segunda-feira, 27 de abril de 2009

Um Dedo de Prosa 6

O Jornal A Gazeta da Região, dirigido pelos amigos Gláucia e Adriano Barbosa, tem sido colaborador incansável desta nossa prosa, através da troca de informações e fotografias da seção Memórias.

O jornal, que é distribuído semanalmente em toda a região e que eu recebo no Mato Grosso do Sul, mantém uma seção destinada a homenagear a memória dos pioneiros com a publicação de fotos antigas. Esta parceria tem sido muito importante para a alimentação dos dois veículos.

Outros conterrâneos que sempre mandam notícias: Marcos Ascêncio, Edson Barbosa de Matos, José Augusto Cervantes, Leandro dos Santos, Fabíola Belletti, Sivone Constantino do Prado, Filó Iannela, Rita Pedrazzoli Sales, Paulo Pateta, Mineirinho, Nildes Marques, Kenzo Yano, Dedeca Fantini...

Alguns preferem deixar recados na nossa página do Orkut ou anotar suas visitas no mural aqui ao lado, que fica visível a todos.

Há alguns meses recebemos uma mensagem de uma pessoa chamada José dos Reis Nascimento. O teor do recado é que nos permitiu identificar seu autor: “Eu sou o Ouro (da dupla Ouro e Pinguinho) e estava aqui lendo a historia que você relatou no blog sobre parte de nossa vida e senti muita saudade daquela época. Ainda estamos morando em Carmo do Rio Claro, qualquer hora vou aparecer por ai para rever os amigos. Um abração e dê um abraço em todos os amigos”. A passagem da dupla pela cidade aconteceu nos anos 70, e está contada aqui.

Minha eterna professorinha Sofia Garcia do Prado, também mandou um recado agradecendo ter sido citada em nossa prosa, lembrando dos bons tempos da Escola de Nova Castilho.

Outra mensagem que nos parece merecedora de registro veio de Roberta Júlia Salgado de Oliveira. Trata-se de uma descendente do General Julio Marcondes Salgado, militar que cedeu o nome à cidade.

“Boa tarde Carlos, eu estava fazendo uma pesquisa no Google quando resolvi "jogar" o nome do meu tio Coronel Salgado para ver se tinha algo sobre ele, e me deparei com o seu blog citando o nome do meu tio avô Coronel Júlio Marcondes Salgado Filho. Fiquei emocionada ao ler a homenagem que foi feita a ele e muito mais emocionada quando vi sua foto. Meu avô materno que é sobrinho do Coronel Júlio Marcondes, tem a mesma foto na casa dele!Infelizmente o único da família que seguiu a carreira militar após meu tio-avô foi meu tio Coronel Salgado, que mora em São Paulo e é irmão da minha mãe. Ele tem um cargo de muito prestígio e responsabilidade aqui, comanda quase toda a segurança da cidade de São Paulo. E você acredita que eu nunca fui visitar a sua cidade? Na verdade acho que meu avô também nunca foi... ele conta muitas coisas sobre os Marcondes Salgado. Quero te agradecer pela homenagem e pelo carinho em memória ao meu tio-avô, e por ter contado uma passagem muito importante da estória de vida dele, pelo qual temos muito orgulho e admiração!!!”.

À Roberta e sua família deixamos o nosso sincero agradecimento pela visita, pelas palavras gentis e um convite para que venham conhecer a nossa bela cidade.

Muito obrigado a todos.

Proseando no Blogstars


O Proseando... está participando do BLOGSTARS, que reúne blogs de diversas categorias e permite que os usuários lhes atribuam pontos, negativos ou positivos.
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terça-feira, 21 de abril de 2009

Ruas de São Paulo




O Departamento de Patrimônio Histórico de São Paulo, em parceria com a Secretaria de Cultura da Prefeitura da capital paulista, apresentam um site muito interessante, que conta a história dos nomes de ruas de São Paulo.

Trata-se do site Dicionário de Ruas, que merece uma visita. Em São Paulo há uma rua chamada General Julio Marcondes Salgado, que é o mesmo militar que deu nome à cidade. As informações referentes à citada rua confirmam a pesquisa que fiz para contar aqui sua história.

Quando faleceu, num acidente com um canhão durante a Revolução Constitucionalista de 1932, o Comandante Salgado era Coronel.

