Maderlei dos Santos), Maria Cândida, Valdemar (Alzira Marques), José Luiz Marques Neto, Maria (Domingos Fantini), Manoelina (Natalino Constantino) e Altina (Pedro Salustiano Marques).
(foto: Acervo da Família Marques)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

É FESTA! 13 (Família Cunha)

Bodas de Ouro - O casal Dulce e João Cunha celebrou 50 anos de união ao lado de filhos, noras, genros e netos: Felipe Cavassan, Cavassan, Márcia, Nildemar (o Branco), Lucimar, Eduardo Cavassan, João Cunha, Dulce, Gustavo, Rafael, Josemar, Alcinéia, Vítor, Dulcimar, Beathriz, Sandimar, Simone, Laura e Fernanda.
(foto: Álbum de Dulcimar Cunha)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Memória 79 (Netos de Hipólito)

Primos (1966) - João William, José Francisco, Sérgio Marques, Miltinho Castilho e Carmem Silvia Marques. Os primos - pequena parte dos muitos netos do pioneiro Hipólito Marques - alinhados em reunião de família.
(foto: Álbum de Miltinho Castilho)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Pinga-Fogo 3

O grupo de salgadenses que anualmente vem a Chapadão do Sul para futebol, churrasco, música e amizade, costuma pegar a estrada muito cedo no dia da viagem, por volta das 4:00 horas da matina. A viagem dura cerca de quatro horas.

Num desses anos quatro carros deixaram a cidade sintonizados na mesma Rádio FM, que naquele horário tocava boa música caipira. Uma dessas boas rádios de Fernandópolis ou Jales.

Nas proximidades de Jales o Pinga Fogo telefonou para a rádio encomendando uma música e pedindo que o locutor enviasse uma saudação especial à caravana. O pedido foi atendido e minutos depois todos ouviram o recado do radialista:

- Essa música nós vamos mandar para os amigos de General Salgado que nessa madrugada pegaram a estrada e estão indo a Chapadão do Sul jogar futebol: Pinga Fogo, Negão, Gappa...

Assim que a música terminou e o locutor retomou o bate papo, veio outra mensagem:

- Atenção pessoal de General Salgado que está indo a Chapadão do Sul, o Raé lá de Salgado ligou aqui pra dizer que essa história de futebol é cascata. Ele disse que vocês devem estar indo atrás de outras coisas, porque Pinga Fogo, Sertão, Gappa, esse pessoal nunca quis saber de futebol...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Luísa, Maite e as pitangas

No ano passado nossa pequena Luísa se divertiu com as pitangas do nosso quintal (VEJA AQUI). Voltou a primavera e as pitangueiras mostraram nova carga de frutos, para deleite de Luísa que, desta vez, ganhou a companhia da irmãzinha Maite.
Maite, com nove meses, já quer seguir todos os passos da irmã.
Pelo jeito, também vai gostar das pitangas.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Quarenta Mil

Esta semana o Proseando alcançou a incrível marca de 40.000 acessos.

Para um blog pequeno é uma marca muito significativa.

O blog sobrevive, hoje, graças à participação dos visitantes que mandam histórias, fotos e outras contribuições. Meu repertório, que era pequeno, tem sido alimentado pela ajuda dos amigos.

A todos -não me canso de dizer - muito obrigado!

É FESTA! 12 (Oswaldo Marques)

Osvaldo José Marques - Em dia de festa na família o pioneiro Osvaldo Marques aparece ao lado de alguns filhos : Euclides (casado com Maria Helena), Cláudio (Rita Zoccal), Osvaldo Junior (o Mineirinho, casado com Rosa Lopes), Dinoel (Roberta Bernabé) e Elias (Ivanilda Argenau). Os demais filhos de seu Osvaldo e dona Mazília são: Dorcilei (casada com Zaqueu de Paula), Nildomar (Tereza Posseti), Neuseli (José Francisco de Atayde, o famoso Zé Borréia) e Nilcéia (Carlos Veschi).
(foto: Álbum de Roberta Bernabé Marques)

João do Félix 2

O serralheiro João do Félix (João Custódio Nunes) foi, por muito tempo, goleiro do time de veteranos de General Salgado.

Possuía algumas características que o diferenciava dos demais goleiros: jogava sem luvas, às vezes descalço, e durante todo o jogo mantinha um pitoco de cigarro de palha aceso entre os lábios.

De vez em quando, ao realizar alguma defesa mais difícil, o cigarro caía da boca e ele obrigava a que parassem o jogo para achar o pito. Isso sem falar nos atacantes que preferiam jogar longe da grande área ao invés de enfrentar a catinga do fumo de corda que dele exalava.

Em certa ocasião o árbitro assinalou um pênalti contra o time salgadense e o goleiro protestou com dureza.

- Não foi pênalti não seu juiz! Eu vou defender só pra você ver que tá errado!

Enquanto o cobrador ajeitava a bola na marca penal João continuou reclamando e avisando que ia defender. Apertou o pito no canto da boca e se preparou.

- Pode chutar que eu vou pegar!

O chute foi muito forte, a bola explodiu no rosto do goleiro que caiu ao chão. A bola voltou para o meio da área e os defensores colocaram para escanteio. Ao se levantar João tinha o rosto tingido de preto pelo negrume do fumo de corda esparramado pelo impacto da bola. Do cigarro só restou um pedaço de palha perdido na grande área.

O árbitro não escapou da provocação do João:

- Não falei juizão! Pênalti roubado aqui não entra!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Quermesse

A tradicional quermesse na Praça N. Sra. das Dores é realizada anualmente em General Salgado desde os anos 50. Nos anos 60/70 a organização era dividida entre as famílias salgadenses, que concorriam entre si para ver quem arrecadava mais.

As famílias Marques e Castilho protagonizavam a maior concorrência, mas outras também participavam: Mendonça, Rodrigues, a italianada do Córrego do Gabriel, além de outras mais.

Recebi essa foto do salgadense (e assíduo colaborador do blog) Marcos Ascêncio, que relembrou as antigas quermesses, os 'cantadores' de tômbola, os leilões de prendas.

Aproveitamos para lembrar que no dia 15 de setembro a cidade comemorou mais um aniversário.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

É FESTA! 11 (G. Salgado x Chapadão do Sul)

Julho/2008 (Chapadão do Sul-MS) - Vilmar Prado, Carlos José e Mané Bernabé, em tradicional reunião de amigos salgadenses e sul-chapadenses que acontece desde 2005.

Julho/2007 (Chapadão do Sul) - João Félix, Mané, Carlos José, Furquia, Gradella, Mika, Pinga-Fogo, Humberto, Jocelito, João Grilo e Kaluzinho.

Agosto/2008 (Chapadão do Sul) - Furquia, Mauro, Gustavo Prado, Lucas Cabrera, Israel Marques, Pinga-Fogo, Sertão e Mané Bernabé.

Agosto/2008 (Chapadão do Sul) - Furquia, Martin Palomares, Negão e Coxinha

Novembro/2008 (Gen. Salgado) - Lucas Cabrera, Fernando Tadeu, Israel, Rick Marques, Grilo, Gapinha e Jefferson.

