quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Atualidades


Em evento ocorrido no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul, o advogado e jornalista salgadense Manoel Afonso, que também é comentarista da Rede Record em Campo Grande, aparece ao lado do diretor financeiro da Assembleia Legislativa de MS, Jericó Matos, e do major da Polícia Militar, Cláudio Rosa.
(foto: Gabriel Santos, especial para a coluna de Fernando Soares, no site Midiamax)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Nova Castilho na imprensa regional

Nova Castilho foi objeto de matéria do jornalista Allan de Abreu publicada no Jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, edição do dia 07 de novembro de 2010, que tomamos a liberdade de republicar.

Tranquilidade
Nova Castilho é a 2ª menor cidade do Estado de SP
Allan de Abreu

Praça matriz de Nova Castilho, região de General Salgado: cidade não registra crimes há sete anos
(foto: Rubens Cardia)

Em Nova Castilho, o tempo é de outra ordem. Lá, relógios correm macios, vagarosos, sob o olhar sossegado das 1.124 “almas” contabilizadas pelo IBGE no último Censo, metade delas na zona rural. Encravada em um extenso planalto entre General Salgado e o rio Tietê, a cidade se orgulha de ser a segunda menor do Estado e a quinta do País. Para efeito de comparação, tem população equivalente a de Talhado, distrito de Rio Preto.

O isolamento é total. Há apenas um acesso por asfalto, 20 quilômetros de estrada sinuosa que separam a cidadela da “capital” Salgado. Para levar pacientes até Araçatuba, as ambulâncias precisam percorrer um trecho de 14 quilômetros de chão batido. Não há Fórum, agência bancária, rodoviária. Muito menos ônibus regulares. Celular, só de uma operadora, e olhe lá.

“Acho que o mundo esqueceu Nova Castilho. Mas é bom assim”, diz o aposentado Aristides Garcia, 69 anos, morador do município desde 1953. Aristides ajudou a povoar a cidade: tem quatro filhos e oito netos, todos orgulhosos castilhenses. “A gente vê tanta violência na cidade grande, prefiro esse sossego aqui.”

O aposentado não exagera. Durante meia hora na última quinta-feira, a reportagem flagrou apenas quatro carros e um trator cruzando a principal rua da cidade, ao lado da igreja matriz. Um exemplo mais do que convincente da “cidadezinha qualquer” de Carlos Drummond de Andrade, onde homens, cachorros e burros vão devagar, sob o “olhar” igualmente vagaroso das janelas. Em uma delas costuma ficar o também aposentado Eurides Francisco do Amaral, 80 anos. Há três décadas ele se vale da tarde quente para observar a igreja e o céu azulado do Centro de Nova Castilho. “Morro nesta terra, e com gosto. Adoro essa tranquilidade.”


Moradores antigos, Eurides Francisco do Amaral e a cunhada Vanda Amaral gostam da tranquilidade.
(foto: Rubens Cardia) 

Nova Castilho é uma cidade de idosos. Porque sobram poucas escolhas na vida dos jovens: ou vai para a roça, lidar com gado ou trabalhar nas lavouras de cana, ou dá um jeito de arrumar vaga na prefeitura, a maior empregadora em uma cidade sem indústrias e onde o comércio se resume a uma padaria, uma farmácia, um restaurante, uma loja de material para construção e um posto de combustível.

“A maioria dos jovens acaba se mudando para Salgado, Votuporanga ou Jales”, diz o prefeito Roberto Lopes, dono do maior salário da cidade, R$ 6 mil. Com orçamento de R$ 8,2 milhões, a cidade depende de recursos da União e do Estado para sobreviver. A receita da cidade, que se resume ao IPTU e Imposto Sobre Serviços (ISS), cobre apenas 20% das despesas. “Se não fosse o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e o ICMS, Nova Castilho não existiria”, afirma Lopes.

Nenhum advogado, engenheiro ou médico reside no município. O clínico-geral, a pediatra e o ginecologista do único posto de saúde vêm todos os dias de General Salgado. Assim como o padre, que uma vez por semana vai rezar missa na matriz. Mas a cidade comemora avanços. Se há oito anos só uma rua não era de chão batido, hoje todas as 23 quadras contam com asfalto.

A cidade trata todo o esgoto que gera e comemora os altos índices na educação - tirou nota 7,2 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), uma das mais altas da região. Há dois meses, o município ganhou uma agência dos Correios, com direito a banco postal. Um luxo para a esquecida Nova Castilho. “Agora a gente não tem mais de ir até o banco em ‘Sargado’”, comemora Aristides.

Aqui funciona a Delegacia da cidade, com apenas dois funcionários. Em 7 anos, apenas um homicídio.
(foto: Rubens Cardia)

O sossego dos castilhenses se reflete nas estatísticas criminais do município. Desde 2001, houve apenas um homicídio, há sete anos, quando um menino atacou outro com uma faca durante quermesse, além de dois roubos, três furtos de veículos e 41 furtos em geral. O último foi neste ano, quando uma máquina de picar cana sumiu de um sítio. “Aqui é muito tranquilo. O único problema é que, vez ou outra, alguém exagera na bebida no bar e cria alguma confusão”, diz o soldado da PM Ivan Carlo Alves, de plantão na última quinta-feira. Nova Castilho tem apenas um policial militar por turno, com uma viatura.

Na delegacia, são dois funcionários: uma escrivã e um investigador. O delegado responsável fica a maior parte do tempo em General Salgado. Na quinta, quando a reportagem do Diário foi a Nova Castilho, a repartição ficou fechada durante o dia porque a dupla cuidou do caso que chocou a cidade: a PM flagrou uma adolescente de 15 anos deficiente mental seminua na cama de um lavrador, que acabou preso em flagrante. “Ninguém se conforma com o que aconteceu. Nunca houve nada parecido por aqui, que eu me lembre”, afirma a conselheira tutelar Lurdes Aparecida dos Santos.

Nova Castilho é apontada pelo IBGE como a menor cidade da região e a segunda menor do Estado. ‘É melhor que continue pequena’.
(foto: Divulgação)

Fundado em 1925, o povoado de Vila Castilho, assim chamado em homenagem ao sobrenome do fundador, José Antonio de Castilho, permaneceu por sete décadas como um distrito de General Salgado. A emancipação só veio em dezembro de 1995, após um plebiscito que decidiu pela criação do município. Desde então, Nova Castilho é administrada pelo PSDB. “Somos uma cidade de tucanos”, resume o prefeito Roberto Lopes, que se orgulha de ter no gabinete fotos do ex-governador Mário Covas. “Ele nos apoiou no processo de emancipação”, justifica Lopes.

