segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pitanguinha

Antonio Carlos Pereira da Silva - o famoso Pitanguinha

Pitanga, como todos sabem, é personagem marcante do carnaval salgadense. Desde 1983 é assíduo frequentador do famoso Bloco das Piranhas, cujo bordão sempre foi "Inha, inha, inha, Pitanga é a Rainha".

Seu irmão mais novo, o Antonio Carlos, também se transformou em celebridade salgadense, a exemplo de algumas outras, impossíveis de serem localizadas noutros cantos do planeta terra.

Privilégio da nossa admirável terrinha, que sempre acolheu personagens distintos.

É bem verdade que o Pitanguinha precisava mesmo é de tratamento médico. Todos sabem que, portador de um certo grau de retardamento mental, deveria receber auxílio especializado. Porém, enquanto as autoridades claudicam e a família não possui condições de dar-lhe o necessário cuidado, vive ele pelas ruas da cidade filando cigarros e trocados de todo mundo que lhe aparece pela frente.

Não há como negar, no entanto, que ele leva tudo na esportiva e aceita todas as brincadeiras com fino humor. Há alguns anos ouvi-o contando, numa roda, que havia arrumado uma namorada. A turma deu corda ao assunto e ele passou a pedir uns trocados justificando a necessidade de por uns cobres no bolso:

- Vou levar minha namolada no restolante...

- E você sabe se comportar num restaurante Pitanguinha? - perguntaram-lhe. O que você vai pedir?

- Pra ela vou pedir fimé leão, pra mim natumóbis... Se ela não gostar de fimé leão eu peço uma pizzula...

E seguiu narrando as aventuras que pretendia curtir ao lado da pseudo-namorada, repetindo a todo momento a vontade de tomar uísque Natu-Nobilis e oferecer à amada Filet-mignon ou pizza.

Dia desses encontrou o Caiçara no Bar do Placídio Dourado e foi logo pedindo cinco reais. Recebeu, ao invés do dinheiro, uma proposta de trabalho:

- Pitanguinha! Vamos comigo na fazenda do Adilson Promicia. Você me ajuda cortar cana para tratar de uns animais, e, em troca eu te dou vinte reais. Topa?

Ele fez cara de indignação e justificou a recusa:

- Não vou não... eu não plantei cana!

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