Em dezembro de 2004, num acidente automobilístico acontecido nas proximidades de Magda, a cidade perdeu um de seus personagens mais folclóricos: Marcelo Cândido Pereira, o famoso Instalação.
Neto de João Norberto Marques, ele assimilou o linguajar típico de mineiro que o avô herdou do pai Norberto Marques, o Berto Mineiro, um dos pioneiros do Noroeste Paulista.
A perda de Marcelo deixou entristecida e inconformada uma grande legião de amigos, conquistada com seu jeito simplório e amistoso de falar e agir, principalmente pelas situações cômicas em que se envolveu, sempre fazendo rir aqueles que o rodeavam.
Era sempre o maior incentivador da turma para os principais eventos festivos na região, como bailes e festas do peão.
Certa vez pretendia levar alguns amigos a uma festa em Valentim Gentil. O caminho mais curto é uma estrada de terra que se inicia no trevo de Magda. Depois de tomar as preliminares, saíram de Salgado por volta da meia-noite. Saindo de Magda pegaram a estrada errada e entraram num canavial da Companhia Inglesa. Por algum tempo rodaram perdidos no meio de 800 alqueires de cana até que conseguiram sair em São João de Iracema. O Instalação animou-se:
- Agora a gente chega na festa rapidinho.
Olharam para o relógio: 4:00 horas da matina.
Era proprietário de um Fiat 147 marrom que ficou famoso na cidade. Numa ocasião todos queriam ir para Auriflama, mas ele era o único motorizado da noite.
- Tem um problema! - ele disse. Meu carro tá sem a barra do câmbio. Vamos ver o que dá pra fazer.
Entrou em casa, vasculhou um quartinho de badulaques e apareceu trazendo um pedaço de cano no qual havia uma torneira na ponta. Encaixou o cano no câmbio e seguiram viagem. O motorista trocava as marchas agarrado na torneira. Ficou tão bom que ele usou a peça por uns 6 meses.
Meses depois, retornando na companhia de Rogério Gabriel de uma festa em Santa Fé do Sul, perdeu a direção e chocou-se com um ônibus de trabalhadores rurais. O Fiat capotou e foi parar no meio do mato. Rogério conseguiu sair do carro e ouviu o companheiro gemendo no interior do veículo: Ai! Ai! Ai!
- Que foi Instalação? Você tá machucado?
- Ai, ai, meu Deus do céu, será que meu carro ainda vale uns quinhentos?
O vereador Aricê Silva viajou com a família e o deixou tomando conta da casa. Na garagem ficou uma pick-up Fiat bem antiga que o Aricê usava para ir ao sítio. Era praticamente uma peça de estimação.
Fim de noite sem muito movimento na cidade, de repente surgiu a notícia de que tinha acontecido um acidente na rodovia. Depois de alguma resistência a turma o convenceu a levá-los até o local com a pick-up do Aricê. Lá chegando se desentenderam com o policial rodoviário, que insistia para que todos fossem embora, pois estavam atrapalhando o atendimento da ocorrência. Quando o policial perdeu a paciência, pediu os documentos da pick-up.
O Aricê rodou com aquela picapinha durante uns 15 anos e nunca lhe pararam numa blitz. Quando retornou da viagem, descobriu que o veículo tinha sido apreendido pela polícia justamente no único dia em que o Instalação havia saído com ela.
De outra vez a turma foi passar o dia em Rio Preto. Emendaram no boliche por umas três horas e depois ainda foram a uma pizzaria. Pagas as contas, ninguém mais tinha um tostão no bolso. Na volta, perto de Nhandeara o carro do Instalação apagou: acabou a gasolina!
Ficaram no mato sem cachorro. Tarde da noite, tanque vazio e todo mundo duro. De repente ouviram o Instalação falando ao telefone:
- Se você não vier aqui agora, eu te mato!
Dez minutos depois encostou um automóvel, uma moça abaixou o vidro e estendeu 10 reais para ele, que repassou o dinheiro para a turma e avisou:
- Podem ir embora com o meu carro que eu vou ficar! – e embarcou no carro da moça.
