segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Poucas e Boas

Caipira quando se depara com coisa nova sempre arruma um jeito de dar um fora.

Contei sobre um sitiante do Cachorro Sentado que se atrapalhava com novidades e palavras diferentes. Certa vez uma turma de amigos saiu de General Salgado para assistir a um jogo da Seleção Brasileira em Ribeirão Preto e levou o caipira, que nunca antes havia visitado um estádio de futebol.

Lá pelas tantas um jogador adversário se machucou, ficou estirado no gramado e a torcida começou a xingar o contundido, que aparentemente fazia cera. Os maqueiros entraram em campo para retirar o acidentado. Ao ver a cena do jogador sendo carregado na maca o nosso amigo salgadense não se conteve, levantou-se em meio à multidão de torcedores e aderiu ao coro de ofensas ao jogador:

- Aí safado, ocê queria era andar nessa caminha!

Na viagem de volta o grupo fez parada num restaurante chique e pediu grande variedade de comidas que o sitiante nunca tinha experimentado antes. Assim que retornou à cidade passou a narrar aos amigos as novidades e as delícias provadas, ressaltando que tinha adorado os pratos com bacalhau:

- Gostei mesmo duma tal de bacaionada!

Quando o amigo Renato Fantini (de saudosa memória) começou a preparar pizzas na Padaria Fantini, foram dias e dias de intenso movimento. Os salgadenses se esbaldaram com a novidade e Pedrinho Lopes quis experimentar. Chegou sozinho à lanchonete e encomendou uma das novidades. Antes de servir o garçom perguntou ao cliente:

- O senhor quer que eu corte a pizza em 4 ou 8 pedaços?

Depois de matutar um pouco sobre o que disse o atendente, mal compreendendo a situação, ele arriscou:

- Corta só em quatro porque oito é muito, eu não dou conta!

Onde se acha instalado o Supermercado Desidério, defronte a Praça da Matriz, existia há muitos anos a loja de aparelhos eletrônicos do Tião Desidério, bem ao lado do Bar do Elizeu Bernabé. Auxiliado pelo Zé do Rádio, então seu funcionário, Tião era o único consertador de eletrodomésticos da cidade.

Havia uma salinha pequena com um balcão e ao redor várias prateleiras carregadas de aparelhos esperando conserto: rádio, televisão, enceradeira, ferro de passar, chuveiro elétrico; de tudo um pouco.

Um dia parou na porta da loja uma carroça, o sujeito desceu, apanhou uma televisão antiga (Colorado RQ, preto e branco) entrou no estabelecimento e colocou o aparelho sobre o balcão. O funcionário atendeu ao cliente de modo solícito, querendo saber o problema.

- Qual é o defeito da sua televisão?

O dono do aparelho explicou bem a seu modo:

- Antonte a bicha parou de prosear. Donte pra cá deu de sumir a feição!

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Carlos ri gostoso agora do Poucas e Boas, adoruu entrar no Proseando,
parabens e obrigada por nos alegrar
abraços...