Boi e cana formam o binômio da economia castilhense. Mas não dão conta de absorver toda a população economicamente ativa do município. O prefeito não tem estatísticas, mas admite que o desemprego é grande, principalmente entre as mulheres. “Construímos um barracão para uma fábrica de confecção, e resolver uma parte do problema”, afirma. Ao lado do imóvel, os dez lotes do distrito industrial permanecem vazios.

Ser pequeno é motivo de orgulho para o prefeito. “É melhor que continue assim.” Menor do que Nova Castilho no Brasil, só a paulista Borá (805 habitantes), Anhanguera, em Goiás (1.011 habitantes), Oliveira de Fátima, no Tocantins (1.035 moradores) e Araguainha, Mato Grosso (1.093 moradores).


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Modernidades

O salgadense Wanderlei Guimarães, o famoso Tatinha, é o feliz proprietário de um Ford Corcel II que trata com muito zelo. É comum vê-lo circulando pela cidade com o automóvel sempre limpo e bem cuidado. Não se cansa de divulgar aos amigos as proezas do carrão.

Dia desses o veículo precisou de umas peças novas e o proprietário se deslocou até Araçatuba para comprá-las. Ao tentar pagar a mercadoria, o dono da loja - um descendente de orientais - recusou o pagamento em cheque.

- Só aceita carton, né?

Tatinha tentou convencer o negociante dizendo que só utilizava cheque, nem carregava cartão, mas o japonês não se convencia, dizendo que talão de cheques era coisa ultrapassada e que hoje em dia todo mundo só usava cartão de crédito ou de débito em conta. Coisas da vida moderna. O jeito foi apresentar um último argumento.

- Veja só. Eu estou no meio do pasto negociando gado, o preço é bom, o gado me serve, ofereço o preço que o vendedor pediu, o boiadeiro começa a ratear e eu preciso garantir o negócio. Vou passar o cartão aonde? Na bolacha da vaca?

Sem contra-argumento, o japonês acabou aceitando o cheque.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Memória 92 (Campeonato Infanto-Juvenil 1980)


Campeonato Municipal Infanto-Juvenil (1980) - Este time disputou a final do campeonato com o Grêmio Salgadense, dirigido por Márcio Teixeira.
Em pé: Izidio, Carlos Gambi, (não identificado), João Jorge, Paulo Fantini, Miguel Fantini e Raé de Moraes (treinador). Agachados: Dui Plaza, Donizete, Jurandir Castro, Miltinho Renda, Laudemir e Cássio de Vergilio.
Ajude na identificação, mande um e-mail para o nosso EMBORNAL.
Outras fotos desse mesmo dia: o time adversário - Memória 3 (CLIQUE AQUI).  
A entrega dos prêmios - Memória 66 (AQUI).
Atualização em 16/09/2010: Ocimar Prado, o Becinha, reconheceu Laudemir, também conhecido como Nick Lauda.
(clique na foto para ampliar)
(foto: Álbum de Sandra Sonomura).

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Intervalo

A fim de atender a um convite feito pela Editora Contemplar (http://www.editoracontemplar.com.br/) de Campo Grande, nos últimos 20 dias estive impossibilitado de dar ao Proseando a atenção que merece.

Por conta disso, as postagems minguaram, pouco respondi às mensagens deixadas nos comentários ou na caixa de recados.

Hoje, porém, dei conta de entregar a encomenda, para meu alívio. Acredito que nos próximos dias retomo o andamento normal da nossa prosa.

Agradeço a compreensão de todos.

Quanto ao projeto que me tomou todo esse tempo, depois eu conto do que se trata!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

2º Prêmio Blog Books

O Proseando está inscrito no 2º Prêmio Blog Books, promovido pela Editora Singular, e que pode transformar o blog num livro. Para isso, preciso que os amigos visitantes votem, clicando num dos selos da promoção (acima ou no canto alto à direita), e seguindo os procedimentos do link que será aberto.
Conto com a colaboração de todos. Obrigado.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Vistoria

Essa é da época em que surgiram na região as primeiras lavouras de cana-de-açúcar, embaladas pela união de diversos produtores rurais salgadenses em torno do projeto de construção da Destilaria Generalco, no início da década de 80. O surgimento do novo empreendimento tornou-se o centro das atenções dos salgadenses.

Num fim de tarde uma turma estava reunida num boteco em Nova Castilho tomando umas e outras. No meio da conversa apareceu um desconhecido falando sobre o tema com desenvoltura. Dizia ser engenheiro agrônomo especialista em doenças e pragas da lavoura canavieira e que estava na região a trabalho.

- Estou fazendo uma vistoria na cana - justificou-se.

O Professor Nardinho Toledo se interessou pela conversa.

- Acho muito bom você fazer vistoria, porque alguma coisa deve estar errada com essa cana.

- Como assim? - quis saber o agrônomo.

- É que de uns tempos pra cá com duas ou três doses eu já fico ruim...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Memória 91 (Festa do Peão - Anos 80)

Festa do Peão (Anos 80) - Celso Trovão, Eduardo Inocêncio e Marcelo Cruzeiro, três bandoleiros salgadenses judiando do pobre burrinho do Foto Mexicano numa festa do peão nos anos 80.
(foto: Álbum de Marcelo Cruzeiro)

Gappa no bingo

Em meados dos anos 90, como prêmio à conquista de um campeonato regional de futebol amador, o dirigente João Venâncio - o famoso João Gordo - levou os atletas salgadenses para curtirem uma semana na praia.

Um ônibus lotado ancorou na praia de Pitangueiras e os boleiros se esparramaram pelas areias do Guarujá. Gappa e Instalação (Wilians de Castro e Marcelo Pereira, figurinhas repetidas aqui da nossa prosa) fizeram uma aposta: os dois teriam que sair do Morro do Maluf e ir até a praia de Astúrias (aproximadamente dois quilômetros de orla) parando em todas as barraquinhas. Em cada uma delas teriam que dividir uma cerveja e uma caipirinha. Quem arriasse primeiro perderia a aposta e teria que pagar um prêmio ao outro.

Saíram de manhã marchando pelas areias e um grupo seguiu a dupla para conferir o cumprimento do acordo. Horas depois, mais de metade do caminho percorrido, os dois trançavam as pernas mas não entregavam a rapadura. Prosseguiram até o fim e sacramentaram um empate técnico. Combinaram de deixar o desempate para outro dia.

De volta ao alojamento improvisado numa escola atacaram uma imensa panela de vaca atolada. Decidiram descansar um pouco antes de voltar à praia. Minutos depois de se deitar num colchonete, Instalação não consegiu se levantar a tempo de alcançar o banheiro. Uma mistura de caipirinha, cerveja, costela e mandioca cobriu colchões, lençóis e travesseiros da turma. O coitado do Tião Pelé teve que jogar o colchão fora e dormir o resto da semana por cima de uns panos...