Vejam o resultado da pesquisa:

Nome: RUA GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO - Distrito: SANTA CECÍLIA
Histórico: Júlio Marcondes Salgado, valoroso oficial da milícia estadual, nasceu em 01 de julho de 1890. Iniciou sua carreira militar, ingressando na Força Pública como simples praça, em 26 de junho de 1907. Passou a 2º tenente em 29 de abril de 1915, a 1º tenente em 22 de janeiro de 1918, a capitão em 18 de março de 1924, a major em 4 de novembro de 1924, a tenente-coronel em 31 de maio de 1927, e a coronel em 23 de maio de 1932. O comandante Salgado possuia as medalhas de Mérito Militar e era Cavaleiro da Ordem Leopoldo II, da Bélgica. Por ato do governo, lhe foi conferido o título de general. Faleceu em 1932, vítima de um acidente.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

É FESTA! 6

03/02/2009 - Esta turma de salgadenses - muitos estudando ou trabalhando fora - há cinco anos promove reuniões festivas aproveitando a presença de todos na cidade.
Em pé: Rafael Dadona, Bruno Tomazzini, Mateus Semensato, Inajá Rodrigues, Pablo Tolói, Vinícius Garcia, Ailton Nogueira e Adolfo Ferraz.
À frente: Robson Tolói, William Desidério, Silas Viana, Bruno Desidério e Victor Emanuel Maron.
(foto: Álbum de Ailton Nogueira)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Cinema na Praça

Por volta dos anos 1950 surgiu em General Salgado o primeiro cinema, num prédio localizado na Avenida Antonino José de Carvalho, entre as Ruas Euflauzino Castilho e Vicente Mendonça. Anos depois passou a se chamar Cine Bandeirantes e era comandado pelo Sr. Bruno, e que desapareceu no início dos anos 1980.

Em Nova Castilho nunca teve cinema, mas de vez em quando aparecia alguém exibindo filmes do Velho Oeste Americano, os famosos "bang-bangs". Os moradores da cidade se apertavam na Barraca-Bar do Largo da Praça para assistir os heróis dos faroestes da época: Bat Masterson, Zorro, Bonanza, O Homem de Virgínia, Durango Kid, dentre outros.

Hoje em dia a internet, especialmente o Youtube, reúne as mais variadas formas de vídeo de todo o mundo.

Inauguramos hoje aqui no blog a seção "Cinema na Praça", com a finalidade de postar alguns vídeos - salgadenses ou não - importantes para o nosso tema: o interior do Brasil.

Nossos visitantes e colaboradores também poderão enviar para o nosso embornal (ou indicar o endereço no Youtube) vídeos interessantes que merecem ser mostrados.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O Segredo de Dona Alivina

Aos 80 anos de idade, Dona Alivina Luiza da Silva - avó de minha amada Samanta - ainda demonstra grande animação desfilando todos os anos durante o carnaval salgadense à frente do Bloco Toloko. Em 2009 foi até entrevistada pelo jornalismo da Rede Globo.
(foto: André Luiz - Jornal A Gazeta da Região)

Zé Ramos, meu sogro, certa vez percebeu, com grande surpresa, que um pequeno corote onde conservava cachaça e que havia sido recentemente abastecido com três litros do precioso produto, havia se esvaziado muito rapidamente.

Como não tinha outras garrafas de aguardente em casa e não podia deixar o pequeno tonel vazio para não provocar rachaduras, encheu-o com água.

Algum tempo depois, quando foi trocar a água por cachaça, percebeu que estava vazio novamente. A água também havia desaparecido. Muito estranho!

Então ele se lembrou que naqueles dias estava hospedando a sogra, Dona Alivina. Desconfiado, passou a vigiar o comportamento dela para encontrar a solução do mistério.

Quando acreditava não estar sendo vista por ninguém, Dona Alivina disfarçadamente enchia uma xícara com o conteúdo do corote e saía bebericando pelos cantos, incólume. De longe, parecia que estava tomando café.

Em poucas semanas secou o corote duas vezes. Nos primeiros dias bebeu três litros de pinga, nos últimos, três litros de água.

E não reclamou.

