sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Mauro Castilho 2

Aproveitando algumas histórias contadas pelos familiares e amigos na Comunidade “Passagens de Mauro Castilho” criada no site de relacionamentos Orkut, registro aqui algumas situações engraçadas acontecidas com o saudoso Mauro Castilho.

Arcídio Castilho viajava constantemente a Araçatuba e ás vezes prometia levar o filho, que tinha imensa vontade de conhecer a cidade grande. A promessa nunca era cumprida, o pai acreditava que a presença do menino poderia atrapalhar seus afazeres.

Certo dia, ouvindo o pai comentar sobre outra viagem Mauro cobrou a promessa e obteve novo compromisso:

- Amanhã o papai te acorda cedo então!

De madrugada seu Arcidio se levantou procurando fazer pouco barulho, não queria acordar o garoto. Despediu-se de dona Ana, pegou uma pequena maleta que sempre carregava, e quando saía pela porta afora ouviu o filho gritando:

- Peraí que eu também vou!

Mauro havia amarrado um barbante na maleta e a outra ponta no seu pé.

Quando eu era criança pequena lá em Nova Castilho era vítima constante de suas brincadeiras, que dizia que eu tinha a voz muito fina. Eu devia ter 2 ou 3 anos. A vida inteira ele passou me dizendo que eu deveria tomar chá de bambu para engrossar a voz. Essa história continuou em todas as vezes que nos encontrávamos. Antes mesmo de me dar um abraço ele vinha com a conversa do chá.

Passaram-se muitos anos, a gente se via muito pouco e, em 1988 eu estava ajudando organizar um rodeio no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. De dentro da arena eu o vi sentado num dos camarotes, bem perto da grade. Na primeira oportunidade fui lá cumprimentá-lo. Pela primeira vez ele não se lembrou do chá de bambu. Pensei que tinha escapado das suas gozações. Quando fui voltar para a arena, ele me abraçou e cochichou no meu ouvido:

- Acho que você não está mais precisando daquele chazinho!!!

Por conta dessa história do chá de bambu, quando criança eu fugia dele, sabia que não escaparia de suas brincadeiras. Eu tinha uns 4 ou 5 anos, era muito tímido, menino caipira criado em Nova Castilho, tinha ido poucas vezes à cidade grande.

Num certo dia eu caminhava por uma calçada da Rua Floriano Peixoto em Araçatuba, indo pra casa do tio João Firmino. Distraído com o movimento da rua meti a cara numa árvore. Caí de costas na calçada, minha mãe correu para me socorrer. Não chorei porque fui macho! Mas ficou um galo na testa.

Deu aquela baita vergonha, fiquei torcendo para que minha mãe não contasse a ninguém. Para minha infelicidade, quando entramos na casa do tio João dei de cara com o Mauro, que ficou sabendo da história, esparramou para todo mundo e nunca mais esqueceu.

De outra vez Mauro deu carona para uma moça de Nova Castilho. Quando alcançaram a rodovia com destino a Araçatuba foram parados numa blitz da polícia rodoviária. Antes que o guarda se aproximasse do veículo ele disse pra moça:

- Xi, esqueci os documentos, vou ter que dar um jeito. Não se assuste não, fique firme aí.

O guarda pediu os documentos e ele disse pra moça:

- Ô mulher, me dê aí os documentos que eu mandei você pegar lá em casa.

A mulher disse que não tinha documentos e ele começou a gritar com ela, muito bravo:

- Mas mulher, eu te disse pra pegar, você não tem jeito mesmo! - e passou a ofender a moça com todos os palavrões possíveis e imagináveis.

O policial, pensando que se tratava da mulher dele e para impedir que o "marido" agredisse a "esposa" resolveu deixar barato:

- Moço, pode ir embora, não fique nervoso com a sua senhora não, isso acontece.

Outra do tempo de criança. A irmã Lucia Elena precisava estudar para uma prova de História e pediu ajuda ao irmão, que prontamente passou a orientar os estudos a irmã. No retorno das aulas a mãe encontrou a filha chorando por que tinha tirado zero:

- Mas como foi isso? O Mauro não te ensinou a matéria? – quis saber a mãe.

- Ensinou tudo errado! Olha só: Pedro Álvares Cabril descobriu o Brasal no dia 22 de abral.

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