Novembro/2008 (Gen. Salgado) - Carlos Jose, Rick, Gradella, Mauro, Humberto, Bocão, Grilo, Roque, Gustavo Prado, Pinga Fogo, Furquia, Valmor e Lucas. Agachados: Jefferson, Vilmar, Roberto, Sabonete, Geninho, Mineirinho, Fernando, Israel, Márcio e Zé Picinha.
Agosto/2009 (Chapadão do Sul) - Coxinha, Tarso, Neto, Alessandro, Zemar, Rick, Gustavo Prado, Gradella, Dirceu, Rafael, Aragão, Carlos José, Mané, Lucas, Adalberto, Gustavo Marzochi, Jefferson, Miguel e Fabrício. Agachados: Mi Marques, Mineirinho, Vilmar, Silvio, Grilo, Jibóia, Márcio Dório, Valmor, Márcio, Fernando, Israel, Mauro, Edson, Gilmar, Osmir, Carlinhos, Jones e Geninho.
(fotos: Álbum do blogueiro)

Pinga-Fogo 2

Desde 2005 recebo em minha casa, em Chapadão do Sul, um grupo de amigos salgadenses para um fim de semana especial de futebol, churrasco, música e descontração. O mesmo grupo também se reúne anualmente na nossa General Salgado, em nova rodada de congraçamento e amizade.

No grupo existem alguns amigos com quem eu dividi as carteiras da 5ª. Série da EE Angelo Scarin, lá no início da curva da década de 1970, logo no meu primeiro ano morando na cidade: Vilmar Prado, Mineirinho, Kaluzinho, Zé Antonio Fernandes e Mané Bernabé.

Outros que sempre aparecem: João Grilo, Pinga-Fogo, Gappa, Negão, Geninho do Vale, Gilmar Prado, Gradella, Gustavo Marzochi, Humberto Marques, Coxinha, Marquinhos Secches, Gustavo Prado, Valmor Cabrera, Furquia, Zé Picinha, dentre outros.

Depois do futebol juntamos as turmas em minha casa e passamos o resto do dia contando histórias, ouvindo boa música e dando risada. A cada ano a turma se aproxima mais, renovando e fortalecendo os laços de amizade.

Destes encontros resultaram alguns causos.

Em 2005 os salgadenses chegaram ao Clube Paineira, onde aconteceria o jogo e, enquanto os times se preparavam, Pinga Fogo, Marquinhos Secches e Kaluzinho foram direto para o boteco.

Minutos depois parou uma viatura da Polícia Militar em frente à lanchonete e dela desceram três pessoas, dois policiais fardados e outro à paisana. O policial à paisana adentrou os vestiários. Os outros dois, fardados, permaneceram do lado de fora, nas proximidades da lanchonete, observando o ambiente. Cinco minutos depois o Pinga-Fogo não resistiu, e confessou alguns temores aos demais:

- Será que o nosso pessoal já fez alguma cagada por aí?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

É FESTA! 10 (Marques 2009)

Muito boa a piada! (02/05/2009)- Flagrante durante a tradicional festa/reunião anual da Família Marques de General Salgado. Da esquerda para a direita: Sérgio Marques, José João Marques, Antonio Carlos Marques e o blogueiro Cal.
(foto: Álbum de Sérgio Marques)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Zé da Canga

Zé da Canga - o mais famoso construtor de carros-de-bois e domador de animais de tração da região.

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Contando mais de 70 anos de idade, Zé da Canga é mais um dos personagens folclóricos da cidade. Desde jovem notabilizou-se em toda a região como construtor de carros de bois, especialista não só na carpintaria das peças como também na doma e no treinamento dos animais de tração.

Morador ilustre de Nova Palmira é comum vê-lo andando a pé pelas beiras de estradas do município, sempre trajado com esmero, roupas de brim de cor clara, calças por dentro das botas, chapéu largo na cabeça. Muitos também o chamam de Zé Gago ou Zé Cateto.

Depois que o mercado de carros de bois desapareceu ele passou a construir miniaturas, pequenos carros ou peças como cangas, fueiros e canzis, monjolos e outros objetos rústicos de decoração. Tenho em casa algumas destas peças, algumas feitas há mais de 30 anos.

No final dos anos 1970 tínhamos um sítio nas proximidades de Nova Palmira. Zé sempre aparecia por lá de manhãzinha, quando as vacas ainda se achavam no curral, levando consigo uma enorme caneca de alumínio para tomar leite. Papai brincava com ele:

- Enche até no meio ou pra baixo do meio?

- Pode encher padrinho.

Padrinho é o tratamento que ele destina a todos aqueles de quem fila alguns trocados de vez em quando.

De certa vez ele abordou papai dizendo que precisava de uns trocos para ir a Santo Antonio do Aracanguá visitar uma noiva. Seu Domingos não perdeu a oportunidade de brincar com a timidez do matuto:

- O Zé, mas essa moça sabe que você é noivo dela?

- Acho que sabe sim! – respondeu meio sem jeito, arriscando um sorriso no canto da boca.

Há mais de 30 anos o carpinteiro repete a todos uma história sobre ter tomado calote de um cidadão salgadense que há muitos anos mudou-se da cidade. Seu inconformismo é tanto que de vez em quando ele aparece em velórios de pessoas conhecidas chorando e lamentando a partida do finado em altos brados:

- Gente boa não podia morrer. Tinha que morrer é aquele fiadaputa do Fulano, que pegou meu dinheiro e não pagou!

Essa ladainha é repetida por ele há muitos anos. Não se sabe se a história do calote é verdadeira, mas há uma parte da história que conheço bem.

Zé Cateto era um dos melhores domadores de bois de tração de toda a região. Tinha o dom de selecionar e preparar os animais. De certa feita, amansou e vendeu ao meu avô Álvaro Rodrigues de Almeida quatro bois de primeira.

No dia marcado para o pagamento apareceu na fazenda acompanhado, dizendo ao fazendeiro que havia emprestado o dinheiro dos bois a juros. Pediu que o pagamento fosse feito diretamente ao beneficiado pelo empréstimo.

O dinheiro saiu dos alforjes do comprador direto para as mãos do financiado. Os dois deixaram a fazenda juntos e somente algum tempo depois é que o Cateto passou a reclamar de que nunca mais vira a cor do dinheiro.

Essa é a parte da história que eu conheço, do resto nada posso dizer.

Mas o fato mais marcante na história do carpinteiro Zé Cateto é que, lá pelos anos 1970, alguém lhe encomendou um carro de bois de tamanho médio, para duas juntas no máximo.

Ele passou dois ou três meses construindo o carro. Como era temporada das águas, carregava as peças de madeira para a pequena sala de sua casa, em Nova Palmira, e ali ia montando tudo.

Depois de tudo pronto descobriu um problema: não havia como tirar o carro de dentro da casa.