Para não levantar suspeitas...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Memória 72 (Salgadense E. Clube 1981)

Salgadense Esporte Clube (1981) - O Clube era o local de reunião da juventude salgadense nos finais de tarde. Na foto da esquerda: Zé Roberto Iannela, Vânia Tavares e Vera Iannela. Na foto da direita: Vânia Tavares, Nelson Seraphim Junior, Vera Iannela, Zé Antonio Fernandes, Zete Fernandes e Kika Carvalho (sentado no chão).
(foto: Álbum do blogueiro - clique na foto para ampliar)

Mauro Castilho 5

Os amigos da Família Castilho que participam da Comunidade em homenagem a Mauro Castilho no Orkut (aqui), contam outras situações engraçadas ocorridas com ele.

Quando viajava com o Circo Beto Carrero, Mauro tinha um motorista chamado Xuxo. Era uma grande figura humana, porém, de pequeno porte: apenas 1,55m de altura.

O circo estava em Fortaleza (CE) instalado nas proximidades de um Shopping Center, que recentemente havia inaugurado um sistema de cancela eletrônica para acesso ao estacionamento. Hoje é um sistema comum, com catracas eletrônicas que fornecem o cartão ao usuário e depois o recolhe no final.

Saindo do estacionamento com Mauro ao seu lado, Xuxo parou o carro defronte a catraca e ouviu a mensagem da máquina:

- Por favor, coloque seu cartão no local indicado.

Mauro aproveitou a deixa:

- Pergunte pra moça até que horas o estacionamento fica aberto.

O motorista aproximou a cabeça da máquina e fez a pergunta. A máquina repetiu a primeira frase e Xuxo repetiu a pergunta demonstrando certa irritação. Somente depois de três repetições a vítima desconfiou da troça.

Numa cidade do interior da Bahia por onde passava o circo, Mauro entrou numa agência bancária para fazer um depósito. A fila era longa e ele se aproximou do caixa dizendo à atendente que possuía uma grande quantidade em dinheiro para depositar. Perguntou se não seria melhor pedir a outro funcionário que fizesse a contagem do dinheiro, evitando que o serviço atrasasse o atendimento dos demais que aguardavam na fila.

A moça recusou-se, insistindo para que ele permanecesse na espera. Ao chegar sua vez abriu uma sacola com muito dinheiro e a moça do caixa reconheceu.

- Vamos ter que contar tudo!

Aí ele ficou bravo e reclamou dos maus serviços da bancária:

- Eu avisei você não me ouviu. O seu atendimento é esdrúxulo, é retrógrado. E saiu procurando atendimento noutro setor.

Antes de chegar ao setor para contagem das notas ele se virou para o auxiliar que o acompanhava, rindo:

- Hoje antes de dormir ela vai ter que pegar um dicionário para descobrir o significado das minhas palavras.

Numa das rodovias que acessa a cidade de João Pessoa, na Paraíba, existe um posto da Polícia Rodoviária que é famoso por conta da sede dos policiais. Eles param os veículos e não pedem documentos. Usam de uma gíria para pedir propina. Chamam de “guaraná”.

O circo estava encerrando a temporada numa cidade próxima e se preparando para aportar em João Pessoa. Todas as vezes em que Mauro passava pelo local, os policiais exigiam uma contribuição.

Numa dessas oportunidades, quando estavam próximos do Posto Policial, ele fez o motorista Edilson Palito acessar um retorno até alcançar um supermercado às margens da pista. Desceu e comprou uma caixa de guaraná em latas.

Retomaram o curso e ao passaram pelo posto o policial fez sinal para que parassem. Deu-se o seguinte diálogo:

- Bom dia! – disse o policial – para onde vocês estão indo?

- Bom dia! – respondeu Mauro – estamos indo a João Pessoa. Nós somos aí do Circo.

- Ah! O pessoal do circo sempre dá um guaranazinho aqui pra gente.

- Claro! Vocês estão em quantos policiais aí?

- Estamos em quatro.

Mauro pegou quatro latinhas de guaraná atrás do banco e entregou para o guarda, que ficou com cara de bobo, mas não podia dizer nada. Pediu guaraná e foi servido.

Imagine a cara dos demais policiais quando receberam a contribuição...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Um Homem do Interior

Visual do site em homenagem a José Fortuna, um dos maiores compositores da música caipira (clique aqui para visitar).

