sexta-feira, 4 de julho de 2008

Um Dedo de Prosa - 2

Um dos maiores méritos da internet, a meu ver, é a possibilidade de reencontrar os amigos, manter contacto, alimentar velhas e construir novas amizades.

A correria do dia a dia, o estresse natural da nossa vida conturbada, essas coisas da globalização, quase sempre nos tira o entusiasmo de usar de algum tempo do expediente ou chegar em casa no final da tarde e sacar do telefone para buscar notícias de algum amigo que há tempo não vemos.

A internet permite que, em cinco minutos roubados do nosso precioso tempo, mandemos dezenas de mensagens. Mesmo que não sigam palavras de saudação ao amigo, o simples fato de retransmitirmos, de passarmos adiante uma bobagem qualquer deve ser interpretado como um sinal de que ainda não esquecemos daqueles que nos são caros.

O Orkut, ainda que quase que inteiramente dominado pela garotada, tornou-se outra ferramenta importante para a localização de amigos que tomaram outros rumos, mas que nunca saíram dos nossos corações.

Outra grande sacada é o agrupamento de mensageiros. Existem vários sites em que grupos de amigos se cadastram e todos recebem as mensagens ao mesmo tempo. Faço parte de um grupo desses, que busca reunir salgadenses esparramados pelo mundo.

Alguns membros: Eduardo Mendonça, Lara Castilho, Cristiane Neves, Allison e Bruno Marques, Tiozinho Vieira, Filó Iannela, Marlene e Reinaldo Aguiar, Anahy e Zé Roberto Iannela, Neila Aguiar, Magda Bertochi, Bruna Filó, Renata e Marcelo Cruzeiro, Acir Vieira, Márcia e Breno Giamatei, Priscila Cabrera; Juliana e Mateus Neves, Paula Mendonça, Viviane Lima, Eliana Marques e José Cunha Junior.

O deslocamento territorial dos participantes fez com que as mensagens do grupo percorressem grande parte do mapa-múndi: Espanha, Portugal, Estados Unidos, Austrália; e também do território nacional: Mato Grosso do Sul, Amazonas, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal e São Paulo.

Todos os amigos citados, indistintamente, fizeram questão de incentivar e elogiar o site da cidade e também de contribuir para a nossa prosa salgadense. Outros salgadenses que desde o início marcaram presença neste espaço: David Cristoni (vivendo em Belo Horizonte-MG), Ricardo Castilho, Patrícia Batista, Rivelino Cristoni (no Rio de Janeiro), Nildes Marques, Milton Godoy, Wesley e Alex Galhardo.

Quando contei a história do casal Rosemary e Walcir recebi dois e-mails que me emocionaram muito. O primeiro veio de Filó Iannela:

“Mais uma vez estou chorando com a emocionante história que acabo de ler. Hoje a emoção bateu muito forte; a Rose e o Walcir eram meus amigos inseparáveis. Lembrar momentos tão lindos em nossas vidas e também tristes pela perda de pessoas tão queridas, fazem com que as lágrimas rolem soltas. Não estou conseguindo controlar. Obrigada por divulgar tão bela história, eles merecem, pelo exemplo de jovens que foram e são. Tenho muito orgulho de ter sido amiga do casal e saber que o amor continua além de nossa visão. Realmente essa história de amor é a melhor que conheci”.

Minutos depois chegou a mensagem de Eliani Benzatti: “Fiquei comovida com a história sobre a Rose e o Walcir, pois me fez reviver alguns anos atrás. Exatamente nessa época eu também tocava na fanfarra, do que aliás tenho muito orgulho. As coisas passam pela nossa vida, e quando reativamos nossa memória concluímos que o melhor de tudo não é os bens materiais e sim, os amigos que cativamos. Continue com esse trabalho maravilhoso, pois ele trás de volta o nosso passado que é muito bom relembrar”.

Filó e Eliane, com duas amigas tão gentis e generosas como vocês, sou eu quem fica cada vez mais convencido do quão importante são as amizades que granjeamos ao longo da existência.

Depois narrar as peripécias do Jéferson Nomelini, o famoso Uberaba, aquele que dizia uns versos caipiras, recebi notícias dele: “A Aline Neves me avisou de sua coluna. Já pude ler vários contos e gostei muito daquele em que você falou de mim. Quanto a General Salgado, fui a última vez num rally, em dezembro de 1998. Inclusive eu e o Zanatta ganhamos a prova. Depois disso o Zanatta se casou e não voltei mais. Aquelas festas me deixaram saudades”.

Um dos descendentes da italianada do Córrego do Gabriel fez questão de registrar sua visita, o Dr. Orides Boiati, Promotor de Justiça em São Paulo:

“Quero cumprimentá-lo pela crônica. Nasci e cresci com a italianada. O saudoso bairro rural tem muita história. No futebol era imbatível!!! Os principais fregueses perdedores eram: Colônia Braga, Ouro Branco, Macaúba, Celestrino, Nova Palmira, etc. O time do Gabriel era tão bom que emprestava atletas para o Salgadense Futebol Clube, isso no tempo do goleiro Tanabi, Rolinha, do meia Paschoal Pompílio, dos zagueiros Zé Afonso e Zé Frota. Qualquer dia eu conto mais”.

Dr. Orides, estamos esperando mais histórias daqueles tempos bons.

Antonio Carlos Marques foi outro que enviou comentários e aproveitou para me lembrar de outra das peripécias do saudoso João Cuiabano.

Homem rude criado no Bairro Rural de Vicentinópolis, Cuiabano era pouco letrado, mal assinava o nome. Mesmo assim chegou a Prefeito de Araçatuba por duas vezes. Dizem que se interessava por aprender as coisas com as quais não tinha muita afinidade . Quando descobriu que aquelas pedras com as quais se faziam ruas e calçadas tinham um nome complicado, ficou tempo tentando decorar a imensa palavra. Até que, durante comício num bairro periférico resolveu lançar mão do aprendizado, prometendo calçar as ruas:

- Essas ruas de terra eu vou mandar paralelepipeidar...

A todos os que mandam notícias, elogios, críticas, fotografias e novas histórias, muito obrigado. Voltem sempre!

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