No dia seguinte o Gradella convidou a turma para ir a um bingo, mas todos queriam conferir um pagode que aconteceria nas proximidades. Gradella se arrumou e saiu sozinho. Pouco tempo depois voltou rindo e exibindo ao grupo um pacote de notas. Com poucas rodadas havia embolsado um prêmio de mil reais. Ao verem o maço de dinheiro os demais se animaram e decidiram também tentar a sorte no bingo.

Minutos depois todos estavam instalados no local pedindo cartelas. O problema é que a maioria estava acostumada com o bingo da quermesse anual na Praça da Matriz de General Salgado, onde os locutores sempre cantavam as pedras com enorme paciência. Desde a época de Melentino Cardoso, Norival Cabrera, Fominha, e outros cantadores, cada número era anunciado de quatro a cinco vezes, e se algum atrasadinho reclamasse, conseguia que todos fossem mais uma vez conferidos.

No bingo guarujaense tudo era diferente, as pedras saíam em abalada carreira, não havia repetição e o apostador tinha que manter um olho na cartela e outro numa imensa tela onde a imagem das bolas sorteadas era projetada. Isso sem falar que todos estavam de cara cheia, mal compreendendo o que se passava ao redor. Depois de mais ou menos uma dúzia de bolas sorteadas o Gappa levantou as mãos e deu um grito.

Paralisou-se o sorteio, todas as atenções se voltaram para os salgadenses, uma gentil atendente se aproximou, colocou sobre a mesa um troféu indicador de prêmio, sorriu para o Gappa e perguntou:

- O senhor bingou?

- Que nada! Manda cantar tudo de novo que até agora não consegui marcar nenhuma...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Memória 90 (Festa do Peão 1985)

Festa do Peão (1985) - Danny Sirotto, Patrícia Desidério, Cláudia do Val, Carlos José e Roberta Sirotto. Essa é dos tempos em que a Festa do Peão de Boiadeiro de General Salgado ainda era realizada no Campo da Creche. A inauguração do Recinto da Associação de Tradições Rurais, onde o evento acontece até hoje, aconteceu em 1986.
(foto: Álbum do blogueiro)

Água de Bacia

Por conta de uns compromissos que se foram enredando, a nossa prosa ficou parada por quase um mês. Parada como água de bacia, diria o caipira. Mas já vamos retomar o trilheiro.

Aproveitamos o ensejo para dar uma renovada no visual do blog, espero que os amigos visitantes aprovem as modificações.

Estive em General Salgado na semana passada revendo parentes e amigos e, como sempre acontece nessas oportunidades, surgem causos que merecem ser lembrados aqui. Dessa vez, o Pedrinho Giamatei me lembrou uma dos tempos em que jogava futebol no esquadrão Salgadense. Ele e o Edmar Prado tinham uma jogada ensaiada que fazia muito sucesso.

Um jogava de centroavante e outro de ponta-direita. Assim que o juiz sinalizava o início da partida, o ponteiro disparava à frente e o centroavante lançava a bola para ele, pegando a defesa toda desprevenida. A jogada sempre dava certo e, por algumas vezes, chegaram a marcar o gol com menos de 30 segundos de bola rolando.

Aconteceu, porém, que o time foi jogar em Buritama e, antes de iniciar o jogo o árbitro avisou ao centroavante e ao meia-direita do time salgadense que observaria um minuto de silêncio em virtude do falecimento de uma pessoa querida na cidade. Enquanto isso o ponteiro salgadense se preparava para partir em direção ao gol, esperando o lançamento e imaginando o sucesso da jogada ensaiada. Como sempre acontece nesses momentos que antecedem o início da peleja, o atleta salgadense se aquecia em movimentos clássicos de alongamento, pequenas corridas, saltos e pedaladas. Concentrado no aquecimento muscular, não ouviu o aviso sobre a homenagem póstuma que seria observada.

O juiz apítou para dar início à contagem do minuto de silêncio, todos se postaram em atitude de respeito e se espantaram quando o ponta salgadense disparou em direção à grande área do time adversário, esperando o lançamento da bola.

O juiz olhou, incrédulo, para os atacantes salgadenses que permaneciam no centro do gramado:

- Esse ponta-direita de vocês é louco ou o quê?

Dizem que o fato é verdadeiro. Só que Edmar e Pedrinho até hoje discutem e não conseguem explicar quem era o centroavante e quem era o ponta-direita do time naquela partida.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Memória 89 (Família Cruzeiro)


Família Cruzeiro (anos 90) - D. Leonor Bernabé Cruzeiro e os filhos Marcelo, Maura (Pililica), Amauri, Márcio Aurélio e Marcos.
(foto: Álbum de Marcelo Cruzeiro)

O Antídoto

Como sempre digo, muitos amigos colaboram para a sobrevivência do nosso Proseando, enviando fotos e causos. A maioria conta o fato principal e eu dou um trato no desenvolvimento do enredo. No entanto, o salgadense Leonço Barbosa de Alencar, que há muitos anos vive em Santos (SP), me mandou uma história pronta e muito bem contada, que merece ser reproduzida na íntegra.

A narrativa é do próprio Leonço:

"Fazia um calor medonho naquela tarde de domingo. Nas andanças pelos bares da vida, acabamos nos encontrando: eu, Marcola, Marçal e João Gato. Para dar um basta ao suor, decidimos tomar um banho refrescante no córrego Talhados.

Embarcamos em minha Brasília amarela (que não era só minha, pois fora comprada em sociedade com outros amigos) e rumamos para o local, não sem antes dar uma passadinha pela padaria da Vila Maria para comprar algo que nos ajudasse a refrescar a alta temperatura.

Pensamos em sorvete, água gelada, pedras de gelo e coisas tais e, na dúvida, optamos por uma quantidade razoável de latinhas de cerveja. Para completar compramos também alguns pães, uma boa porção de mortadela e, por pura precaução, caso a água do córrego estivesse muito fria, pensamos em algo para esquentar e aí veio a “boa idéia” de levar também um litro de 51.

Conseguimos uma caixa de isopor emprestada e na hora de embarcar, o Marçal cismou de comprar algumas garrafinhas de guaraná. Não entendemos nada daquele desatino, mas ele nos explicou que decidira tornar-se um homem sério, estava pensando em se casar, constituir família, e portanto havia parado de beber. Jurou por tudo o que era de mais sagrado de que falava a mais pura verdade e se não fora o grande número de pecados outrora cometidos, dir-se-ia que doravante teríamos um amigo franciscano.

Chegamos finalmente ao ribeirão, botamos calção de banho e, literalmente, mergulhamos de cabeça. Depois de algumas braçadas e muita brincadeira na água partimos para cima da munição que trouxéramos.