No dia 2 de outubro de 1923 nasceu na cidade de Itápolis, no interior paulista, um dos maiores artistas de todos os tempos: José Fortuna. Desde pequeno escrevia versos e poemas. Em 1944 compôs sua primeira música, chamada Moda das Flores, gravada pela dupla Raul Torres e Florêncio.

Daí em diante deu início a uma produção musicial que se aproximou de duas mil músicas, algumas delas com mais de 50 regravações. Em 1952 compôs Índia, a versão de uma guarânia paraguaia que talvez seja sua mais célebre composição, gravada até pela musa da MPB Gal Costa (Índia teus cabelos nos ombros caindo / Negros como a noite que não tem luar...).

Por muitos anos formou com o irmão Pitangueira (Euclides Fortuna) e o sanfoneiro Zé do Fole, o trio Os Maracanãs, gravando mais de 50 discos entre LPs e 78 rotações. Os grandes sucessos do trio foram regravados pelas principais duplas sertanejas do país. São alguns exemplos:

Lembrança: "Lembrança por que não foges de mim / Me ajude arrancar do peito esta dor / Afasta meu pensamento do seu / Porque vamos reviver este amor" - regravada por Milionário e José Rico.

A Mão do Tempo: "Na solidão do meu peito o meu coração reclama / Por amar quem está distante / E viver com quem não ama / Eu sei que você também da mesma sina se queixa / Querendo viver comigo mas o destino não deixa" - gravada por Tião Carreiro e Pardinho.

Cheiro de Relva: "Cheiro de relva traz do campo a brisa mansa / Que nos faz sentir criança a embalar milhões de ninhos / A relva esconde as florzinhas orvalhadas quase sempre abandonadas nas encostas do caminho / A juriti madrugadeira da floresta com seu canto abre a festa revoando toda a selva / O rio manso caudaloso se agita parecendo achar bonita a terra cheia de relva" - gravada por Dino Franco e Mouraí e as Irmãs Galvão.

Manteve ainda um grupo de teatro que viajava o país lotando circos, teatros e praças públicas. Escreveu 42 peças, algumas delas com os mesmos temas de seus grandes sucessos, como Paineira Velha, Esteio de Aroeira, Lenda da Valsa dos Noivos.

A partir de 1975 deixou de cantar, dedicando-se integralmente à composição. Surgiram então outras canções inesquecíveis que foram sendo gravadas pelos principais artistas da música sertaneja. Em 1979 participou de um Festival de Música promovido pela TV Record e alcançou a histórica marca de obter os três primeiros lugares.

1º lugar com a canção Riozinho: "Meu rio pequeno, braço líquido dos campos / Rodeado de barrancos, corroído pelos anos / Vai arrastando folhas mortas de saudade / Por-do-sol de muitas tardes, ilusões e desenganos / Cruzando vales, chapadões e pantanais bebedouro de pardais, branco espelho de luar / O seu roteiro não tem volta só tem ida, pra findar a sua vida na amplidão azul do mar" - regravada por Lourenço e Lourival e Irmãs Galvão. Talvez uma das mais lindas letras de autoria do compositor.

2º lugar com Berrante de Ouro: "Nesta casinha junto ao estradão faz muito tempo eu parei aqui / Vem minha velha vamos recordar quantas boiadas eu já conduzi / Fui berranteiro e ao me ver passar, você surgia me acenando a mão / Até que um dia eu aqui fiquei preso no laço do seu coração" - regravada por Liu e Léu e Tião Carreiro e Pardinho.

3º lugar com Brasil Viola: "Meu Brasil o seu formato, com um coração se parece / Seu litoral feito esse margeando o mar azul/ É o bojo de uma viola, no estojo do continente / Bem na vitrine da frente desta América do Sul" - interpretada pelo Duo Ciriema.

As músicas que mais fizeram sucesso, porém, foram Terra Tombada (gravada por Chitãozinho e Xororó), O Ipê e o Prisioneiro (Liu e Léu, Chrystian e Ralf, Mococa e Paraíso), Raízes do Amor (Tião Carreiro e Pardinho, Nalva Aguiar) e Avenida Boiadeira (Joaquim e Manuel, Nalva Aguiar).

Avenida Boiadeira foi composta para agradecer a cidade de Itápolis que deu seu nome a uma rua que, na infância do compositor, era usada para a passagem das comitivas de gado.