Só apareceu na cidade uns dois dias depois e quando a turma se reuniu para dar risada do acontecido ele se justificou:
- Viu só como é bom a gente ter umas namoradinhas escondidas por aí...
Outra façanha aconteceu na festa de aniversário de Helô Almada, em São Paulo. A aniversariante fez questão de convidar um grande grupo de salgadenses. Festa chique, gente bonita e muita bebida, ele não economizou, entornou todas. Altas horas alguém comentou:
- Acho que o Instalação nem sabe onde está mais, de tão bêbado!
Resolveram fazer um teste:
- Ô Instala, vamos sair daqui! Vamos à boate em Auriflama?
- Você acha que eu sou tonto de sair daqui da Boate Calypso em Araçatuba, com esse monte de mulher bonita e ir pra Auriflama?
Num dos bailes da região os amigos testemunharam quando ele arrumou uma namorada e sumiu. Só voltou quando o dia clareava. Durante o retorno à cidade narrou sua conquista, dizendo que havia conhecido a menina e, dez minutos depois, tinha conseguido levá-la para o carro. Um dos amigos falou sério:
- Você usou camisinha?
- Eu não! Na hora do vamo-vê nem deu tempo de pensar nisso!
- Mas Instalação, você é louco? Você transa sem camisinha com uma menina que você nem sabe quem é?
- Ué! Mas ela também não sabe quem eu sou!!!
Tempos depois, no retornou de outro baile ele desmaiou no banco traseiro enquanto os dois companheiros conversavam para espantar o sono e narrar as aventuras da noite.
- Saí com uma moreninha - disse um - levei pro carro e só depois vi que não tinha trazido camisinha. Deu um trabalho danado pra convencer ela a transar sem. Fiquei meio desconfiado depois...
- Desconfiado por quê? – perguntou o outro. Ela tinha cara de sem-vergonha?
- Um pouco, mas acho que não era puta não. Ela até chorou...
Num salto ele se pôs sentado no banco traseiro para advertir o amigo:
- Rapaz, as putas são as que mais choram!
Neto de João Norberto Marques, ele assimilou o linguajar típico de mineiro que o avô herdou do pai Norberto Marques, o Berto Mineiro, um dos pioneiros do Noroeste Paulista.
A perda de Marcelo deixou entristecida e inconformada uma grande legião de amigos, conquistada com seu jeito simplório e amistoso de falar e agir, principalmente pelas situações cômicas em que se envolveu, sempre fazendo rir aqueles que o rodeavam.
Era sempre o maior incentivador da turma para os principais eventos festivos na região, como bailes e festas do peão.
Certa vez pretendia levar alguns amigos a uma festa em Valentim Gentil. O caminho mais curto é uma estrada de terra que se inicia no trevo de Magda. Depois de tomar as preliminares, saíram de Salgado por volta da meia-noite. Saindo de Magda pegaram a estrada errada e entraram num canavial da Companhia Inglesa. Por algum tempo rodaram perdidos no meio de 800 alqueires de cana até que conseguiram sair em São João de Iracema. O Instalação animou-se:
- Agora a gente chega na festa rapidinho.
Olharam para o relógio: 4:00 horas da matina.
Era proprietário de um Fiat 147 marrom que ficou famoso na cidade. Numa ocasião todos queriam ir para Auriflama, mas ele era o único motorizado da noite.
- Tem um problema! - ele disse. Meu carro tá sem a barra do câmbio. Vamos ver o que dá pra fazer.
Entrou em casa, vasculhou um quartinho de badulaques e apareceu trazendo um pedaço de cano no qual havia uma torneira na ponta. Encaixou o cano no câmbio e seguiram viagem. O motorista trocava as marchas agarrado na torneira. Ficou tão bom que ele usou a peça por uns 6 meses.
Meses depois, retornando na companhia de Rogério Gabriel de uma festa em Santa Fé do Sul, perdeu a direção e chocou-se com um ônibus de trabalhadores rurais. O Fiat capotou e foi parar no meio do mato. Rogério conseguiu sair do carro e ouviu o companheiro gemendo no interior do veículo: Ai! Ai! Ai!