Eu e o Marcola, irmamente, dividimos o litro de pinga. O João Gato tomou conta da cerveja e o Marçal.... como prometera, dá-lhe guaraná !

O papo transcorria animado, passamos uma tarde agradável e melhor não foi por conta do verdadeiro enxame de borrachudos que nos atacava o tempo todo, o que nos obrigava a tomar um trago, dar uma mordida no sanduba e um mergulho na água.

Hora de voltar para casa. Recolhemos tudo e tomamos o caminho de volta.

No dia seguinte, segunda-feira, o trabalho nos aguardava. Naquela época eu o Marçal trabalhávamos na Prefeitura, eu na Contabilidade e ele no Gabinete do Prefeito Dr. Norival.

Tomei o maior susto quando o vi chegando para trabalhar. Manquitolando, com a dor estampada no rosto, os poucos cabelos em desalinho e um dos pés descalço. Se tivesse sido atropelado, provavelmente estaria com uma expressão melhor.

Perguntei o que aconteceu e ele mostrando-me o pé respondeu que o seu estado deplorável decorria por obra e graça dos borrachudos que nos atacaram no dia anterior. Realmente, dava medo olhar para o pé do rapaz. Estava totalmente vermelho, inchado e redondo, parecendo a pata de um elefante. Mesmo assim insistiu em trabalhar e como não apresentava melhora do longo do dia, resolveu ir ao hospital.

Parece piada de mau gosto, mas o fato é que a emenda ficou pior do que o soneto. Voltou de lá com a cara ainda mais feia, mancando agora das duas pernas num bailado feio e desengonçado, pois tomara uma cavalar dose de injeção na bunda.

Final do expediente, rumamos para o “point” da cidade, a lanchonete do Frota. Chegando lá quem encontramos ? Eles mesmos, o Marcola e o João Gato. Ambos bem humorados e com boa aparência ficaram espantados ao saber do ocorrido ao pobre Marçal que, apesar dos pesares, já estava bem melhor, a injeção do Dr. Kleber fora um santo remédio.

Não foi preciso muita filosofia de botequim para chegarmos à conclusão de que o álcool que havíamos ingerido ao misturar-se ao nosso sangue, servira como um verdadeiro antídoto contra o veneno dos borrachudos.

Então perguntei:

- E aí Marçal, o que você vai fazer ?

Ao que ele prontamente me respondeu:

- Caro amigo Léo, depois dessa.... SÓ TOMANDO UMA !"

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Bar Tribunal

Bar Tribunal, em São Paulo.

Nos anos 80 os salgadenses que viviam na capital paulista sempre se reuniam num restaurante chamado Recanto Goiano. Carlos Oliveira, o famoso Gauchinho, na mesma época foi dono de um pequeno bar em Pinheiros, chamado Distinto, outro ponto de encontro dos conterrâneos. Nice Perez - irmã do Gauchinho - até hoje reúne os salgadenses paulistanos no Recanto Goiano, que ainda sobrevive.

Agora surgiu uma nova opção. O salgadense Marcelo Cruzeiro é dono de um dos bares de maior sucesso na capital paulista, o Bar Tribunal. Localizado em frente ao Fórum Pinheiros o bar tem agradado ao público e à crítica especializada, batendo recordes na venda de cerveja.

Além da cerva estupidamnte gelada a casa serve petiscos de boteco, como escondidinho, iscas de picanha, purê de mandioquinha com parmesão gratinado e porção de linguiça portuguesa.


Bar Tribunal

Mapa para chegar ao Bar Tribunal (clique para ampliar)
Endereço: Rua Jericó, nº 15 (esquina com a Rua Original) - Vila Madalena - SP
Telefone: (11) 3031-7311.

Na minha próxima ida a São Paulo, vou cumprir a promessa que fiz ao amigo Marcelo e conferir de perto o sucesso do Tribunal.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Desembargador do TJSP morou em G. Salgado

Desembargador Antonio Benedito Ribeiro Pinto e sua esposa D. Irma Trentin Ribeiro Pinto.

No dia 13 de abril de 2005 o Juiz de Direito Dr. Antonio Benedito Ribeiro Pinto tomou posse como Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

O Desembargador Ribeiro Pinto formou-se em Direito em 1969 nas Faculdades Toledo de Bauru, cidade onde viveu desde a adolescência.

Antes de ingressar na magistratura foi Oficial de Justiça e Delegado de Polícia. Nesta última função atuou em General Salgado por volta de 1976. Uma de suas primeiras comarcas como juiz foi Garça e, anos depois, foi promovido a titular da 1a. Vara Criminal de Araçatuba.

Junto com os salgadenses Pedro Cervantes, Claudoir Marques, Marli Camargo e Regina Cervantes, tive a honra de ser seu aluno nas Faculdades Toledo de Araçatuba, onde por muitos anos lecionou Direito Processual Civil. O apreço pelo mestre e a admiração por sua dedicação ao ensino do direito ficaram patenteados quando decidimos escolhê-lo como paraninfo da turma.

Aos alunos salgadenses gostava de contar que quanto comandou a Polícia Civil do município morou por algum tempo na chácara do então Prefeito Francisco Assis Cervantes. Ainda tive a satisfação de conviver diariamente com o magistrado Ribeiro Pinto no Fórum de Araçatuba, primeiro como servidor, escrevente de audiências da 3a. Vara Cível; depois, como advogado.

A merecida ascenção do Dr. Antonio Benedito ao TJSP se deu após breve passagem pelo Tribunal de Alçada Paulista. Podemos dizer que se trata de um magistrado íntegro, gentil, sereno, extremamente cordial e respeitoso no tratamento destinado aos advogados e servidores, além de profundo conhecedor do Direito.

Dr. Antonio Benedito no dia da posse como Desembargador do TJSP.

Profissão Repórter



O jornalista Raphael Prado - filho do salgadense Osmar Antonio do Prado - há algum tempo pertence à equipe do programa Profissão Repórter, comandado por Caco Barcelos na Rede Globo de Televisão. Sempre atuou como Editor de Internet.

No programa que vai ao ar às 23:30 hs de hoje (18/05/2010) ele estréia à frente das câmeras.

Desejamos-lhe todo o sucesso do mundo, convocando os amigos salgadenses para prestigiarem o programa.

Raphael Prado - ao lado dos pais Maria e Osmar (Foguinho) e do tio Vilmar.
(foto: Álbum de Vilmar Prado)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Memória 88 (Festa em 1985)


Festança 1985 Carlos Cristante (Fininho), Vilmar Prado, Sivone Constantino, Alécio Valeze (Bazé), Lucio Fernandes, Luciana dos Santos e Gilmar Prado.
(foto: Álbum de Verinha Iannela)

Farre-Forra

Por volta de 1995 ou 1996 um grupo de amigos salgadenses decidiu fundar um novo bloco de carnaval. Não sei de onde tiraram o nome: Farre-forra. Até hoje ninguém sabe explicar direito de onde surgiu, mas provavelmente, o esquecimento se deve ao alto grau etílico dos fundadores no momento da escolha. Escolheram o nome e, quando passou a bebedeira, ninguém sabia dizer a razão.

