sábado, 8 de março de 2008

Um Dedo de Prosa

Parte destas memórias foi publicada na internet entre 2001 e 2002, quando os irmãos Acir e Emerson Vieira criaram o primeiro website sobre General Salgado. Naquela ocasião publiquei aproximadamente 70 crônicas.

Ao retomar o projeto neste blog, além das anteriores - algumas reescritas, aditadas ou atualizadas – tenho produzido novos textos, alguns com base em anotações antigas, outras a partir de novas pesquisas, e muitas com o auxílio dos internautas, amigos que me socorrem com gentileza e talento.

O blog teve início em julho de 2007, mas somente em janeiro de 2008 acrescentei um contador de visitas. Em dois meses recebemos mais de duas mil visitas, um número surpreendente para um pequeno blog sobre uma cidadezinha interiorana. Fiquei muito surpreso e feliz, pois achava que minhas histórias atraíam apenas uma meia dúzia de amigos.

O excelente número de visitas, no entanto, ainda não me permite dizer se estou certo quanto ao conteúdo, não sei se achei o tom, o fio da meada, fico acreditando, às vezes, que falo mais de mim do que deveria. Mas seguindo nesse rumo, acho que estou conseguindo resgatar grande parte do folclore salgadense sem fugir da idéia que originou o projeto.

A participação dos leitores é o que há de mais importante, recebo com muito prazer cada comentário. Por e-mail ou por registros na página, recebo apoio, críticas e notícias de amigos que não sabia por onde andavam, além de outros tantos que sequer conhecem a cidade, mas acabaram atraídos pelo conteúdo.

A maior e mais grata surpresa foi a indicação pelo jornalista Ricardo Noblat, do Jornal O Globo, na sua relação de páginas que vale a pena acessar.

Desde maio de 2001, quando as primeiras histórias foram para a grande rede, muitos amigos correram a se manifestar e, especialmente, incentivar o intento. A grande maioria, para nossa satisfação, não deixou de elogiar a iniciativa e de nos contar como buscaram amenizar as saudades da terrinha através das nossas crônicas.

Vejam o que me contou Lara Castilho:

“Um dia um conhecido fez um comentário dizendo que era vergonha ser de um lugar tão pequeno, desconhecido. Então eu expliquei do orgulho que eu tinha de ser ‘de Salgado’, de como eu aproveitei minha vida, da minha família, meu avô, enfim minhas origens que amo. Ele ficou surpreso com tudo que falei, e foi um alerta para mim. Agora eu falo ‘sou de General Salgado’, uma cidadezinha maravilhosa que fica perto de...’. Agora com a Internet já podemos divulgar mais a terrinha né?”.

Para quem não sabe, Lara é neta de um dos salgadenses mais notáveis que conheci, o ex-prefeito Arcídio Castilho. Vive em Santa Catarina, é fonoaudióloga e professora universitária.

Assim que contei algumas de suas aventuras em solo salgadense meu amigo paulistano Maurício Galhanone passou a fazer propaganda do site para os amigos. Fez questão de parabenizar este escriba:

“Meu grande amigo CJ, eu que sempre achei que assim como as onças pintadas e os amansadores de burro brabo, os contadores de causo também estivessem em extinção neste planeta terra. E não é que você está se saindo um com contador de causos, mas bão, bão mesmo!!!”.

Minha estimada amiga Filó Iannela desde o primeiro instante colaborou com as histórias e, mais do que isso, nunca deixou de se manifestar sobre a minha prosa. Seus e-mails serviram-me de norte, de alento e, por que não dizer, muitas vezes me renovaram as forças, trazendo-me novas aragens. Digo isso porque foi através da primeira mensagem que dela recebi foi que percebi o quanto é incomum a sensação de poder emocionar as pessoas.

Foi o que aconteceu com a crônica Reencontro sobre a qual me escreveu o seguinte:

“Traduzir a emoção que senti na sua narrativa de hoje fica difícil. As lágrimas rolaram pelo meu rosto. Uma emoção de saudade de tantas pessoas, não gosto de viver do passado e sim viver o presente, mas o passado nos mostra esses valores tão importantes em nossas vidas. Amigos são o bem mais precioso que pode existir em nossas vidas. Realmente essa história vai ficar em minha memória com muito carinho. Que a cada dia Deus possa inspirá-lo para mais histórias como essa. E que todos os adolescentes que venham a ler possam ter a honra e a dignidade de serem homens de bem como tantos cidadãos Salgadenses. O país realmente precisa dessas histórias para ser um pouquinho melhor. Parabéns”.