O jeito foi pedir socorro na Prefeitura Municipal, pois sequer tinha condições financeiras para a emergência. O então prefeito Norival Cabrera encontrou a solução, destacando um grupo de funcionários para socorrer o carreiro.

Derrubaram uma parede da casa para de lá retirar o carro de bois e, em seguida, reconstruíram tudo.

Memória 78 (Dim Sirotto)

Dim Sirotto - O fazendeiro Oswaldo Sirotto em sua montaria de estimação, durante tradicional desfile da Festa do Peão de Boiadeiro de General Salgado. Dim é um dos muitos personagens salgadenses que renderam boas histórias ao nosso Proseando.
(foto: Álbum da Família Sirotto)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

É FESTA! 9 (Irmãos Prado)

Família Prado - Os filhos do casal Leonora Mendonça (1933-2000) e Azilio Antonio do Prado (1927-1973): Edmar (casado com Odenir Constantino), Ocimar (o Becinha, casado com Rosimeire Bastos), Osmar (o Foguinho, casado com Maria Aparecida dos Santos), Gilmar (Elizabeth Garbatti) e Vilmar (Sivone Constantino). À frente: Lucimar e Lucelena (casada com Wagner José dos Santos, o famoso Prof. Bigode).
(foto: Álbum de Vilmar Prado)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

João do Félix

João Custódio Nunes, o famoso João do Félix, foi proprietário de uma das primeiras serralherias da cidade.

Numa manhã de domingo sua mãe, dona Maria Custódio (uma das primeiras enfermeiras da Clínica do Dr. Kleber Sales), pediu que ele procurasse alguma mercearia aberta para comprar a mistura do almoço.

Ele saiu pela cidade e logo na primeira esquina encontrou um grupo de amigos num boteco, onde parou para ouvir a conversa. O tempo foi passando e o João foi ficando, entretido pela boa prosa e pela cachaça que corria solta.

Dali o grupou emendou para uma pescaria no Ribeirão Talhados. Enquanto Dona Maria almoçava sem mistura o João pescava traíras no Talhadinho.

Só voltou para casa no final da tarde, trazendo um embornal de peixes a tiracolo e a cara de quem tinha bebido todas e mais algumas. Não teve como escapar dos reclamos de dona Maria, que cobrou a encomenda do almoço.

Para tentar descontrair a dureza da bronca ele arrancou de dentro do embornal uma traíra das grandes e a exibiu, esfregando-a na barriga da mãe:

- Você queria mistura? Tá aqui ó!

Nisso a traíra trancou os dentes na barriga de dona Maria, que saiu gritando e tentando fazer com que o peixe se soltasse. João teve que se esconder para não sentir o peso do cabo da vassoura de sua mãe...

Por algum tempo não faltou mistura aos domingos.

domingo, 9 de agosto de 2009

É FESTA! 8 (Dia dos pais)

Dia dos pais - Cumprimentando todos os pais pelo seu dia, aproveito para homenagear o meu, Domingos de Almeida, que aparece aí em dia de festa na família, ladeado por Sérgio Siqueira (o Bica, que é filho de coração), Cleber e Carlos José.
(foto: Álbum do blogueiro)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Memória 77 (Virginio Borges de Lima)

Virginio Borges de Lima (1880-1970) e sua mulher dona Felisarda (1884-1965). A primeira casa com instalações elétricas construída na cidade de General Salgado pertencia ao casal. Tiveram quatro filhos: Sebastiana (casou-se com Wagner Borges Guimarães, o Tutu), João, José e Juraci (casou-se com Brandão Alves Filho). Outras informações podem ser enviadas para o nosso embornal.
(foto: Álbum da Família Borges de Lima)

João Gordo

João Venâncio - o famoso João Gordo - era aficionado por futebol e corintiano fanático. Na sua barbearia diariamente se reuniam torcedores ávidos pelas últimas notícias esportivas que um potente rádio anunciava e que ele, com desenvoltura e conhecimento de causa, debatia intensamente.

De vez em quando arriscava participar de alguns jogos, principalmente de futebol de salão, onde mostrava um potente chute de esquerda. Mas pouco jogava, gostava mesmo é da boa conversa com os amigos pelos bares salgadenses.

Frequentador assíduo do Bar do Nino Giamatei, exímio jogador de sinuca e de baralho, por vezes atravessava dia e noite na jogatina, deixando a barbearia às moscas.

Becinha Prado sentou-se na cadeira do João Gordo certo dia e encomendou um corte de cabelo. João colocou-lhe vistoso avental, puxou assunto sobre o Santos Futebol Clube para agradar o cliente, posicionou a cadeira, molhou o cabelo a ser cortado com aquele tradicional esguicho d'água e, quando foi dar a primeira tesourada, alguém chegou na porta do salão:

- João, o pessoal lá do Bar do Nino mandou te chamar. Tão formando uma mesa de sinuca e tá faltando um pra começar o jogo...

Ele pensou dois segundos, deu um leve beliscão numa das bochechas do Becinha e, enquanto desatava o avental do cliente arrematou:

- Cinhá, teu cabelo ainda tá curto, dá muito bem pra esperar mais uma semana...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Memória 76 (Esquadrão Tricolor)

Esquadrão Tricolor (1975) - Leandro, Carlos e Fabiano Otsuki (filhos do famoso Tomio Otsuki, conhecido como Roberto Japonês), Kenzo e Shizuo Yano (filhos do Professor Yassuchi Yano). Esse time de torcedores sãopaulinos disputava grandes partidas num campinho de areia que existia defronte a Delegacia de Polícia, onde atualmente existe a EE Angelo Scarin. Kenzo e Shizuo são membros do Ministério Público paulista. Carlos Otsuki é, há mais de 20 anos, funcionário do famoso Bar do Toninho Mendonça, antigo bar da Rodoviária.
(foto: Álbum de Kenzo Yano / colaboração: Jornal A Gazeta)

domingo, 12 de julho de 2009

O Vendedor de Mandioca

Raquelão era um vendedor ambulante que circulava pelas ruas da cidade empurrando uma carriola cheia de produtos hortigranjeiros. Era pai do famoso Tonicão, personagem do carnaval salgadense, membro do Bloco Babilake.

O principal produto ofertado pelo Raquelão era mandioca, que ele anunciava de esquina em esquina. Alguns desconfiados colocavam em dúvida a origem dos produtos do Raquelão, pois ninguém conhecia o local onde ele produzia as mercadorias que negociava.

Certo dia o proprietário de uma roça de mandioca existente nas cercanias da cidade percebeu que sua produção vinha sendo dizimada e pôs-de de vigia. Flagrou o Raquelão no meio da roça recarregando a carriola. Deu-lhe sonora bronca, ameaçando denunciar o furto à polícia.

- Ah! então você é que é o dono desse mandiocal ? Foi muito bom te encontrar...

- Sou eu o dono, por que?