Comandado por Vando Colombo, assessorado pelo inesquecível Marcelo Pereira, o Instalação, o bloco durou apenas três carnavais. Para botar ordem na casa o comandante decidiu aplicar dura disciplina militar sobre os comandados, começando por nomear o Instalação como Sargento. Às vezes promovia reuniões de emergência para solucionar algum problema mais grave, convocando a tropa aos gritos de comando. O altíssimo grau alcoólico, porém, sempre atrapalhava o diálogo com a turma:

- Atenção petolão...

Numa das noites o Gappinha invadiu a casa onde o bloco estava instalado com uma moto. O Sargento Instalação prontamente interveio para deter o abusado e apreender o veículo. Isso sem falar na multa que queria aplicar, revertendo a arrecadação na compra de mais cerveja...

Não demorou muito, porém, para que chamassem a atenção dos vizinhos, que decidiram convocar alguém com conhecimento de causa para intervir no grupo: a polícia militar.

A viatura parou defronte a casa e desceram dois soldados. Percebendo que a coisa ia ficar feia - afinal de contas o barulho incomodava os vizinhos 24 horas por dia - Vando foi tentar conter o ânimo dos milicianos. Depois de quase meia hora de lábia, o policial estava deixando barato quando o Comandante quase pôs tudo a perder, ao tentar avisar os companheiros sobre a solução do problema:

- Pessoal, tá tudo certo, já falei aqui com o nosso amigo, o sargento Pombas...

O militar retrucou enfezado:

- Meu nome é Combas rapaz!

Foi preciso mais meia hora de conversa pra ajeitar as coisas de novo!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Memória 87 (Carnaval 1975)

Carnaval (1975) - Antes dos bailes de carnaval do Salgadense Esporte Clube os blocos desfilavam pelas ruas da cidade sobre caminhões. Alguém consegue identificar estes foliões de 1975? Mande um e-mail para o Proseando (clique aqui).
Atualização em 24/05/2010 - Sebastião Cardoso, o famoso Tiãozinho da Globo, identificou Leão (de camisa branca e short amarelo), que na época da foto trabalhava como motorista para Juscelino de Oliveira (Celino), dono do caminhão que transporta os foliões.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Melhor Conselho

As atualizações do Proseando costumam acontecer a cada 10 ou 15 dias. Entretanto, nas últimas semanas diversos compromissos me roubaram tempo. Muito trabalho (graças a Deus), preparação de provas para os cursos (Administração e Contábeis) em que leciono, uma construção em andamento e até mesmo um pulo em General Salgado para renovar a habilitação, foram alguns dos motivos que me afastaram daqui.

Hoje, porém, sexta-feira das boas, não resisti a uma bela mensagem recebida do amigo Alex Galhardo, salgadense perdido pelas bandas do Paraná. A mensagem tem tudo a ver com a terrinha e seus grupos de amigos que tudo fazem para manter intactos os laços de amizade e carinho. Vale a pena postá-la aqui.

"Um jovem recém-casado em visita à casa de seu pai, dividia com ele uma deliciosa cerveja gelada.

Enquanto conversavam sobre a vida, o casamento, as responsabilidades, as obrigações e deveres da pessoa adulta, o pai reabastecia os copos quando lançou um olhar claro e sóbrio para seu filho, e disse:

- Nunca se esqueça de seus amigos! - aconselhou. Serão mais importantes na medida em que você envelhecer. Independentemente do quanto você ame sua família, os filhos que porventura venham a ter, você sempre precisará de amigos. Lembre-se de, ocasionalmente, ir a lugares com eles; divirta-se na companhia deles; telefone de vez em quando...

Que estranho conselho - pensou o jovem. Acabo de ingressar no mundo dos casados. Sou adulto. Com certeza minha esposa e minha família serão tudo o que necessito para dar sentido à minha vida!

Contudo, ele seguiu o conselho de seu pai. Manteve contato com seus amigos e sempre procurou fazer novas amizades.

À medida em que os anos se passavam, ele foi compreendendo que seu pai sabia do que falava.

À medida em que o tempo e a natureza realizavam suas mudanças e mistérios sobre o homem, os amigos sempre foram baluartes em sua vida.

Passados mais de 50 anos, eis o que o jovem aprendeu:

O tempo passa.

A vida acontece.

A distância separa...

As crianças crescem.

Os empregos vão e vêem.

O amor se transforma em afeto.

As pessoas não fazem o que deveriam fazer.

O coração pára sem avisar.

Os pais morrem.

Os colegas esquecem os favores.

As carreiras terminam.

Mas os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo nem quantos quilômetros tenham afastado vocês.

Um AMIGO nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por você, intervindo em seu favor e esperando você de braços abertos, abençoando sua vida!

Quando iniciamos esta aventura chamada VIDA, não sabemos das incríveis alegrias e tristezas que experimentaremos à frente, nem temos boa noção do quanto precisamos uns dos outros...

Mas, ao chegarmos ao fim da vida, já sabemos muito bem o quanto cada um foi importante para nós!"

Pequena observação - Fiz uma pequena alteração no texto original, cuja primeira frase dizia: "Um jovem recém casado estava sentado num sofá num dia quente e úmido, bebericando chá gelado durante uma visita à casa do seu pai". Acho que, em se tratando de General Salgado, seria mais coerente pai e filho dividindo uma boa cerveja.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Bar do Toninho

Antonio Rodrigues Mendonça Filho no Bar Central, popularmente conhecido como Bar da Rodoviária, um dos mais antigos e tradicionais da cidade.
O salgadense Marco Antonio Fernandes, o famoso Radar, me enviou texto de autoria de seu filho Matheus Henrique, produzido para um trabalho escolar sobre os prédios antigos da cidade. O prédio enfocado foi o do Bar Hotel e Restaurante Central, o tradicional Bar do Toninho Mendonça, um dos mais antigos da cidade. Ao publicar o trabalho agradeço - mais uma vez - os amigos que colaboram com o blog, sem os quais não teríamos tanto fôlego.

Segundo a pesquisa feita por Matheus Fernandes, o Bar Hotel e Restaurante Central, que está localizado na Rua Euflauzino Theodoro de Castilho esquina com Avenida Antonino José de Carvalho, no centro da nossa cidade, pertence ao Toninho Mendonça desde 1955.