Ah! amiga Filó, ainda bem que você me conhece o bastante para saber o quanto a tua mensagem me encheu de orgulho e de satisfação. A mesma crônica mereceu confetes de Magda Bertochi, Eliani Benzatti, Elaine Marques, Antonio Carlos Marques.

De repente foram surgindo mensagens de salgadenses que há tempos eu não via, não tinha notícias. Marilete dos Santos Souza (com quem trabalhei no antigo Escritório Presidente lá no final dos anos 70), esposa de Antonio Carlos “Cabrália”, antigo funcionário da Nossa Caixa, me escreveu para contar que estão residindo em Sorocaba e que, por acaso, descobriram por lá um médico que tem origens em Nova Castilho.

Por falar no Antonio Carlos me lembrei que sua irmã Norma dos Santos, é uma salgadense que deve orgulhar nossa gente. Há muitos anos trabalha no Ministério do Planejamento, em Brasília, como analista de orçamento, cargo para o qual foi aprovada em concurso. E por sinal, não deixa de acompanhar as novidades da terra pela internet.

O casal Saponga e Deonília enviou comentários junto com uma fotografia da filhota Gabriella, “que apesar de paulistana considera-se salgadense”. Minha madrinha Ivani Cabrera também deu o ar da graça.

Lafaiete Ramos, de quem não tinha notícias havia anos, fez questão de registrar sua visita ao site: “viajando pelo site dos salgadenses vi sua crônica, me fez lembrar de nossa infância e bateu saudades. Bom saber que nossa memória se encontra viva. Valeu!”.

Após visitar a página, conhecer as histórias narradas e verificar a existência de uma fotografia de seu pai na seção Memória, a Professora Fátima Castilho (filha do Sr. João Castilho) residente em Sinop (MT), me mandou uma mensagem de Porto Alegre (RS), onde cursava Mestrado na UFRGS:

“Quero parabenizá-lo pelo trabalho que você vem desenvolvendo no sentido de resgatar aspectos históricos da gente dessa terra e de municípios circunvizinhos. Trata-se de uma iniciativa demasiadamente significante, para os familiares e para a população jovem salgadense. Muito mais que isso, este seu projeto de cunho sócio-histórico traz o significado de que a história de um povo é a história de seus homens. É o homem o produtor e o construtor de sua própria história e da história de sua gente. Quero, sobretudo, agradecer em nome de toda minha família sua iniciativa em ter divulgado a foto, na qual aparece meu falecido pai entre aqueles muitos homens batalhadores e dignos que escreveram a história de General Salgado, e por isso merecem ser lembrados e estarem vivos na nossa memória”.

Mais do que um prêmio para mim estas mensagens revelam a importância da página e de nela se registrar a nossa história, a nossa gente.

Para encerrar esta primeira parte deste breve resumo do que aconteceu por aqui, preciso registrar que uma das primeiras pessoas a me cumprimentar foi Uta Garcia, também uma boa amiga de longa data, e que há tempos deixou Araçatuba, onde viveu por muitos anos, para se fixar em São José do Rio Preto.

Logo nas primeiras semanas recebi sua mensagem:

“Oi Cal! Li todas as suas crônicas e quase morri de rir com a do Pitocão procurando o Lilico de Salgado... Muito legal, parabéns!”.

Dois minutos depois chegou um segundo e-mail com uma única frase:

“Lilico? Será que era Lilico?”.

Não Uta, não era Lilico, era Titico. Mas assim mesmo valeu!

A todos os que visitam o blog, aos que contribuem, registrando ou não as visitas, muito obrigado. Vocês são o motivo principal de tocarmos o projeto adiante.

Voltem sempre e que Deus os abençoe.

Um comentário:

Anônimo disse...

PARABENS PELO SEU PROPRIO DEDO DE PROSA.
GENERAL SALGADO É TERRA DE GENTE QUERIDA, SEMPRE QDO AS PESSOAS QUE NÃO SÃO DE LÁ, VÃO PRA LA SE APAIXONAM, NÃO SÓ PELA NOSSA TERRA, MAS TBEM, PELAS PESSOAS, Q COM AQUELE SULTAQUE CONQUISTAM OS VISITANTES.
POIS AQUI ONDE MORO, SEMPRE OS MEUS AMIGOS TIRAM SARRO DE MIM. MAS NÃO MUDO E NÃO QRO TROCAR O MEU SULTAQUE DE "CAIPIRA" COMO DIZEM POR AQUI. SOMOS MATUTO DE GENERAL SALGADO COM ORGULHO SO.