- É que os meus fregueses estão reclamando muito que essa mandioca não cozinha. Bem que você podia dar um jeito de plantar uma mandioca melhor aí...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Memória 75 (Vira-Copos)

Vira-Copos (1982) - O bloco mais animado da história do carnaval salgadense.
Em pé: Gilmar Prado, Álvaro Silva, Sérgio Gonzales, Carlos Fernandes (Caçapa), Sérgio Marques, Renaldo Mello, João William Marques, Julio Cesar, Eduardo Fernandes (Pereca), Eliseu Bernabé Jr (Batata), Sidnei Amadeu, Marli Crivelari e Chiquinho Cervantes.
Sentadas: Bete Garbatti, Rute Marques, Lourdes Marques, Maura Cruzeiro (Pililica), Lucia Lopes, Rosa Fernandes, Tereza Marques, Terezinha Moreira, Tia Neide, Janete Barioni, Vilma Chaves, Nice Perez e Eliane Benzatti.
(foto: Álbum de Nice Perez)

Família Cândido da Silva

Estou pesquisando a história de outra grande família salgadense, a Família Cândido da Silva. Muitos salgadenses não sabem que são descendentes dela.

Ao pesquisar a origem da Família Marques de General Salgado (veja aqui), descobrimos que Norberto e Firmino Marques deixaram Minas Gerais e vieram para esta região do Noroeste Paulista por que aqui já se encontrava João Cândido da Silva, avô de suas esposas Narciza e Maria Cândida, respectivamente.

Com João Cândido – que morava na região conhecida como Macaúba Velha, atual Vicentinópolis - viviam seus filhos João Cândido da Silva Filho, José Cândido da Silva, Justina Cândido da Silva e Vicência Cândido da Silva. Vicência era mãe de Maria e Narciza. A casa da família ficava na região onde hoje existe a Fazenda Guarita.

Firmino e Norberto deixaram Carmo do Rio Claro (MG) no dia 25 de setembro de 1906, trazendo na comitiva o cunhado José Luiz da Silva. A exemplo dos Marques, que se fixaram nas proximidades do Ribeirão Açoita-Cavalos, onde anos depois surgiu Nova Castilho e General Salgado, os Cândidos também adquiriram terras e se fixaram nesta região.

Em 1923 uma filha de José Cândido da Silva, chamada Izaltina Cândido da Silva, casou-se com Hipólito Ludgero Marques.

Os Marques descendentes de Firmino, Norberto e Hipólito são descendentes de João Cândido pelo lado materno. Porém, há um grande número de salgadenses que descendem dos demais Cândidos. A família de José Luiz da Silva, por exemplo, que é imensa, não guardou o sobrenome Cândido e, por isso, alguns de seus membros não conhecem tal origem.

Ouso dizer que ao lado dos Marques, a Família Cândido da Silva é uma das maiores da cidade. Minhas pesquisas continuam e precisam de ajuda. Conto com a colaboração de todos. Pretendo, a exemplo do que fizemos com os Marques, levantar toda a árvore genealógica dos Cândido da Silva.

Aguardo contribuições. (clique aqui e mande um e-mail).

sábado, 20 de junho de 2009

Memória 74 (Carnaval 1975)

Carnaval do Salgadense Esporte Clube (1975). Carlos de Oliveira (Gauchinho), Angela Castilho, Eliane Braga, Osmar Prado (Foguinho), Nice Perez, Edmar Prado e Amauri Cruzeiro.
(foto: Álbum de Nice Perez)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O Velho Peão 2

O fazendeiro Dim Sirotto costumava ser muito enérgico e severo com os empregados e peões que contratava para trabalhar em suas fazendas.

Mesmo quando mostrava severidade, no entanto, conseguia ser muito engraçado.

Certa vez alguém se surpreendeu com a rispidez com que fiscalizava e cobrava o comportamento dos subordinados e questionou o fazendeiro.

A resposta veio como sempre, hilária:

- Peão preguiçoso comigo não tem vez. Eu trato que nem cachorro: se tiver sede vai no corgo, bebe água, lambe o pinto e volta trabalhar.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Cinema na Praça 4 - Kung Fu

Nesta semana faleceu o ator americano David Carradine, que nos anos 70 foi protagonista de uma série televisiva chamada Kung-Fu. Era a maior atração da TV brasileira para a garotada daqueles tempos.

Para mim foi tão marcante que, aficcionado por cinema, por muitos anos o considerei um dos meus atores favoritos. Eu não perdia um só episódio da história de Kwai Chang Caine, órfão criado por monges Shaolin, aprendiz de artes marciais que foge da China depois de matar o sobrinho do Imperador para vingar a morte de seu mestre de kung-fu. Chamado de Gafanhoto, a história motivou até marchinha de carnaval (Kung, Kung, Kung, Kung-fu, chinês valente e homem pra chuchu...).

Para deleite dos saudosistas e para que os mais novos conheçam um pouco do que foi a minisérie, achei no Youtube a abertura e trechos de um episódio, que a gente assistia em preto-e-branco, pois TV colorida em General Salgado, naquela época era raridade.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Tombos e Mancadas

O público se acotovelava pelas arquibancadas literalmente tomadas. Pelas vielas do recinto outro tanto de gente se movimentava diante de um espremido comércio: barraquinhas de bugigangas de todo tipo, bebidas, acessórios, vestuário, calçados, um pouco de tudo.

O tradicional sanduíche de pernil com calabresa afrontava o olfato dos circundantes que trocavam pernas pelos corredores do "Vietnã", uma infinidade de barraquinhas cobertas de lona plástica colorida, repletas de badulaques.

Um intrépido locutor anunciava para dentro de instantes o início do grande espetáculo. Após longa espera de quase doze meses, o povo daquela próspera e pacata cidadezinha interiorana assistiria novamente a Festa do Peão de Boiadeiro.

- Senhoras e Senhores, boa noite, boa noite, boa noite... Vai começar a festa da moçada do chapéu grande, da bota do cano compriiiiido...

Enquanto isso o Luiz Quilovate, instalado no interior do estúdio de som, improvisado na carroceria de um caminhão, se entretinha em seu inarredável vício: histórias em quadrinhos e congêneres.

Todos os que acompanhavam o rodeio, peões, barraqueiros, tropeiros, já sabiam que o Quilovate não trocava sua leitura dinâmica, nem mesmo por uma dúzia de cervejas geladas na Barraca da Comissão, ou por um ingresso do Baile do Cowboy.

O pior era que durante o espetáculo, por vezes se esquecia de que era o sonoplasta, responsável pelas músicas, pelas brincadeiras e efeitos sonoros, enfim, pela sobrevivência do locutor. E as gafes se sucediam.

Desta vez, o locutor havia convidado as autoridades presentes, o presidente da comissão organizadora, o Prefeito, os profissionais do rodeio adentraram a arena aguardando a abertura da noitada.

- Senhores e Senhores; peço que fiquem de pé, para ouvirmos o hino mais bonito do mundo: o Hino Nacional Brasileiro!

Seguiu-se um profundo silêncio, após o povo haver se postado civicamente. Um pouco assustado, tentou o locutor chamar a atenção do assistente, que certamente não havia deixado a leitura da Playboy:

- O hino nacional brasileiro...LUIZ!