O prédio foi construído em 1946 por João Careca a pedido do primeiro proprietário, o Sr. João Valente. Anos depois foi vendido a Otamar Von Ank que ampliou o bar para nele instalar um hotel e restaurante. Desde a construção o local serviu de ponto de ônibus, atendendo passageiros que se deslocavam pelas linhas municipais e regionais, como Viação VAP (atual Expresso Itamarati) que fazia a linha entre as cidades de Pereira Barreto e São José do Rio Preto. Outras empresas da época: Expresso São Paulo que fazia linha de General Salgado a Jales, e Viação Guerra fazia linha entre Araçatuba e Fernandópolis passando por General Salgado.

Matheus narra que o Bar do Toninho foi palco de vários fatos históricos para a nossa querida cidade, como por exemplo, o lançamento da candidatura de Nadir Garcia em 1956 e da candidatura de Francisco Assis Cervantes anos depois. Lá também ocorreu a morte de Diogo Garcia Carmona, que caiu morto quando convidava o proprietário do bar para um almoço que, dias depois, celebraria o casamento de uma filha.

Merecem destaque como personagens históricos do Bar do Toninho, além de seu proprietário, os funcionários Lau Mendonça, irmão do Toninho que lá trabalhou por mais de meio século, até falecer em 2009, e Carlos Otsuki, que conta mais de 20 anos de balcão. Apesar de não ser mais o Bar da Rodoviária, o Bar do Toninho Mendonça ainda é um dos mais frequentados na Praça da Matriz.

Ao Matheus e ao Radar, nossos agradecimentos pela história.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Memória 86 (Flamengo)

Flamengo Salgadense (Anos 60) - Em pé: Paschoal Pompilio, Azilio Prado, Alcides Queiroz, Paraguaio, Lazão, Zé Afonso, Alceu Queiroz e Birolinho. Agachados: Piau, Cido Prado, Arnaldo Regula e Nael Prado. O décimo primeiro jogador devia estar dando entrevistas e não chegou a tempo de aparecer na foto.
(foto: Álbum de Edmar Prado)

Mais Vandenir

Vilmar Prado e Alex Galhardo mandaram mais algumas boas histórias do saudoso Vande Mendonça e eu acabei me lembrando de outra.

Certa vez ele precisou ir a uma repartição pública assinar um documento. O funcionário colocou o papel à sua frente e apontou o dedo para a linha onde ele deveria assinar.

- Assino o meu nome? – perguntou.

- Não, o nome da tua mãe!!! - retrucou o servidor com ironia.

Vande rabiscou o documento e saiu. Minutos depois o rapaz foi conferir a assinatura, estava escrito: Rosalina Mendonça.

Por algum tempo ele foi proprietário de uma lanchonete nas proximidades da Vila Maria. Numa madrugada, Alex Galhardo e outros amigos saíram de uma festa e foram para lá.

- Vande, tô morrendo de fome. Tem algum sanduíche na frente.

O botequeiro saiu até a calçada, olhou para os dois lados e respondeu:

- Sanduíche aqui na frente não tem nenhum...

Nos anos 80 a cidade não tinha diversão noturna. As poucas lanchonetes fechavam cedo. Depois da meia noite não havia nada para fazer. Uma das diversões da nossa turma era pular o muro do Clube e se refrescar na piscina.

Tudo era feito muito em silêncio para não chamar a atenção dos guardas noturnos municipais, nem dos diretores do clube. A turma ia se esgueirando pela beira do muro até achar algum lugar mais ermo. Superado o obstáculo, ainda era preciso tomar cuidado para não fazer barulho no interior do clube e chamar a atenção de algum vizinho.

Numa dessas aventuras estávamos nuns dez. No fim da fila ficamos eu, Serginho Mão Branca e o Vande. Os primeiros pularam o muro e saíram de fininho em direção à piscina. Eu saltei e fiquei esperando os dois últimos. Mão Branca logo surgiu ao meu lado e caminhamos uns 5 metros adiante. Ouvimos o barulho do salto do Vande e paramos para esperá-lo, mas ele demorava. Ao prestarmos mais atenção – estava muito escuro – percebemos que ele tateava pela grama, procurando algo.

- Vande – sussurramos – que é que foi?

- Tô procurando minha dentadura...

quarta-feira, 10 de março de 2010

Memória 85 (Time da Creche)

Creche (ínício dos anos 80) - Este time era formado pela turma que frequentava o campo existente ao lado da Creche e Berçário Nossa Senhora das Dores. Disputava campeonatos municipais e torneios regionais. Em pé: Branquinho, Nei Gordo, Abel, Carreirinha, Carlão, Pedro Mussum, Baianão e Zé Rosa. Agachados: Pepi (com a bola), Julinho, Zé Carlos Rodrigues, Jurandir Castro, Celso Santana (Morais) e Serginho Preto.
(foto: Álbum de José Eustáquio de Carvalho)

terça-feira, 9 de março de 2010

O Samba do Vande

É impossível curtir o carnaval salgadense, rever os bons amigos, relembrar os velhos tempos sem que venha à lembrança histórias do saudoso Vande Mendonça.

Nos anos 80 os blocos não tinham recursos financeiros para que as festas durassem a noite inteira. Logo depois da meia-noite fechavam as portas incentivando o comparecimento dos foliões aos bailes do Salgadense Esporte Clube.

Encerrado o baile, pequenos grupos retornavam aos blocos para tomar as últimas ou reacender a churrasqueira. Isso é o que acontecia quase todas as noites no Bloco Maluko.

Numa dessas madrugadas alguém apareceu com um violão e formamos uma roda de samba, improvisando instrumentos de percussão com cadeiras, panelas, colheres, latinhas de cerveja, algo assim.

A madrugada findava quando o Vande disse que ia cantar uma música de sua autoria e pediu que o violeiro o acompanhasse ao ritmo do famoso samba Volta por Cima do compositor paulistano Paulo Vanzolini, um grande sucesso da época cantado pelo sambista Noite Ilustrada. A letra original é assim:

“Chorei, não procurei esconder, todos viram, fingiram
Pena de mim não precisava,
Ali onde eu chorei qualquer um chorava,
Dar a volta por cima que eu dei quero ver quem dava.

Um homem de moral não fica no chão
Nem quer que a mulher lhe venha dar a mão,
Reconhece a queda e não desanima
Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”

Assim que começaram os acordes do violão e a batucada, porém, Vande começou a colocar outra letra na música:

“Peidei, não procurei esconder, todos viram, fedia
Perto de mim ninguém ficava
Ali onde eu peidei qualquer um peidava,
Dar o peido fedido que eu dei quero ver quem dava.

Um homem de moral não peida no salão
Nem quer que a mulher lhe chame de cagão,
Reconhece o cheiro e não desanima,
Levanta sacode a cueca e dá outro por cima”.