- Que foi Instalação? Você tá machucado?
- Ai, ai, meu Deus do céu, será que meu carro ainda vale uns quinhentos?
O vereador Aricê Silva viajou com a família e o deixou tomando conta da casa. Na garagem ficou uma pick-up Fiat bem antiga que o Aricê usava para ir ao sítio. Era praticamente uma peça de estimação.
Fim de noite sem muito movimento na cidade, de repente surgiu a notícia de que tinha acontecido um acidente na rodovia. Depois de alguma resistência a turma o convenceu a levá-los até o local com a pick-up do Aricê. Lá chegando se desentenderam com o policial rodoviário, que insistia para que todos fossem embora, pois estavam atrapalhando o atendimento da ocorrência. Quando o policial perdeu a paciência, pediu os documentos da pick-up.
O Aricê rodou com aquela picapinha durante uns 15 anos e nunca lhe pararam numa blitz. Quando retornou da viagem, descobriu que o veículo tinha sido apreendido pela polícia justamente no único dia em que o Instalação havia saído com ela.
De outra vez a turma foi passar o dia em Rio Preto. Emendaram no boliche por umas três horas e depois ainda foram a uma pizzaria. Pagas as contas, ninguém mais tinha um tostão no bolso. Na volta, perto de Nhandeara o carro do Instalação apagou: acabou a gasolina!
Ficaram no mato sem cachorro. Tarde da noite, tanque vazio e todo mundo duro. De repente ouviram o Instalação falando ao telefone:
- Se você não vier aqui agora, eu te mato!
Dez minutos depois encostou um automóvel, uma moça abaixou o vidro e estendeu 10 reais para ele, que repassou o dinheiro para a turma e avisou:
- Podem ir embora com o meu carro que eu vou ficar! – e embarcou no carro da moça.
Só apareceu na cidade uns dois dias depois e quando a turma se reuniu para dar risada do acontecido ele se justificou:
- Viu só como é bom a gente ter umas namoradinhas escondidas por aí...
Outra façanha aconteceu na festa de aniversário de Helô Almada, em São Paulo. A aniversariante fez questão de convidar um grande grupo de salgadenses. Festa chique, gente bonita e muita bebida, ele não economizou, entornou todas. Altas horas alguém comentou:
- Acho que o Instalação nem sabe onde está mais, de tão bêbado!
Resolveram fazer um teste:
- Ô Instala, vamos sair daqui! Vamos à boate em Auriflama?
- Você acha que eu sou tonto de sair daqui da Boate Calypso em Araçatuba, com esse monte de mulher bonita e ir pra Auriflama?
Num dos bailes da região os amigos testemunharam quando ele arrumou uma namorada e sumiu. Só voltou quando o dia clareava. Durante o retorno à cidade narrou sua conquista, dizendo que havia conhecido a menina e, dez minutos depois, tinha conseguido levá-la para o carro. Um dos amigos falou sério:
- Você usou camisinha?
- Eu não! Na hora do vamo-vê nem deu tempo de pensar nisso!
- Mas Instalação, você é louco? Você transa sem camisinha com uma menina que você nem sabe quem é?
- Ué! Mas ela também não sabe quem eu sou!!!
Tempos depois, no retornou de outro baile ele desmaiou no banco traseiro enquanto os dois companheiros conversavam para espantar o sono e narrar as aventuras da noite.
- Saí com uma moreninha - disse um - levei pro carro e só depois vi que não tinha trazido camisinha. Deu um trabalho danado pra convencer ela a transar sem. Fiquei meio desconfiado depois...
- Desconfiado por quê? – perguntou o outro. Ela tinha cara de sem-vergonha?
- Um pouco, mas acho que não era puta não. Ela até chorou...
Num salto ele se pôs sentado no banco traseiro para advertir o amigo:
- Rapaz, as putas são as que mais choram!
(Aqui tem outras histórias do Instalação).
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