Novo silêncio. Ansioso e preocupado pela lamentável ocorrência, o narrador repetiu o aviso quase gritando:

- LUIZ! O hino nacional!!!

Despertado pelo susto, num sobressalto o Luizinho apanhou rapidamente a primeira fita-cassete que encontrou e levantou o polegar para o locutor como que dizendo: "Agora vai". O mestre da cerimônia ainda tentou disfarçar:

- Desculpem-nos senhoras e senhores, pela pequena falha técnica, já solucionada, e prosseguindo ouviremos agora com o respeito de todos, a melodia que enaltece o povo brasileiro!

E o povão quase não acreditou quando o "play" do Quilovate disparou as conhecidas vozes de Tião Carreiro e Pardinho:

- A coisa tá feia, a coisa tá preta....

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Memória 73 (Turma da Tia Djanira)

Turma da Tia Djanira (EE Tonico Barão, 1984) - A professora Djanira de Paulo e sua turma de pequenos. Precisamos da ajuda dos visitantes para identificar os demais retratados. Por enquanto identificamos os seguintes:
Em pé: 6. Rafaela Marino; 7. Viviane Lima.
Agachados: 1. Nildomar Marques Jr (Branquinho), 2. Hércules Matos, 6. José Sirotto.
Para identificar os demais, mande um e-mail para o nosso embornal, ou use a janela "Dedo de Prosa".
(foto: Álbum de José Sirotto - clique na foto para ampliar)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O Velho Peão

Osvaldo Sirotto, conhecido como Dim Serrote, foi um dos mais folclóricos personagens salgadenses. Fazendeiro à moda antiga, ficou rico com muito trabalho, mas nunca abriu mão do seu jeito duro e severo de administrar os negócios e a família.

Certa vez seu filho José Augusto e alguns amigos inventaram de laçar bezerros na fazenda. Foi na época em que os esportes equestres como laço em dupla e laço de bezerros começaram a surgir na região.

Acostumado ao antigo sistema de lida com o gado, laço comprido e arreio cutiano, o fazendeiro estranhou muito quando o filho apareceu com as primeiras selas americanas e os laços importados, curtos e feitos de nylon. Isso sem falar nos cavalos da raça Quarto-de-Milha, muito fortes, imponentes e de ancas largas.

A molecada, sem experiência e sem conhecimento técnico suficiente, não acertava uma laçada. O fazendeiro ficou muito inconformado com aquela incompetência e cobrou os competidores, que retrucaram dizendo que ele não sabia de nada, estava ultrapassado. Aquilo era modernidade, cavalos de raça e produtos importados. Não era coisa de um velho peão.

- Ara sô, vou mostrar proceis como é que se laça essa porqueira! Disse meio enfezado.

Montou na sua mula de lida arreada no sistema tradicional, aperos, pelego e argolas; abriu três rodilhas compridas no laço campeiro de couro cru, ajeitou a montaria no canto do brete e mandou soltar o bezerro.

A mula deu umas patinadas dentro do brete e saiu trotando meio de banda, as primeiras rodadas do laço resvalaram pelas lascas da cerca, a garotada começou a rir e a caçoar da cena, o garrote já ia longe quando, apertando as esporas nas ancas da montaria, conseguiu atirar o laço, que viajou muitas braças até encontrar - certeiro - o pescoço do bezerro.

Os laçadores modernosos tiveram que aguentar - calados - os desaforos com que o velho peão comemorou a façanha.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

É FESTA! 7 (Festa Elegante)

Elegância é tudo! - Marcelus Fantini Moraes, Marcelo Cruzeiro, Alex Marques Galhardo, Valmor Cabrera e Marcelo Gabriel.
Pelo jeito a foto foi tirada no início da festa...
(foto: Álbum de Alex Galhardo)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Os Porões da Ditadura

Nós interioranos pouco ficamos sabendo sobre o que se passou no resto do país durante o negro período da ditadura militar que teve vigência nos anos 60 e 70.

Depois de um golpe revolucionário ocorrido no dia 31 de março de 1964 os militares assumiram o poder, impondo uma série de restrições aos mais básicos direitos dos cidadãos. Contestados e confrontados, passaram a adotar todo tipo de abuso e arbitrariedade para manter o comando do governo federal.

Enquanto para nossos pais e avós os milicos pareciam cordatos, preocupados única e exclusivamente com o desenvolvimento do país, por debaixo da pele de cordeiro o lobo mostrava as garras afiadas, derramando o sangue de brasileiros que formavam alguns grupos políticos mais resistentes.

De triste memória para o povo paulista, o governo militar utilizou-se do DOI-CODI (Departamento de Operações e Informações do Centro de Operações de Defesa Interna) formado por policiais civis, militares e soldados do exército, para combater a resistência política de esquerda existente no Estado.

À frente do departamento, um delegado que ganhou fama tanto por merecer o prestígio das Forças Armadas como por ter chefiado o Esquadrão da Morte, um grupo de policiais que passou a eliminar adversários fria e calculadamente. Seu nome: Sérgio Paranhos Fleury.

Com a edição do Ato Institucional nº 05, em 1968, o Governo Federal cassou direitos políticos, instalou dura censura aos meios de comunicação, proibiu manifestações e reuniões públicas, perseguiu militantes políticos e passou a policiar todos os meios de manifestação cultural: cinema, teatro, rádio, televisão, espetáculos públicos, música, etc.

Muitos militantes dos partidos políticos da esquerda, duramente perseguidos, caíram na clandestinidade e pegaram em armas para resistir e lutar contra o regime. A fim de combater as táticas de guerrilha adotadas pelos resistentes, os policiais do DOI-CODI formaram o temido Esquadrão da Morte que passou a perseguir e eliminar as lideranças políticas oposicionistas.

Estabeleceu-se a partir de então uma verdadeira guerra, com a utilização de métodos brutais e sangrentos de ambos os lados. A oposição resistia à bala e praticava assassinatos e assaltos a bancos para marcar sua resistência e financiar a guerrilha. O governo, através do longo braço de chumbo criado dentro da polícia paulista, perseguia, prendia, torturava e matava sem meio-termo, sem garantias, sem dó nem piedade. Diz-se que numa das paredes da sede do DOI-CODI havia uma placa com os seguintes dizeres: Contra a Pátria, não há direitos.

As prisões arbitrárias praticadas pela polícia repressiva se estenderam por todo o país e deixaram de ter conotação política, passaram a ser adotadas indistintamente. Se um policial se deparasse com um sujeito na rua e não gostasse da cara do elemento, podia prendê-lo e mantê-lo preso sem motivos, sem ordem legal, sem registro da ocorrência, sem nada. No mais das vezes a vítima apanhava e tinha que agüentar o tranco. Primeiro apanhava sem saber por que e depois, porque não sabia.

O nosso interior nunca esteve livre desses arbítrios. Em todas as cidades o comportamento da polícia passou a repetir o dos porões do DOI-CODI.

Certa vez alguns moradores do pequeno povoado de Nova Castilho foram detidos por militares sem qualquer motivo e levados para Araçatuba. Inocentes e sem conhecer a acusação, sem saber o crime pelo qual estavam sendo detidos, foram encaminhados para São Paulo, onde conheceram os porões do DOI-CODI.

