quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Correio Elegante 1 (Antonio Carlos e Marilete)

Salgadenses em Sorocaba (SP): Paulo Henrique, Samantha, Antonio Carlos, Marilete e Fernanda.
Antonio Carlos dos Santos Souza é filho de Joana e Carlos dos Santos Souza (conhecido como Cabrália), antigo carcereiro da Delegacia de Polícia de General Salgado. Marilete Queiroz Camargo é filha de dona Joracy e de João Camargo (conhecido como João Rosa), neta dos pioneiros Ana e Pedro Rosa. Seu Pedro era primo do Coronel Euflauzino Castilho, que era casado com uma irmã de dona Ana. Antonio Carlos trabalhou na agência local da Nossa Caixa (naquele tempo Caixa Econômica do Estado de SP) e Marilete foi, por muitos anos, funcionária do Escritório Contábil do Beletti. Em 1985 mudaram-se para Sorocaba (SP), onde residem atualmente. Paulo Henrique cursa Faculdade de Direito; Samantha é advogada e Fernanda médica veterinária. (foto: Álbum de Marilete)

Correio Elegante - é uma nova seção aqui no Proseando que inauguramos hoje e pretende mostrar salgadenses que vivem por aí afora, mas que sempre aparecem (na cidade e aqui no Proseando) para rever amigos e familiares e matar a saudade da nossa terra. Correio Elegante era o nome dos bilhetes que existiam antigamente nas quermesses da Praça da Matriz, muito utilizado pelos jovens para paqueras e namoros.
A seção está à disposição de todos. Mandem fotos com informações para o nosso embornal, teremos prazer um publicá-las.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

João de Melo

João Alves de Melo
(foto: Jornal A Gazeta da Região)
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Debaixo de uma frondosa árvore que existia no quintal da casa do Professor Paulo Ricoy de Camargo, em Nova Castilho, lá pelos idos de 1974 ou 1975, um grupo de músicos salgadenses animava uma festa de aniversário.

Eu, com uns 9 anos de idade, não conseguia desgrudar os olhos daquele grupo. Fascinado pelo som dos violões e pela harmonia das vozes, nasceu em mim naquele dia o desejo de aprender a tocar o instrumento.

Dentre os músicos um se destacava por dois motivos. O primeiro era a voz grave e retumbante e o outro, um estupendo domínio do instrumento demonstrado em solos e dedilhados perfeitos e envolventes. Seu nome era João de Melo. Os outros integrantes do grupo eram Márcio Teixeira, Fio e Ciridião Frota.

Os adolescentes da minha época cresceram ouvindo estes músicos e muitos foram seus alunos de violão. Anos depois seu irmão Natal de Melo abriu um bar na esquina da Avenida Antonino com a Rua Nadir Garcia (onde hoje se acha a videolocadora do Tiozinho). Todo final de tarde o boteco se enchia de gente para ouvir os dois irmãos cantando. Daí nasceu o projeto de gravarem o primeiro disco, o que aconteceu em 1981.

A primeira música do disco se chamava “50 dias de saudade” cujo refrão dizia: “Estamos separados há quase dois meses / são cinquenta dias de saudade e dor / por simples capricho a mandei embora / mas a vida agora não tem mais valor”. Para gravar o LP a dupla assumiu o nome de Divanei (Natal) e Deni Rey (João).

João fora, no entanto, um artista muito precoce. Com 14 anos dominava o violão e reuniu os amigos Djair Filó, Odair e Rui para formar um conjunto que animava festinhas pela cidade. O grupo se chamava Quarteto Vocalistas Som e tocava de tudo, do rock ao sertanejo. Aos 18 anos se apresentava nas rádios da região cantando os maiores sucessos da música sertaneja.

Apesar de ter gravado um segundo LP, a dupla Divanei e Deni Rey, infelizmente, não fez muito sucesso, pois naqueles tempos os métodos de divulgação de discos estavam muito atrelados ao domínio financeiro das grandes gravadoras. Muito diferente de hoje em que a internet e as rádios permitem maior acesso do público aos artistas independentes.

João continuou cantando em conjuntos de bailes, animando festas e conquistando fãs. Também era assíduo participante do coral da Igreja Nossa Senhora das Dores. Nesta altura, já tinha a companhia do filho Johnny, cujo talento ele mesmo lapidou. Alguns anos depois surgiu a oportunidade de cantar ao lado do grande Amaraí, da imortal dupla Belmonte e Amaraí. Gravaram um disco no qual João assumiu o nome de Montenei.

Quando Amaraí decidiu cantar com o filho Franco, João retomou a dupla com Natal e gravaram dois CDs, um deles com renda revertida em benefício do Hospital Bezerra de Menezes.

Aos 54 anos de idade, o mais talentoso dos músicos salgadenses nos deixou no dia 2 de setembro de 2009, depois de longo período de luta contra grave doença. Deixou a esposa Fátima, os filhos Johnny e Danila e duas netas: Bruna e Ana Júlia.