Na metade da música o acompanhamento foi parando porque o pessoal não aguentava rir e tocar ao mesmo tempo. Quando ele terminou a última frase, metade da turma rolava pelo chão e outra metade se apoiava nas paredes.

Demorou quase meia hora para terminar a sessão de gargalhadas. O autor da façanha teve que repetir a música umas quatro ou cinco vezes e, em cada uma das repetições acontecia nova rodada de riso.

Impagável!

Achei no Youtube o vídeo da canção original:

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Negão 2

Negão e Keithi

Duas historinhas do nosso bom amigo Negão, salgadense que jogou no futebol profissional do América de São José do Rio Preto.

A primeira quando ainda jogava nas categoriasde base e o time retornava a Rio Preto após a conquista da Taça SBS de Juniores no Japão.

No meio da festa uma repórter da Rede Globo começou a entrevistar os jogadores sobre a primeira viagem ao exterior. Alguns contavam da surpresa em ter viajado de avião pela primeira vez quando a jornalista perguntou ao Negão qual a sua opinião sobre o fato de ser um brasileiro o inventor do avião. A resposta do jovem e surpreso atleta:

- Brasileiro é mundiça hein?

A outra aconteceu depois que ele encerrou a carreira. Como Secretário Municipal de Esportes teve que ir a São Paulo de carro e levou o Osmar Guimarães (Bacana) como guia. Numa daquelas grandes avenidas da capital paulista ficou em dúvida quanto ao rumo a seguir e pediu ajuda:

- Bacana, pra que lado eu vou?

- Segue o fluxo Negão...

- Aquele pratinha?

(vou mandar essa do fluxo para o jornalista Renato Maurício Prado, do Jornal O Globo e do Sportv, que tem dois livros publicados sobre situações engraçadas vividas por jogadores de futebol. Os livros se chamam "Deixa que eu chuto" 1 e 2, e a leitura vale a pena).

É FESTA! 16 (Fundadores do Maluko)

Carnaval 2010 - Em 1982 cinco jovens adolescentes decidiram fundar um bloco para animar as noites de carnaval do Salgadense Esporte Clube. Inspirado pelos veteranos do Vira-Copos, o Bloco Maluko transformou o carnaval salgadense e a idéia desses cinco amigos e daqueles que se juntaram a eles para formar o grupo, incentivou a criação de todos os que surgiram nos anos seguintes: Tô-que-tô, Toloko, Balacobaco, Farre-Forra, Babilake, etc. Em 2010, quatro desses amigos se reencontraram no Bloco PB!: Carlos José, Zé Antonio Fernandes, Zé Roberto Iannela e Valdir Cardoso. Só faltou o quinto amigo: Nelson Seraphim Junior.
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Maluko 1982

Malukos no Carnaval 2010 - Os pioneiros do Bloco Maluko se reencontraram durante o carnaval do Bloco PB!. Zé Antonio Fernandes, Valdir Cardoso, Vilmar Prado, Carlos José, Zé Iannela, Angela Cavenaghi, Elane Arruda, Marquinhos Secches, Miriam Fernandes, Cássia Giamatei, Eliana Marques e Carlos Dadona.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Gappa 2010


Bloco PB! (Carnaval 2010) - Rubens Jr (Ruripa), Valdir Cardoso, Tiela Cruzeiro, Gappa, Marquinhos Secches, Zé Iannela, Fabinho e Davi Neves, Negão e Serginho Mão Branca.

General Salgado, Carnaval 2010.

No Bloco PB! a comemoração dos 20 anos de fundação trouxe gente que há muitos anos não aparecia na cidade, como Lara Castilho, Marquinhos Carvalho, Bruno e Allison Marques, dentre outros. A primeira festa começou na quinta feira. Às cinco horas da manhã todos ainda curtiam o primeiro dia.

Depois de tomar todas a noite inteira, o Gappa apareceu no meio da turma carregando nas mãos um melão. Aproximou-se de um visitante matogrossense, trazido de Jaciara (MT) por César Castilho Moreira (o famoso Rurano) e perguntou:

- Você já comeu um melão à moda indígena?

Imediatamente após a resposta negativa ele levantou o fruto à altura da cabeça e o partiu com uma cabeçada. Em seguida enfiou a cara numa das metades, devorando tudo com o ímpeto de um potente liquidificador.

Quando terminou o serviço, na sua mão ficou apenas um resto de casca. Na sua cara, porém, havia uma cobertura gelatinosa de polpa e semente de melão que chegava aos cabelos. O autor da façanha parecia um espantalho lambuzado, com os cabelos espetados...

Olhou para o assustado visitante, entregou-lhe a outra metade do melão e disse:

- Agora é a sua vez!

Meio sem jeito, o matogrossense preferiu não se aventurar...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

É FESTA! 15 (Chácara do Negão)

Chácara do Negão (30/12/2009) - reunimos um grupo de amigos para ouvir e homenagear Márcio Teixeira da Rocha, que aparece na foto com Zezinho Soldado. No final dos anos 70 os dois foram treinadores do time infanto-juvenil do Grêmio Salgadense. Foi um dos melhores momentos do ano, rever os amigos e reverenciar a figura do nosso querido e estimado Teixeira. Em dezembro de 2010, se Deus quiser, vamos tentar repetir o encontro.

Gilmar Prado Júnior, Gilmar Prado, Miltinho Alves,Vilmar Prado e João Santiago.

Zé Picinha, Vilmar Prado e Carlos José.

Marquinho Secches, Carlos José e Mané Bernabé.

Gustavo Prado, Gilmar Junior, Carlos José, Mané Bernabé e Djair Filó (Coxinha)

O anfitrião Negão e seu fiel escudeiro Nestor.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Negão

Aspirantes do Grêmio Salgadense (1982) - Aderson Ferreira, Zé Picinha, Negão, Geninho, Japonês, Valdir Avequi e Maurício.
Agachados: Marquinhos Nunes, Mauro Santos, Márcio Teixeira, Nei Constantino, Cido Borracheiro, Anésio, Edinho e Jorge. Outros craques desse time que não aparecem: Becinha Prado, Mauro Bertochi e David Cristoni.
(foto: Acervo de José Eustáquio de Carvalho)

Por volta de 1977 o nosso time de garotos (Paulinho Futebol Clube, leia a história clicando aqui), passou a ser orientado por Márcio Teixeira da Rocha, com o auxílio de Zezinho Soldado e de um dentista chamado Josafá Barcelos, que tinha alguma noção de Educação Física.

Os treinos ocorriam no Estádio Paulo Possetti em dois períodos: 5 horas da manhã e 6 da tarde. Como era preciso juntar um grande número de garotos, toda a molecada da cidade foi convidada para participar do time. Aqueles que se destacaram formaram o time principal. Os demais, incluindo alguns que não tinham idade suficiente, formaram o time de aspirantes, o famoso “cascudo”.