Ainda criança vivendo em Nova Castilho eu soube deste fato, mas jamais fui capaz de compreender as razões pelas quais alguns membros da tradicional família Garcia teriam sofrido tamanha injustiça. Somente anos depois, quando passei a conhecer a história política daquele período é que me dei conta do acontecido.

Há poucos anos, lendo Autópsia do Medo (Editora Globo), livro em que o jornalista Percival de Souza desnuda os porões do DOI-CODI para contar a vida do temido Delegado Fleury, tive consciência das atrocidades cometidas e posso concluir que foi um milagre os salgadenses terem escapado com vida das mãos terríveis e sangrentas da repressão.

Depois da injusta prisão, a família ficou em desespero, sem saber os motivos da detenção, sem saber para onde foram levados. Ao buscar socorro com algumas autoridades foi orientada a não se manifestar nem procurar auxílio: “se vocês reclamarem é pior!”.

Lançaram mão do único recurso que ficou ao alcance: reza, missa, terço, procissão. Somente a providência divina poderia intervir para revogar o ato injusto, monstruoso e arbitrário cometido pelos militares.

No seu relato sobre as torturas e mortes acontecidas no DOI-CODI o braunense Percival de Souza relata que algumas vezes os policiais se cansavam de tanto agredir, torturar e matar os detidos, e acabavam liberando alguns presos menos implicados. Somente por este fato – creio eu– é que os salgadenses não experimentaram dos duros métodos repressivos e depois de quase 60 dias foram colocados na rua.

Mas ainda há outro fato noticiado no livro que me permitiu desvendar outra história ligando a polícia repressiva à nossa cidade.

No final dos anos 70, junto com os salgadenses que moravam na capital, apareceu na cidade uma mulher jovem, bonita e atraente. Ficou longa temporada por aqui, chamava-se Jô. Lembro-me bem dela porque minha turma a elegeu dona do melhor par de pernas da cidade.

Sei que sua beleza enlouqueceu alguns salgadenses. Num carnaval, depois de tomar todas ela desmaiou num dos bancos do jardim do clube e nós a tudo assistíamos enfeitiçados por aquelas pernas roliças, cujas coxas saltavam pra fora do econômico shortinho.

A moça apareceu do nada e ninguém sabia de nada sobre sua vida, origem, família, destino. Algum tempo depois surgiu um comentário de que ela se ocultava na cidade porque estaria envolvida num crime que horrorizou todo o Brasil: o sequestro e morte do jovem milionário Lúdio Martins Coelho, o Ludinho, filho do ex-senador sul-matogrossense Lúdio Coelho.

O crime havia acontecido em meados de 1976 e naquele tempo sequestro era um crime raro. A história ficou gravada na minha mente não só por causa do noticiário sobre o brutal assassinato, mas também porque a dupla sertaneja Milionário e José Rico fez estrondoso sucesso com uma música que homenageava o falecido (“O Brasil todo sentiu / Mato Grosso entristeceu / Campo Grande está de luto / pelo filho que perdeu”).

A notícia de que a tal de Jô estaria envolvida no crime pegou todo mundo de surpresa, mas jamais foi confirmada, mesmo porque ela sumiu da cidade pouco tempo depois e nunca mais deu notícias. Mais de trinta anos depois, com a ajuda do jornalista investigativo Percival de Souza, tento desvendar – ou aumentar – o mistério sobre a moça e o boato.

O livro que desnuda o polêmico Delegado Fleury narra o extenso rol de atrocidades que ele praticou, torturando e matando inocentes, chefiando o Esquadrão da Morte e servindo, com as mãos sujas do sangue de brasileiros inocentes, o poderio militar. Mas também revela outro lado de sua personalidade, capaz de conduzi-lo ao estrelato e à fama. Por detrás do carniceiro havia um policial muito inteligente, de bom faro, competente nas vezes em que se dispunha a fazer o bem. Muitos crimes comuns foram elucidados através de sua astúcia investigativa.

O garoto Ludinho, de 22 anos, filho do pecuarista e banqueiro Lúdio Coelho, foi seqüestrado e poucos dias depois encontrado morto. Em desespero a família da vítima pediu auxílio ao temido delegado para solucionar o caso.

Fleury chegou a Campo Grande no mesmo dia em que o corpo do moço foi localizado. Assim que pôs os pés na futura capital do Mato Grosso do Sul, foi procurado por dois tenentes da polícia militar, que se ofereceram para auxiliar na investigação.

Dias depois um terceiro miliciano, um cabo, procurou o pai da vítima e relatou que fora convidado, mas recusara participação no sequestro, apontando como autores justamente os dois tenentes que se apresentaram a Fleury. A PM do Mato Grosso não acreditou na delação, o delegado sim. Descobriu em seguida que a amante de um dos autores teria confidenciado o plano para uma amiga de nome Josélia.

Aí entrou em ação o chefe do DOI-CODI. Fleury colocou no pau-de-arara (instrumento no qual as vítimas de tortura eram dependuradas) a moça e o advogado dela e durante longa sessão de choques e pancadaria fez uma promessa: se entregassem os autores ficariam livres, jamais seriam importunados. Foi assim que obteve a confirmação de que os dois tenentes haviam planejado e executado o crime.

Os policiais foram presos no litoral paulista e recambiados para o Mato Grosso. Depois de dois minutos de “tratamento” confessaram tudo ao delegado. Algum tempo depois o mentor do sequestro acreditou numa promessa de fuga do presídio e foi fuzilado ao transpor os portões. Sua eliminação jamais foi esclarecida.

No seu relato sobre o caso, Percival de Souza revela que Fleury cumpriu a promessa que fez à testemunha que o ajudou a desvendar o crime: Josélia. Diz que ela foi para São Paulo e jamais foi importunada.

Imediatamente após conhecer a história com tantos detalhes, rememorei a Jô que viveu em Salgado meses depois do fato.

Teria sido ela a Josélia envolvida no crime e citada no livro?

Tenho quase certeza que sim.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Nova Castilho



Vista aérea de Nova Castilho

Em meados da década de 1970, quando nos mudamos de Nova Castilho, o vilarejo era pequeno, tinha apenas algumas fileiras de casas ao redor da Praça.

Há poucos dias recebi esta foto aérea e me surpreendi, a nossa famosa Vila Castilho se transformou numa bela cidade.

Para conferir tudo de perto voltei lá no dia 1º de Maio. A cidadezinha está muito bonita e bem cuidada, as ruas limpas, casas e prédios em construção, a Praça tem um bonito jardim. À noite tive a satisfação de reencontrar grandes amigos de infância durante o show da dupla caipira Liu e Léu.

Chiquinho de Souza, Tarlei Garcia, Zé Paulo Honorato, Nardo Aleixo, Sérgio Longhini, foram alguns dos amigos que revi. Muitos salgadenses compareceram ao show, e foi uma satisfação reencontrá-los.