Seu desaparecimento precoce provocou intensa consternação nos inúmeros amigos que ele deixou, e que compareceram aos funerais para homenageá-lo. Ciridião, Márcio, Djair e Negão despediram-se do amigo lembrando as canções que ele mais gostava.

Ao receber a triste notícia não pude deixar de me lembrar daquele dia em Nova Castilho e ouvir novamente a sua voz cantando e me encantando: “Ouvindo o murmurar da cachoeira / das águas que desabam da pedreira / são as mais belas horas que existem em minha vida / ver a madrugada nascer florida”.

Obrigado João. Que Deus lhe guarde!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cidão

O caminhoneiro Aparecido Mateus, o famoso Cidão Baiano, é outro dos folclóricos personagens salgadenses que merecem ser lembrados aqui na nossa prosa.

Trata-se de mais uma dessas figuras engraçadas que muita gente pensa só existir em General Salgado.

É um tipo muito engraçado e gozador, dono de uma voz grave e inquisitiva. Só pela conversa você percebe que se trata de uma figura.

Certa vez candidatou-se a vereador e, como morava defronte ao portão de um dos colégios onde os salgadenses votavam, traçou um plano infalível para ser eleito.

Chamou a mulher e noticiou o intento:

- Rosa, no dia da eleição você me faça uns 300 sanduíches.

- Pra que tudo isso?

- Vou cercar os eleitores aí na porta do colégio e trazê-los aqui em casa, fazer um agrado... Tenho certeza que serei um dos mais votados...

No dia da eleição colocou a estratégia em prática. Convidava os conhecidos para um café antes de votar e, no interior da residência, oferecia um sanduíche e pedia o voto. Embalados por sanduíche e café os eleitores não tinham como negar.

Quando a grande cesta de pães chegou à metade ele analisou a situação e mudou o plano.

- Rosa, pode parar de fazer sanduíche. Já tô eleito! Nem precisa gastar esses pães que estão sobrando aí. Tenho 150 votos garantidos.

Abertas as urnas, a decepção foi grande: 6 votos.

E ainda teve que arcar com as despesas da padaria!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Memória 80 (José Luiz Marques Neto)

José Luiz Marques Neto e família - 1939
Luiz José (casou-se com Guiomar Rodrigues), Diomásio (Marta de Lima), Oswaldo (Alzira Anastácio), Milton (Maderlei dos Santos), Maria Cândida, Valdemar (Alzira Marques), José Luiz Marques Neto, Maria (Domingos Fantini), Manoelina (Natalino Constantino) e Altina (Pedro Salustiano Marques).
(foto: Acervo da Família Marques)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

É FESTA! 13 (Família Cunha)

Bodas de Ouro - O casal Dulce e João Cunha celebrou 50 anos de união ao lado de filhos, noras, genros e netos: Felipe Cavassan, Cavassan, Márcia, Nildemar (o Branco), Lucimar, Eduardo Cavassan, João Cunha, Dulce, Gustavo, Rafael, Josemar, Alcinéia, Vítor, Dulcimar, Beathriz, Sandimar, Simone, Laura e Fernanda.
(foto: Álbum de Dulcimar Cunha)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Memória 79 (Netos de Hipólito)

Primos (1966) - João William, José Francisco, Sérgio Marques, Miltinho Castilho e Carmem Silvia Marques. Os primos - pequena parte dos muitos netos do pioneiro Hipólito Marques - alinhados em reunião de família.
(foto: Álbum de Miltinho Castilho)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Pinga-Fogo 3

O grupo de salgadenses que anualmente vem a Chapadão do Sul para futebol, churrasco, música e amizade, costuma pegar a estrada muito cedo no dia da viagem, por volta das 4:00 horas da matina. A viagem dura cerca de quatro horas.

Num desses anos quatro carros deixaram a cidade sintonizados na mesma Rádio FM, que naquele horário tocava boa música caipira. Uma dessas boas rádios de Fernandópolis ou Jales.

Nas proximidades de Jales o Pinga Fogo telefonou para a rádio encomendando uma música e pedindo que o locutor enviasse uma saudação especial à caravana. O pedido foi atendido e minutos depois todos ouviram o recado do radialista:

- Essa música nós vamos mandar para os amigos de General Salgado que nessa madrugada pegaram a estrada e estão indo a Chapadão do Sul jogar futebol: Pinga Fogo, Negão, Gappa...

Assim que a música terminou e o locutor retomou o bate papo, veio outra mensagem:

- Atenção pessoal de General Salgado que está indo a Chapadão do Sul, o Raé lá de Salgado ligou aqui pra dizer que essa história de futebol é cascata. Ele disse que vocês devem estar indo atrás de outras coisas, porque Pinga Fogo, Sertão, Gappa, esse pessoal nunca quis saber de futebol...