Ao falecer em 10.11.1983, depois de receber as mais diversas homenagens, ainda deixou cerca de 900 composições inéditas, que passaram a receber melodia do genro Paraíso, casado com Iara Fortuna e parceiro musical de Mococa. Não há um único fã de música sertaneja que não saiba de cor alguns versos de autoria do imortal compositor.

O site através do qual a família (a esposa Durvalina e as filhas Iara e Marlene) homenageiam sua memória, é visita obrigatória a todos os que apreciam a música do interior.

Sérgio Reis, Chitãozinho e Xororó, João Paulo e Daniel, Leandro e Leonardo, Cezar e Paulinho, dentre outros, regravaram sucessos de Zé Fortuna.

A lápide de sua sepultura no Cemitério do Morumbi, na capital paulista, cita um trecho de uma canção chamada O Silêncio do Berranteiro:

Aqui estou meus velhos companheiros,
Olhem pra cima, pra me ver passando
Em meu cavalo Raio de Luar
Pelo estradão de estrelas galopando.
O meu berrante hoje são trombetas
Que os anjos tocam chamando a boiada
De nuvens brancas no sertão do espaço,
Vindo ao curral azul da madrugada
”.

Zé Fortuna, Pitangueira e Zé do Fole

É FESTA! 5

Edna Fantini Moraes, Sivone Constantino Prado, Elza Fantini Marino, Cristina Pereira Constantino, Beth Garbatti Prado e Elane Arruda Cervantes.
Mais uma turma salgadense que adora se reunir para celebrar a vida.
(foto: Álbum de Sivone Prado)

Um Dedo de Prosa 5

Além de salgadenses esparramados pelo mundo, o Proseando tem recebido visitas de muitas pessoas que registram suas impressões sobre a nossa prosa.

O historiador Clayton Romano, editor do Blog Iboruna 21 (aqui), de São José do Rio Preto, enviou mensagem que nos serviu de grande incentivo: “Acabo de visitar seu blog. Impressionante! Nem de longe "meu" modesto IBORUNA21 pode ser comparado ao seu excelente Proseando... Proseando... impressiona pela riqueza de detalhes, pelo volume de informações, isto é, pelas claras evidências de "garimpo" no trato das fontes, na descoberta da história. Quantos causos, fatos, imagens e personagens interessantes em General Salgado... Ótimo trabalho! O "meu" IBORUNA21 não chega a tanto. Limita-se a interpretar o presente - tão dinâmico e às vezes tão dramático - da cidade, valendo-se, para tanto, de uma perspectiva histórica que permita ampliar o foco da leitura sobre fatos e personagens do cotidiano de Rio Preto. A sesmaria de João Bernardino de Seixas Ribeiro ainda diz muito à "alma" da cidade... É estimulante para um historiador saber desta sua disposição em descobrir, conhecer e narrar a história de General Salgado e, consequentemente, do Noroeste Paulista; aliás, a biografia do General já diz muito sobre a "aventura" de se ocupar este sertão... Estamos - IBORUNA21 e eu - à sua disposição”.

Outro riopretense, o músico Joe Bass, que vive na Europa, deixou um comentário: “Bem fez o Noblat em divulgar seu blog. Passei uma tarde de leitura deliciosa e acabei o dia nostálgico lembrando de minha infância em Rio Preto. Bom trabalho!”

O levantamento histórico que fizemos sobre as origens da Família Marques de General Salgado, que contou com a colaboração essencial dos primos Antonio Carlos, Elaine, Osmar e Del Marques, permitiu a localização de um grande número de parentes desconhecidos. Dentre eles o Eliseu Marques, que vive em Goiânia:

“Olá primo Carlos. Foi com imensa satisfação, que neste ano de 2007 fiquei conhecendo através do seu dinamismo de contador de história a verdadeira história de Firmino Luiz, que deixou tão cedo sua terra, ficando poucas informações para gerações vindouras de parentes. Muito pouco e quase nada sabíamos sobre sua família, seus filhos, netos e bisnetos. Este homem que já tinha uma visão ampla do mundo em pleno início do século XX, esta espécie de bandeirante, este fundador de cidades, este filho da Mindinha, que muito nos causa admiração. Fiquei bastante emocionado quando você me relatou a respeito das cartas de meu avô, da Mindinha para o Firmino, e parece mostrar uma preocupação familiar com o ente distante. Gostaria imensamente que você me enviasse a cópia destas cartas. Foi uma pena que conheci meu avô quando ele vivia seus últimos dias e já bastante debilitado não tinha condições de contar suas histórias. Mas foi um homem fascinante, que exercia um profundo respeito sobre os demais e que viveu intensamente a vida em todos os seus aspectos. Quero desejar-lhe um feliz Natal e um ano novo repleto de sucesso, saúde e realizações a você primo, sua família e a Grande Família Marques de General Salgado”.