O mais importante, porém, foi ver que a nossa querida Nova Castilho está bem cuidada.

Cássia, Marquinhos Secches, Márcio Teixeira e Cal.

Carlos José de Oliveira (Negão), Márcio Teixeira da Rocha e Cal.
Eu e o Negão fomos alunos de violão do Márcio por volta de 1980, fazíamos aulas juntos. O Negão eu sei que aprendeu, eu nem tanto. Foi uma satisfação incontida reencontrar o nosso professor em Nova Castilho.

Carlos Henrique Godoy (meu afilhado), Cal e o araçatubense João Carlos da Silva.

Cal e José Paulo Honorato - colegas da antiga Escola de Nova Castilho nos anos 1970.

Pinga-Fogo

Como temos mostrado na seção “É Festa!”, recentemente inaugurada aqui no Proseando, a cidade é fértil em turmas animadas, que se reúnem constantemente em pequenos eventos festivos.

Um destes grupos é formado pelos casais Bete e Gilmar Prado, Cristina e Sidnei Constantino (Pinga-Fogo), Sivone e Vilmar Prado, Elane e Gustão Cervantes, Ângela e Djair Filó (Coxinha), Cássia e Marquinhos Secches, dentre outros.

A cada evento escolhem a residência de um dos casais para o próximo acontecimento, num sistema de revezamento.

As mulheres ficam com o trabalho mais dificultoso, escolhendo os petiscos e preparando a comida. Aos homens cabe o trabalho mais fácil, porém, mais importante: comprar e gelar a cerveja.

Numa das reuniões acontecidas na casa de Cristina e Pinga-Fogo, o anfitrião tomou todas e perdeu um pouco a noção de onde se achava. Lá pelas tantas chamou a mulher:

- Neném, vambora pra casa!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Um Dedo de Prosa 6

O Jornal A Gazeta da Região, dirigido pelos amigos Gláucia e Adriano Barbosa, tem sido colaborador incansável desta nossa prosa, através da troca de informações e fotografias da seção Memórias.

O jornal, que é distribuído semanalmente em toda a região e que eu recebo no Mato Grosso do Sul, mantém uma seção destinada a homenagear a memória dos pioneiros com a publicação de fotos antigas. Esta parceria tem sido muito importante para a alimentação dos dois veículos.

Outros conterrâneos que sempre mandam notícias: Marcos Ascêncio, Edson Barbosa de Matos, José Augusto Cervantes, Leandro dos Santos, Fabíola Belletti, Sivone Constantino do Prado, Filó Iannela, Rita Pedrazzoli Sales, Paulo Pateta, Mineirinho, Nildes Marques, Kenzo Yano, Dedeca Fantini...

Alguns preferem deixar recados na nossa página do Orkut ou anotar suas visitas no mural aqui ao lado, que fica visível a todos.

Há alguns meses recebemos uma mensagem de uma pessoa chamada José dos Reis Nascimento. O teor do recado é que nos permitiu identificar seu autor: “Eu sou o Ouro (da dupla Ouro e Pinguinho) e estava aqui lendo a historia que você relatou no blog sobre parte de nossa vida e senti muita saudade daquela época. Ainda estamos morando em Carmo do Rio Claro, qualquer hora vou aparecer por ai para rever os amigos. Um abração e dê um abraço em todos os amigos”. A passagem da dupla pela cidade aconteceu nos anos 70, e está contada aqui.

Minha eterna professorinha Sofia Garcia do Prado, também mandou um recado agradecendo ter sido citada em nossa prosa, lembrando dos bons tempos da Escola de Nova Castilho.

Outra mensagem que nos parece merecedora de registro veio de Roberta Júlia Salgado de Oliveira. Trata-se de uma descendente do General Julio Marcondes Salgado, militar que cedeu o nome à cidade.

“Boa tarde Carlos, eu estava fazendo uma pesquisa no Google quando resolvi "jogar" o nome do meu tio Coronel Salgado para ver se tinha algo sobre ele, e me deparei com o seu blog citando o nome do meu tio avô Coronel Júlio Marcondes Salgado Filho. Fiquei emocionada ao ler a homenagem que foi feita a ele e muito mais emocionada quando vi sua foto. Meu avô materno que é sobrinho do Coronel Júlio Marcondes, tem a mesma foto na casa dele!Infelizmente o único da família que seguiu a carreira militar após meu tio-avô foi meu tio Coronel Salgado, que mora em São Paulo e é irmão da minha mãe. Ele tem um cargo de muito prestígio e responsabilidade aqui, comanda quase toda a segurança da cidade de São Paulo. E você acredita que eu nunca fui visitar a sua cidade? Na verdade acho que meu avô também nunca foi... ele conta muitas coisas sobre os Marcondes Salgado. Quero te agradecer pela homenagem e pelo carinho em memória ao meu tio-avô, e por ter contado uma passagem muito importante da estória de vida dele, pelo qual temos muito orgulho e admiração!!!”.

À Roberta e sua família deixamos o nosso sincero agradecimento pela visita, pelas palavras gentis e um convite para que venham conhecer a nossa bela cidade.

Muito obrigado a todos.

Proseando no Blogstars


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terça-feira, 21 de abril de 2009

Ruas de São Paulo




O Departamento de Patrimônio Histórico de São Paulo, em parceria com a Secretaria de Cultura da Prefeitura da capital paulista, apresentam um site muito interessante, que conta a história dos nomes de ruas de São Paulo.

Trata-se do site Dicionário de Ruas, que merece uma visita. Em São Paulo há uma rua chamada General Julio Marcondes Salgado, que é o mesmo militar que deu nome à cidade. As informações referentes à citada rua confirmam a pesquisa que fiz para contar aqui sua história.

Quando faleceu, num acidente com um canhão durante a Revolução Constitucionalista de 1932, o Comandante Salgado era Coronel.

Vejam o resultado da pesquisa:

Nome: RUA GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO - Distrito: SANTA CECÍLIA
Histórico: Júlio Marcondes Salgado, valoroso oficial da milícia estadual, nasceu em 01 de julho de 1890. Iniciou sua carreira militar, ingressando na Força Pública como simples praça, em 26 de junho de 1907. Passou a 2º tenente em 29 de abril de 1915, a 1º tenente em 22 de janeiro de 1918, a capitão em 18 de março de 1924, a major em 4 de novembro de 1924, a tenente-coronel em 31 de maio de 1927, e a coronel em 23 de maio de 1932. O comandante Salgado possuia as medalhas de Mérito Militar e era Cavaleiro da Ordem Leopoldo II, da Bélgica. Por ato do governo, lhe foi conferido o título de general. Faleceu em 1932, vítima de um acidente.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

É FESTA! 6

03/02/2009 - Esta turma de salgadenses - muitos estudando ou trabalhando fora - há cinco anos promove reuniões festivas aproveitando a presença de todos na cidade.
Em pé: Rafael Dadona, Bruno Tomazzini, Mateus Semensato, Inajá Rodrigues, Pablo Tolói, Vinícius Garcia, Ailton Nogueira e Adolfo Ferraz.
À frente: Robson Tolói, William Desidério, Silas Viana, Bruno Desidério e Victor Emanuel Maron.
(foto: Álbum de Ailton Nogueira)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Cinema na Praça

Por volta dos anos 1950 surgiu em General Salgado o primeiro cinema, num prédio localizado na Avenida Antonino José de Carvalho, entre as Ruas Euflauzino Castilho e Vicente Mendonça. Anos depois passou a se chamar Cine Bandeirantes e era comandado pelo Sr. Bruno, e que desapareceu no início dos anos 1980.