No time de aspirantes havia um pequeno garoto que se destacava e chamava a atenção. Primeiro, pelo tamanho: era muito baixinho, apesar de contar apenas 11 anos de idade enquanto a maioria da turma ia pelos 13, 14. Depois, pela qualidade técnica: dominava a bola e encarava sem medo os seus marcadores, mostrando habilidade e facilidade para o drible.

O nome do baixinho era Carlos José de Oliveira, mas todo mundo o conhecia como Negão, que era como seu pai, o Policial Militar José Carlos de Oliveira (Zezinho Soldado) o chamava. Sei dizer que, ao ver aquele pequenino atleta enfrentando com bravura os grandes marcadores, todo mundo dizia: vai ser craque!

Além do convívio durante os treinos, viagens e jogos, eu e ele fomos convidados por Márcio Teixeira para tomarmos aulas de violão. Juntos, tentávamos decifrar as dificuldades do instrumento. Ele, com certeza, aprendeu muito mais do que eu.

O tempo passou, o time se desfez, me mudei para Araçatuba e em 1987 assisti, com grata surpresa, uma reportagem da TV Globo de São José do Rio Preto que mostrava os juvenis do América Futebol Clube recém chegados do Japão, onde haviam vencido um torneio da categoria. Entre os garotos entrevistados reconheci um que tocava violão e comandava a festa: Negão.

Japão 1987 - Juvenis do América conquistam a Taça SBS de Juniores no Japão. Dentre eles, o salgadense Negão.

Algum tempo depois ele já estava dentre os profissionais. Seguiu-se, então, uma carreira brilhante que o transformou num dos maiores ídolos da história do clube, e que chegou ao ápice em 1994 quando o time ficou em 5º lugar no Campeonato Paulista. Naquela época chegou a ser sondado por times grandes como Flamengo e Palmeiras, que queriam contar com seu futebol. Ele, no entanto, preferiu manter a vida gostosa do interior a aventurar-se nas grandes cidades.


1994 - Time que terminou campeonato paulista na 5º posição - Em pé: Neneca, Edinan, Serginho Carioca, Davi, Renato Carioca e Dedé. Agachados: Cleber Arado, Roberto Alves, Edson Pezinho, Negão e Cacaio.

Jogando como volante Negão conquistou o respeito e a condição de ídolo da torcida americana, pois dentro de campo mostrava forte poder de marcação e intensa dedicação ao time. Dividia todas as bolas e jamais deixava de lutar pela equipe. Chegou a ser comparado com Dunga, capitão da Seleção Brasileira Campeã Mundial em 1994.

11/06/1995 - América 1 x 0 Ferroviária - Em pé: Édson Pezinho, Serginho Carioca, Davi, Marcelão, Roberto Alves e Williams. Agachados: Negão, Dílson, Cléber Arado, Edinan e Élder.

Um dos fatos mais marcantes de sua carreira, no entanto, foi ter sido o autor do milésimo gol do clube, fato que ficará para sempre anotado na história americana. Durante os treze anos em que atuou como profissional, porém, nunca perdeu a simplicidade do garoto que todos conhecemos nos aspirantes do Grêmio Salgadense. Em todas as vezes que os salgadenses foram a Rio Preto assistir aos jogos do América contra os times grandes, foram por ele recepcionados de maneira festiva e amistosa.

1996 - Em pé: Neneca, Serginho Carioca, Marcelão, Leonardo, Bira e Carlinhos. Agachados: Negão, Luciano Araújo, Edson Pezinho, Cacaio e James.

Eu mesmo tive oportunidade de encontrá-lo várias vezes nessas situações. Em todas parecia que o tempo não havia passado para nós, e que ainda éramos aqueles dois jovens amigos que dividiam a atenção do professor de violão. Sempre sorridente, simpático e popular, muito querido pela torcida, um dos seus maiores prazeres era saber que nas arquibancadas do estádio havia torcedores salgadenses.

Encerrada a carreira (reduzida em dois ou três anos por conta de uma lesão no joelho), voltou à terra natal para atuar como Secretário Municipal de Esportes, desenvolvendo importantes projetos esportivos para crianças e adolescentes.

Além de ser o mais importante esportista da cidade, primeiro atleta salgadenses de destaque no futebol profissional, Negão é, certamente, um dos mais ilustres salgadenses de todos os tempos. Merece, por isso, todas as homenagens.

Voltar a General Salgado e reencontrá-lo é sempre motivo de festa. Sua chácara é famosa por reunir os amigos, inclusive aqueles com quem ele estabeleceu grande proximidade durante sua carreira como Luizão, Clóvis e Marco Antonio Boiadeiro.

Em dezembro de 2009 conseguimos reunir lá um pequeno grupo de amigos que participou desde o primeiro instante dos times formados por Márcio Teixeira no final dos anos 70, e foram testemunhas do talento que Negão mostrava desde os primeiros dribles.

Márcio, inclusive, nos deu a honra de sua presença e acabou sendo a principal estrela do encontro. Foi mais uma oportunidade para agradecer-lhe os bons conselhos que ele deu àquele grupo de adolescentes.

Chácara do Negão (Dezembro de 2009) - Negão, Zé Picinha, Vilmar Prado, Marquinhos Secches, Carlos José, Márcio Teixeira e Mané Bernabé.

Veja também neste blog: Carta aberta a um amigo salgadense (homenagem a Márcio Teixeira): CLIQUE AQUI.
Negão no time do Raé de Moraes em 1975: AQUI.
(fotos do América FC extraídas do site do clube: http://www.america-sp.com.br/).

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

É FESTA! 14


Fevereiro de 2010 - Novo encontro de salgadenses de férias na cidade (o encontro de 2009 está aqui na postagem É Festa 6). Rafael Dadona, Adolfo Camargo, Mateus Semensato, Silas Viana, Victor Emmanuel Maron, Ailton Nogueira, Robson Tolói, Jonas Tardioli, Bruno Tomazini, Pablo Tolói e Heuler de Faria Silva.
(Foto: enviada por Ailton Nogueira)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Memória 84 (Torneio 1978)


Torneio Municipal 1978 - Time formado para disputar um torneio comemorativo ao aniversário da cidade. Em pé: Olimpio Pereira (Branco), Matos Além de Brito, Virgínio Guimarães, Álvaro, Toninho Quirino, Aléssio Valeze (Bazé), Cláudio, Fernando e Levi Prado.
Agachados: Zezinho Soldado, Toninho de Vergilio, Décio, Geraldo Giamatei e Wilson Gasques (Camisada).
(foto: Acervo de José Eustáquio de Carvalho - clique na foto para ampliar)