Eliseu tem desenvolvido importantes pesquisas em Minas Gerais levantando outras informações sobre a parte da família que lá ficou. Esperamos que no próximo encontro (marcado para 01/05/2009) ele e alguns outros mineiros possam vir conhecer os parentes salgadenses.

Miltinho Castilho, neto do pioneiro Hipólito Marques, se tornou um dos mais ativos colaboradores do blog. Enviou várias fotos e histórias. Através dele soubemos da aventura de Simão Marques para trazer de volta à terrinha o nosso querido e saudoso Padre Victorino Liñan Hitos, que estava, havia muitos anos, recluso na Espanha:

“Li seu artigo do Pe. Vitorino, adorei e quero completá-lo. O meu tio Simão Marques, que tem um filho na Espanha (músico de flamenco) estava certa vez “sapeando” pela Espanha, e passou perto de Granada. Resolveu procurar pelo Padre e na procura foi cair “no colo” de um irmão dele, que não era nada menos que o dono da (me parece) única empresa de ônibus urbano da cidade. O dito irmão então ficou muito contente com a presença do Simão, que foi pessoalmente levá-lo ao retiro de padres existente no local. Chegando lá o Simão ficou impressionado com o estado de solidão que se encontrava o padre e resolveu dar início à uma negociação entres as partes (família e povo salgadense) e depois daquele “trás não trás” resolveu-se que iria para Salgado. Após várias crises de saúde houve oportunidade da viagem para o Brasil. Ficou encarregado de buscá-lo nada menos que o Sr. Angelim Veschi. Felizmente fui um dos “recepcionadores” da dupla no Aeroporto de Cumbica em Guarulhos, um seu coroinha de 1966”.

É lógico que fui conferir a história com Simão, que nos enviou o seu relato:

“Quando tinha meus 8 anos auxiliava o Pe. Victorino nos ofícios da igreja, juntamente com outros da mesma idade, entre eles Marcelo e José Roberto Scarin, Luiz Carlos e Carlos Braz Spadacio. A convivência com o padre foi importante, não só pelo aspecto de formação (disciplina, novos hábitos, valores, etc) como, pela sua origem tínhamos informações de outros costumes e fatos, especialmente da Espanha, que para mim, caipira inconsciente, era tudo novidade. O tempo passou. Em 1994 nosso amigo residia em Granada quando tive a oportunidade de visitá-lo e também conhecer alguns membros de sua família, muitíssimo conhecida na região pois tinham uma empresa de transporte urbano (Empresa Linãn SA). A visita foi muito agradável e o Pe. Victorino se alegrava com as recordações de sua vida em Salgado, das pessoas e das situações curiosas que presenciou. Apesar desse clima prazeroso percebia-se quanto ele estava carente de convívio amigo, pois residia em uma instituição de amparo a religiosos idosos, cercado de pessoas que pouco ou nada tinham a ver com sua história, a maior parte dela passada no Brasil. Na verdade estava tão saudoso que tinha disposição de aproveitar minha companhia para falar de retornar a Salgado com ânimo definitivo. Como sua saúde exigia alguns cuidados disse a ele que essa viagem deveria ser feita com a devida assistência. Retornando pude relatar o ocorrido a algumas pessoas entre elas Ângelo Veschi e dona Lucila. Em seguida foi criada uma comissão para promover o seu retorno. Maiores detalhes poderão ser obtidos junto ao Ângelo Veschi, Dr. Márcio Costa e outros mais que participaram desse esforço”.

Assim, podemos aqui noticiar a importante participação dos salgadenses no retorno do Padre Victorino à nossa terra, onde ele recebeu merecidas homenagens e viveu seus últimos dias.

Faço aqui estes registros para que os visitantes percebam o quanto é importante a colaboração enviada. O nosso embornal continua à disposição de todos.

Mais uma vez, muito obrigado!