Em Nova Castilho nunca teve cinema, mas de vez em quando aparecia alguém exibindo filmes do Velho Oeste Americano, os famosos "bang-bangs". Os moradores da cidade se apertavam na Barraca-Bar do Largo da Praça para assistir os heróis dos faroestes da época: Bat Masterson, Zorro, Bonanza, O Homem de Virgínia, Durango Kid, dentre outros.

Hoje em dia a internet, especialmente o Youtube, reúne as mais variadas formas de vídeo de todo o mundo.

Inauguramos hoje aqui no blog a seção "Cinema na Praça", com a finalidade de postar alguns vídeos - salgadenses ou não - importantes para o nosso tema: o interior do Brasil.

Nossos visitantes e colaboradores também poderão enviar para o nosso embornal (ou indicar o endereço no Youtube) vídeos interessantes que merecem ser mostrados.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O Segredo de Dona Alivina

Aos 80 anos de idade, Dona Alivina Luiza da Silva - avó de minha amada Samanta - ainda demonstra grande animação desfilando todos os anos durante o carnaval salgadense à frente do Bloco Toloko. Em 2009 foi até entrevistada pelo jornalismo da Rede Globo.
(foto: André Luiz - Jornal A Gazeta da Região)

Zé Ramos, meu sogro, certa vez percebeu, com grande surpresa, que um pequeno corote onde conservava cachaça e que havia sido recentemente abastecido com três litros do precioso produto, havia se esvaziado muito rapidamente.

Como não tinha outras garrafas de aguardente em casa e não podia deixar o pequeno tonel vazio para não provocar rachaduras, encheu-o com água.

Algum tempo depois, quando foi trocar a água por cachaça, percebeu que estava vazio novamente. A água também havia desaparecido. Muito estranho!

Então ele se lembrou que naqueles dias estava hospedando a sogra, Dona Alivina. Desconfiado, passou a vigiar o comportamento dela para encontrar a solução do mistério.

Quando acreditava não estar sendo vista por ninguém, Dona Alivina disfarçadamente enchia uma xícara com o conteúdo do corote e saía bebericando pelos cantos, incólume. De longe, parecia que estava tomando café.

Em poucas semanas secou o corote duas vezes. Nos primeiros dias bebeu três litros de pinga, nos últimos, três litros de água.

E não reclamou.

Para não levantar suspeitas...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Memória 72 (Salgadense E. Clube 1981)

Salgadense Esporte Clube (1981) - O Clube era o local de reunião da juventude salgadense nos finais de tarde. Na foto da esquerda: Zé Roberto Iannela, Vânia Tavares e Vera Iannela. Na foto da direita: Vânia Tavares, Nelson Seraphim Junior, Vera Iannela, Zé Antonio Fernandes, Zete Fernandes e Kika Carvalho (sentado no chão).
(foto: Álbum do blogueiro - clique na foto para ampliar)

Mauro Castilho 5

Os amigos da Família Castilho que participam da Comunidade em homenagem a Mauro Castilho no Orkut (aqui), contam outras situações engraçadas ocorridas com ele.

Quando viajava com o Circo Beto Carrero, Mauro tinha um motorista chamado Xuxo. Era uma grande figura humana, porém, de pequeno porte: apenas 1,55m de altura.

O circo estava em Fortaleza (CE) instalado nas proximidades de um Shopping Center, que recentemente havia inaugurado um sistema de cancela eletrônica para acesso ao estacionamento. Hoje é um sistema comum, com catracas eletrônicas que fornecem o cartão ao usuário e depois o recolhe no final.

Saindo do estacionamento com Mauro ao seu lado, Xuxo parou o carro defronte a catraca e ouviu a mensagem da máquina:

- Por favor, coloque seu cartão no local indicado.

Mauro aproveitou a deixa:

- Pergunte pra moça até que horas o estacionamento fica aberto.

O motorista aproximou a cabeça da máquina e fez a pergunta. A máquina repetiu a primeira frase e Xuxo repetiu a pergunta demonstrando certa irritação. Somente depois de três repetições a vítima desconfiou da troça.

Numa cidade do interior da Bahia por onde passava o circo, Mauro entrou numa agência bancária para fazer um depósito. A fila era longa e ele se aproximou do caixa dizendo à atendente que possuía uma grande quantidade em dinheiro para depositar. Perguntou se não seria melhor pedir a outro funcionário que fizesse a contagem do dinheiro, evitando que o serviço atrasasse o atendimento dos demais que aguardavam na fila.

A moça recusou-se, insistindo para que ele permanecesse na espera. Ao chegar sua vez abriu uma sacola com muito dinheiro e a moça do caixa reconheceu.

- Vamos ter que contar tudo!

Aí ele ficou bravo e reclamou dos maus serviços da bancária:

- Eu avisei você não me ouviu. O seu atendimento é esdrúxulo, é retrógrado. E saiu procurando atendimento noutro setor.

Antes de chegar ao setor para contagem das notas ele se virou para o auxiliar que o acompanhava, rindo:

- Hoje antes de dormir ela vai ter que pegar um dicionário para descobrir o significado das minhas palavras.

Numa das rodovias que acessa a cidade de João Pessoa, na Paraíba, existe um posto da Polícia Rodoviária que é famoso por conta da sede dos policiais. Eles param os veículos e não pedem documentos. Usam de uma gíria para pedir propina. Chamam de “guaraná”.

O circo estava encerrando a temporada numa cidade próxima e se preparando para aportar em João Pessoa. Todas as vezes em que Mauro passava pelo local, os policiais exigiam uma contribuição.

Numa dessas oportunidades, quando estavam próximos do Posto Policial, ele fez o motorista Edilson Palito acessar um retorno até alcançar um supermercado às margens da pista. Desceu e comprou uma caixa de guaraná em latas.

Retomaram o curso e ao passaram pelo posto o policial fez sinal para que parassem. Deu-se o seguinte diálogo:

- Bom dia! – disse o policial – para onde vocês estão indo?

- Bom dia! – respondeu Mauro – estamos indo a João Pessoa. Nós somos aí do Circo.

- Ah! O pessoal do circo sempre dá um guaranazinho aqui pra gente.

- Claro! Vocês estão em quantos policiais aí?

- Estamos em quatro.

Mauro pegou quatro latinhas de guaraná atrás do banco e entregou para o guarda, que ficou com cara de bobo, mas não podia dizer nada. Pediu guaraná e foi servido.

Imagine a cara dos demais policiais quando receberam a contribuição...